A proposta brasileira para exploração mineral em águas internacionais do Atlântico Sul

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Do Serviço Geológico do Brasil

Brasil apresenta proposta para exploração mineral no Atlântico Sul

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apresentou à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA), plano de trabalho para exploração mineral de uma área de 3 mil km² localizada em águas internacionais do Atlântico Sul, numa região conhecida como  Elevado do Rio Grande, situada a mais de 1.500 km da costa brasileira.  A proposta brasileira que foi encaminhada à ISBA no dia 31 de dezembro, foi elaborada com base nos dados coletados pelo Programa de Prospecção e Exploração de Recursos Minerais da Área Internacional do Atlântico Sul e Equatorial (PROAREA), que está sendo desenvolvido pela CPRM, com a finalidade de ampliar a presença do Brasil em águas internacionais do Atlântico Sul. 

De acordo com Roberto Ventura, diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, estudos preliminares revelaram o potencial mineral da região, onde foram encontradas crostas ferromanganesíferas com indícios de ferro, manganês e cobalto. “Além do caráter estratégico, essa iniciativa brasileira traz em seu bojo a formação de recursos humanos e o desenvolvimento tecnológico”, avalia Ventura.

O diretor explica que a proposta apresentada à ISBA foi aprovada pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), tendo em vista, que os estudos feitos durante uma série de expedições realizadas pela CPRM na região nos últimos anos, indicarem o potencial mineral da área requerida.  A expectativa é de que, a proposta brasileira seja aprovada ainda este ano.

 Com a aprovação do plano de trabalho, o Brasil terá 15 anos para pesquisar com exclusividade o local escolhido. “Estamos iniciando uma nova fase nas pesquisas de geologia marinha, que envolvem o desenvolvimento de tecnologias para exploração dessas áreas”, destaca o diretor. Segundo ele, as pesquisas estão sendo realizadas por equipes multidisciplinares formadas em diversas áreas de conhecimento. Entre elas, geologia, biologia, geofísica, além de estudantes, para formar futuros pesquisadores.

“A ideia é permitir a iniciação cientifica, a geração de conhecimento e a capacitação de especialistas para que o país possa estar apto a pesquisar e explorar minerais em águas profundas”, diz o diretor. No total, o projeto envolve cerca de 80 pesquisadores de diversas instituições e conta com a parceria de universidades.

 Nos últimos quatro anos foram investidos cerca de R$ 90 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas pesquisas no Atlântico Sul. Para este ano estão previstos mais R$ 20 milhões; e para os próximos cinco anos R$11 milhões vão ser gastos em pesquisas na Elevação do Rio Grande, com a aprovação do pedido brasileiro pela ISBA.

Redação

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