Por André Araújo
ÍCONES DE COPACABANA – O mítico bairro de Copacabana tem alguns ícones da nossa história social e cultural que vale a pena recordar. Numa travessa da Rua Duvivier está o Beco das Garrafas, pequena rua sem saída, onde nos anos 50 e 60, funcionavam algumas pequenas boites nas quais se encontram raízes da bossa nova e de uma música brasileira de exportação em seus vários matizes, música que depois percorreu o mundo e tornou a música brasileira um produto de exportação. As boites eram o MA GRIFFE, LITTLE CLUB, BACARÉ e BOTTLES e lá tocaram conjuntos que ficaram famosos como TAMBA TRIO ( Luis Eça), BOSSA TRÊS ( Luis Carlos Vinhas), instrumentistas e compositores como BADEN POWELL e AIRTO MOREIRA, cantoras que depois se tornaram nomes nacionais e internacionais como SYLVIA TELLES, DORIS MONTEIRO, CLAUDETE SOARES, ALAIDE COSTA, MARISA GATA MANSA, DORA LOPES, LENY ANDRADE, o pianista SERGIO MENDES, hoje uma das maiores fortunas musicais dos EUA.
O BECA DAS GARRAFAS era um cenário meio profissional e meio amador, músicos lá tocavam por prazer, outros davam canja, havia muita garotada nas tardes de domingo, canções foram lá finalizadas e acharam intérpretes.
Os depois famosos RONALDO BOSCOLI e MIELE eram uma espécie de mestre de cerimônias do Beco, onde ELIS REGINA estreou em 1961.
O nome do Beco vem das garrafas que sobravam na madrugada e eram colocadas nas calçadas para o caminhão de lixo recolher, o nome foi dado pelo cronista SERGIO PORTO.
Outro ícone do bairro foi o restaurante LE BEC FIN, do chef René Dubini, por anos o melhor restaurante francês do Rio, uma pequena casa que funcionava na Avenida N.S. de Copacaba com a R .Ronal de Carvalho, no Palacete Veiga, prédio do ano de 1928. O restaurante atendia o high society do Rio em grande estilo, mulheres com vestidos de alta moda, homens sempre de terno.
Foi o ceáario onde o então todo poderoso comandante da economia brasileira DELFIM NETTO saiu com a frase a ele atribuÍda, perguntado se gostava do seus dias de poder ele respondeu “Ah, o que me encanta são as noites do poder”, referindo-se à adulação que recebia no restaurante onde jantava quase todas as noites, Delfim despachava mais no Rio do que em Brasília.
Copacabana é parte integral da História do Brasil, que nela tem seu espelho social e de costumes.
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Há (ou houve)
Há (ou houve) um processo recente de "revitalização" do Beco das Garrafas.
"Lembro de você, morro de prazer, caminhando nas calçadas da Duvivier", na canção "Beco das Garrafas", de Paulinho Tapajós e Alberto Rosenblit, na voz de Zélia Duncan, com belas imagens.
[video:https://www.youtube.com/watch?v=JnWAgdrHe-U%5D
Cadê ?
o craque Luiz Hortencio para postar umas músicas daqueles tempos do Beco das Garrafas ?
Atuallmente
Atualmente quase não se ouve mais música em Copacabana. Durante o dia tem uns grupos (que não gosto nem um pouco) percorrendo os bares e restaurantes da orla em busca de gorjetas. À noite tem ainda o Bip Bip com aquela coisinha deles, um, na Domingos Ferreira, o Bossa Nova, que toca sertanejo... E pouca coisa mais...
Dá até pena dos turistas, nacionais e estrangeiros, que perambulam pelo bairro achando que vão encontrar ritmo e pulsação em cada esquina. Só encontram beberagem nos bares com TVs ligadas no futebol ou no MMA.
Esqueceu de Dolores Duran
Que cantava lá, e até inspirou, indiretamente, a música "A Banca do Distinto" de Billy Blanco.
Explico: Billy Blanco era louco por Dolores Duran. E havia um freguês da boite, super racista, mas que gostava também de ouvi-la cantar. Chegava lá e mandava o Alberico (que era o maitre de lá, depois virou dono do Plataforma, acho) falar para "a negrinha" cantar isso ou aquilo. Ele sempre encomendava um sanduíche de filé, mas nao carregava, o garçon tinha que levar até o carro dele. E nao dava a mao a ninguém. Daí o Bily Blanco fez a música. Deixo a letra abaixo, e o vídeo depois, com a própria Dolores.
Não fala com pobre, não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho
A bruxa que é cega esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca
A vaidade é assim, põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando a vida termina
Com terra em cima e na horizontal
Link no youtube com a própria Dolores: https://youtu.be/51WZXaguCGs?t=11
[video:https://youtu.be/51WZXaguCGs?t=11%5D
a
Elenquei alguns nomes, é
Elenquei alguns nomes, é claro que esqueci muitos, Dolores Duran era a cantora mais tipica de boite dessa época.
Esqueci tambem de Osvaldo Nunes, famoso pianista de bar e boiite que tambem tocava no Le Bec Fin.
Tom Jobim tocou muito lá.
Tom Jobim tocou muito lá. Vinicius fez show lá, além de Tito Madi, Johnny Alf.