Odebrecht negocia com israelenses venda de empresa do setor de defesa

Jornal GGN – No final de semana, a Agência Bloomberg noticiou que a fabricante israelense de tecnologia de defesa, ELBIT Systems, está negociando com a Odebrecht para comprar a MECTRON, unidade que desenvolve e fabrica soluções de alta tecnologia para mísseis e sistemas eletrônicos de vigilância. Na segunda-feira (1º), a DefesaNet confirmou a notícia.

A Bloomberg diz que o motivo da venda é o escândalo político em que a Odebrecht está envolvida, no âmbito da Operação Lava Jato. Para a DefesaNet, a causa real é o encolhimento da Base de Defesa Brasileira, que sob comando do presidente interino sofre fortes restrições orçamentárias.

Seja como for, as negociações estão em andamento e os valores estão na casa dos US$ 50 milhões.  

De acordo com a DefesaNet, vale mais a pena para a Odebrecht manter sua presença no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e abrir mão de outros projetos no setor. Porém, ainda não está claro quais atividades da MECTRON serão adquiridas pela ELBIT caso as negociações avancem.

A empresa deve se interessas pelos sistemas relacionados ao caça Gripen NG, desenvolvido pela sueca SAAB junto com a Força Aérea Brasileira e pelo LINK-BR2, sistema que está em desenvolvimento e deverá ser integrado a todas as aeronaves da FAB.

Da DefesaNet

MECTRON – ELBIT Systems negocia com Odebrecht compra de ativos

Por Nelson Düring

A empresa de tecnologia e defesa israelense ELBIT Systems, fabricante de drones e sistemas eletrônicos, está em negociações com a Odebrecht Defesa e Tecnologia. A informação da Agência Bloomberg, divulgada no fim de semana, foi confirmada por DefesaNet, nesta segunda-feira (25JUL2016).

As negociações envolvem a empresa MECTRON e os valores giram em torno de US$ 50 milhões, segundo a Bloomberg. Os ativos em negociação fazem parte da MECTRON, unidade da Odebrecht Defesa e Tecnologia que desenvolve e fabrica produtos e sistemas de alta tecnologia para defesa, tais como: mísseis ar-ar, terra-terra, sistemas eletrônicos de vigilância para atividades de segurança e aviônicos. Também está em desenvolvimento torpedo para a Marinha do Brasil.

Os campos de atividades da MECTRON na atualidade, com alguns projetos são:

Missile House – A-Darter, MAA-1 e MAA-1B, Antirradiação (MAR), Antinavio Superfície (MANSUP), Solo-solo  (MSS-1);
Aeroespacial – Radar SCP1 (modernização do A-1);
Comunicação – Link BR2, RDS, e,
Sistemas de Defesa– Atuação como uma Softerhouse, vários projetos para o PROSUB e incluindo o submarino com propulsão nuclear.

Para estes vários projetos há inúmeros parceiros tecnológicos estrangeiros, já ativos ou em prospecção, entre outros: DENEL (África do Sul), Harris (EUA), MBDA (Europa), Rafael (Israel), SELEX (Itália), ATLAS Eletronik (Alemanha), THALES (França), MOTOROLA (EUA) e Rosoboronexport (Rússia). 

A Odebrecht Defesa e Tecnologia iniciou negociações com várias empresas de defesa internacionais com o objetivo de uma parceira tecnológica para a MECTRON. Porém as negociações não evoluíram em especial pelas condições de restrições orçamentárias que tornaram a área de defesa do Brasil desinteressante para as grandes empresas

Em artigo Exclusivo DefesaNet, ODT – A NOVA MECTRON (Link), publicado em Outubro 2015, é detalhada a busca de um parceiro tecnológico feita pela administração da Odebrecht.

Porém, a contínua restrição orçamentária e a perspectiva de o encolhimento do mercado de defesa brasileiro levar vários anos a Odebrecht buscou de uma nova alternativa.

A Odebrecht visa manter a sua presença na área do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). Tanto as atividades de construção do submarino, como a da Base Naval de Itaguaí (RJ). Está em etapas variadas de construção o primeiro e segundo submarino baseados na Classe Scorpène, da empresa francesa DCNS. Dentro do PROSUB é planejada e contratada a construção de 4 submarinos com propulsão convencional diesel-elétrica e um com propulsão nuclear.  

Porém, não está claro quais atividades dos quatro principais campos de atuação da empresa MECTRON serão adquiridos pela ELBIT. Nem se está será controlada diretamente pela ELBIT Systems ou sua subsidiária AEL Sistemas, localizada em Porto Alegre (RS).

De interesse para a ELBIT são os sistemas relacionados ao caça Gripen NG, atualmente em desenvolvimento pela empresa sueca SAAB para a Força Aérea Brasileira. Também o importante sistema LINK-BR2 atualmente em desenvolvimento e que deverá ser integrado a todas as aeronaves da FAB.

Há dúvidas se a ELBIT queira incorporar os programas de mísseis da área de Missile House.

Ao contrário do anunciado na nota da Bloomberg as maiores dificuldades com as empresas estrangeiras, não foi a situação do Grupo Odebrecht frente aos processos judiciais no Brasil, mas sim ao brusco encolhimento da Base de Defesa Brasileira.

A ELBIT, que no ano passado obteve cerca de 11 por cento de suas receitas na América Latina. No Brasil tem fornecido sensores para o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), e a sua filial a AEL desenvolve o aviônico Painel de Grandes Dimensões para o futuro caça Gripen NG. 

Recentemente a ELBIT Systems anunciou contrato de sistemas de segurança “Safe District” com o Uruguai por um valor de U$ 19 milhões.

