Pontes admite que governo e Guedes não liberaram recursos para produzir vacina no Brasil

Jornal GGN – Em nova revelação do ministro da Ciência. Tecnologia e Inovações do governo Bolsonaro, Marcos Pontes disse que o Brasil tinha três modelos diferentes contra a Covid-19 sendo desenvolvidas e que estariam “a ponto de bala”. Mas que faltavam R$ 390 milhões para o avanço.

“Eu tinha recurso para fazer, e fiz, toda essa parte de desenvolvimento inicial até o final do pré-clínico. Quando entra no teste com pacientes, o valor aumenta consideravelmente porque precisamos preparar lotes pequenos da vacina, logística, aplicações, e eu não tenho recursos, no momento, para isso”, disse o ministro, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

Enquanto que o presidente Jair Bolsonaro corre atrás, de última hora, para deter junto a laboratórios estrangeiros o abastecimento suficiente da vacina para a campanha nacional de imunização, que já começou, Pontes admite que falta verba necessária para terminar as brasileiras.

Os três imunizantes em estágio mais avançado estão sendo produzidos em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e com a USP (Universidade de São Paulo), segundo o ministro. Se o governo Bolsonaro decidir investir, elas ficariam prontas no final do ano.

Segundo Pontes, a falta da liberação da verba foi por “detalhes técnicos”. “No fim do ano passado, mandei um pedido de orçamento ao Ministério da Economia, ainda dentro da fase de emergência, mas não conseguiram operacionalizar isso, mais por detalhes técnicos lá, de legislação”, disse.

O ministro admitiu que tratou do tema com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e que o investimento teria barrado na proposta orçamentária do governo.

“Para este ano, também tem toda a questão do orçamento a ser votado, e a gente não conseguiu. Ainda estou conversando com a Economia para buscar soluções para isso”, afirmou.

As “soluções” seriam busca o recurso de outra forma, como leis de incentivo, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) ou “no setor privado”.

Na contramão do que vem sendo feito pelo governo Bolsonaro, Pontos admitiu que “nossa fragilidade é depender de insumos importados” e que “precisamos desenvolver o ciclo completo”. Não se contrapôs, contudo, a Bolsonaro, e disse que o presidente “está interessado”.

“Estamos analisando possibilidades de como conseguir esse financiamento para empurrar o projeto dessas três ou mais vacinas que devem entrar no teste clínico. E, com o resultado, vemos quais dão mais segurança e funcionam bem, para irmos para a parte com milhares de pacientes”, afirmou.

 

Redação

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