Consumo de café e refrigerante de cola aumentam risco de fraturas

Jornal GGN – O consumo frequente de café e de refrigerante à base de cola pode causar alterações ósseas e aumentar o risco de fraturas, principalmente em mulheres. A conclusão é de pesquisa feita na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp como trabalho de doutorado do cirurgião-dentista Amaro Ilídio Vespasiano Silva.

O trabalho foi feito com pesquisas em ratos, mas seus resultados, sustenta o pesquisador, pode ser levado para os seres humanos. A pesquisa também analisou os efeitos do consumo de refrigerante à base de guaraná sobre os tecidos ósseos, que não tiveram as mesmas alterações na estrutura óssea como no caso do café e do refrigerante à base de cola.

O responsável pelo efeito é justamente a cafeína, presente nas três bebidas em proporções diferentes. A substância age sobre o metabolismo ósseo, induzindo a diferenciação de células precursoras de tecido ósseo em osteoclastos, que são as células responsáveis pela reabsorção óssea.

“Quando a cafeína está presente em grande quantidade, ocorre um aumento na diferenciação de osteoclastos, e com isso um aumento significativo na reabsorção óssea. Como consequência, temos uma redução da massa óssea e o aumento do risco de fraturas”, explica o pesquisador.

O estudo surgiu da necessidade de identificar se a cafeína poderia interferir na qualidade do osso, principalmente na estrutura e resistência. No Brasil, esse tipo de bebida é amplamente consumido, até por crianças e adolescentes, o que foi determinante para a escolha do tema. As alterações mais pronunciadas nos ossos de mulheres acontecem provavelmente por causa de fatores hormonais.

“No caso dos seres humanos, a mulher possui um ciclo hormonal que influencia diretamente sobre o metabolismo do osso. Ocorre que a cafeína interfere sobre esse ciclo, o que faz com que haja maior desmineralização do tecido ósseo”, diz Ilídio.

A pesquisa também não mostrou se existem níveis seguros para o consumo da cafeína. “Os estudos apontam que a menor concentração de cafeína, consumida no menor intervalo de tempo, já é capaz de produzir efeitos adversos sobre o metabolismo ósseo”, aponta.

Com informações do Jornal da Unicamp.

Redação

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