Não há informes sobre o cronograma de negociações entre a Odebrecht Defesa e Tecnologia e a ELBIT Systems, nem o prazo para a sua conclusão.

Redação

Redação

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  • Será que, ao vender parte de

    Será que, ao vender parte de nossa tecnologia de defesa (parte de um processo deliberado, traidor , anti-patriotae vira-lata de se abaixar aos poderosos), o sujeito lá de Curitiba vai dizer "não vem ao caso"?

  • Estranho não?
    A odebretch vai

    Estranho não?

    A odebretch vai pro vinagre e com ela varios projetos de interesse nacional, a empresa se enfraquece no cenario internacional, e agora vende a sua industria bélica, justamente para um dos maiores aliados dos estadunidenses, num roteiro de contos de fadas para seus interesses, como nós brasileiros somos otarios e facilmente manipulaveis, dá até vergonha..............

  • Venda de Estratégia de Nacional de Defesa

    Mas e os militares nacionalistas ESTÃO COM MEDO do moro?? TODOS ARMADOS ATÉ OS DENTES?? Corajoso é o LULA desarmado e todos tem medo dele!! Simples assim. O LULA ARMOU TODAS AS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS e  o moro (em letras minúsculas) tá sabotando o futuro de nossa NAÇÃO BRASIL, entregando nossa riqueza e nos transformando em vira-latas.

  • Sobrará só a ICS

       A ODT ficará reduzida a ICS ( Itaguai Construções Navais ), ligada a AMAZUL,  responsavel pelo contrato dos Scorpene-BR com a DCNS, já do que tem na Mectron referido a este contrato, deve ficar com a ICS, mas como parte do acordo com a Thales e a MBDA, no caso dos subs a AEL/Elbit já tem uma "pontinha" naval, através da ARES.

       O radar Scipio do A-1M já esta entregue, portanto a manutenção fica a cargo da sócia SELEX ( grupo Leonardo - Finmeccanica UK ), inclusive é bem possivel, que os próprios A-1M sejam "hangarados"/"estocados", em consequencia da falta de verbas para mante-los.

        O que interessa a Elbit/AEL/Elbit USA, são os programas relativos ao Gripen, no qual elas fechariam o "circuito", pois a Elbit é associada a Denel ( Africa do Sul ), que por sua vez tem acordos com a SAAB Dynamics e a BAe ( varios sistemas do A-Darter são fornecidos por esta empresa ).

       Já escrevi algumas vezes neste sitio, que para trabalhar neste ramo da industria, alem do inglês, um diferencial desejado para brasileiros seria aprender hebraico, afinal não apenas a Elbit / AEL está firmemente aqui instalada, mas a Rafael ADA , e a IAI já dominam este mercado.

        Detalhe importante : Empresas israelenses da area de defesa, atuam externamente sobre o planejamento estratégico elaborado pelo governo israelense, portanto em alguns casos adquirem ou associam-se a determinadas empresas "projeto", nunca concorrem entre si, por exemplo : O VANT da SAVIS ( Embraer - Avibrás - AEL ), foi descontinuado, "congelado", até esta empresa foi fechada, MAS logo depois uma empresa de Botucatu (SP) a Avionic Services, fechou contrato de "parceria" com a IAI para fabricar no Brasil um VANT da mesma categoria, o IAI Heron ( batizado no Brasil de "Caçador " ). Assim como o caso da IACIT , que é tanto "parceira" da Rafael como da IAI/Elta.

  • Venda de empresa do setor de defesa

    Mais um golaço da "República dos Estados Unidos do Brasil".

    Para combater a corrupção, o que deve ser feito duramente, se liquida o que foi conseguido com anos de trabalho. Quando começávamos a nos tornar visíveis no cenário internacional pela riqueza de recursos e  pelo trabalho dos verdadeiros brasileiros, uma turma de deslumbrados entreguistas vai liquidando o país, saqueado por golpistas - mais de 300 com inquéritos intermináveis, alguns nem isso, inocentes até com prova em contrário.

    A Petrobrás, entregue à sanha dos interesses externos, está cada vez mais reduzida.

    Agora uma empresa do setor de defesa será desnacionalizada. Vamos pagar para ter o que fizemos.

    Logo, logo voltaremos aos "bons tempos" da colônia escravizada a suprir as necessidades do império.

    Democracia para os ricos, os 1% se tanto, trabalho para os de sempre espoliados, nossos recursos a mercê da voracidade externa e nossas FFAA de volta aos tempos de FHC, o tal que disse ser o 7 de setembro uma palhaçada.

    Esse é o projeto de nação da Globo & Cia operado por vendilhões corruptos:

    um Brasil pequeno, espoliado, indefeso e colonizado.

     

  • Na foto

      È bem interessante, no topo a esquerda um vant '450 da Elbit, e nas de baixo, duas variações do Exocet MM-40, um dos "recondicionados" pelo contrato Avibrás - Mectron - Thales - MBDA, e o outro uma maquete do ManSup nacional, uma cópia autorizada do mesmo missil.

       Já a foto do topo a direita, é a mais interessante, pois trata-se de um dos concorrentes ao futuro programa de modernização da artilharia do EB, o SPG sobre rodas " Atmos 2000 " da Soltam israelense, uma empresa que no Brasil esta associada a ARES ( Grupo AEL/Elbit ), que irá concorrer com o  SPG sobre rodas "Caesar" francês, representado aqui no Brasil pela Avibrás, associada a Renault. ( ambas perderam a concorrencia VBMT-LR para o EB, estavam com uma versão "nacionalizada" do Sherpa, mas a IVECO venceu com o LMV ).

        Será que alguem já percebeu que a " Base Industrial de Defesa ", foi um dia nacional, e hj. não é mais.

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