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Para além do arroz com feijão: alimentação é um ato político

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de alimentos, mas ainda assim milhões de brasileiros não conseguem comida em quantidade e variedade suficientes para se alimentarem diariamente de maneira satisfatória. No Fala FADS desta quarta-feira, 4 de agosto, serão discutidas as causas desse desequilíbrio, que atinge não só o Brasil. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de 690 milhões de pessoas atualmente não têm alimentos suficientes em todo o mundo. Se por um lado a indústria alimentícia bate recordes de crescimento, aumentando a oportunidade de uma quantidade cada vez maior de pessoas consumirem, por outro, a mesma industrialização contribui para o aumento da insegurança alimentar.

O esgotamento dos recursos naturais tem sido produzido pelo próprio homem em busca de desenvolvimento e progresso. No entanto, as consequências que antes eram subjacentes, atualmente tornaram-se explícitas e apontam para a necessidade de se questionar que tipo de desenvolvimento produz esgotamento de recursos naturais e gera desigualdades sociais, principalmente no acesso aos alimentos.

Pode pensar no caso do Brasil, onde as atividades econômicas da pecuária industrial além de gerarem poluição, se desenvolvem ancoradas em um sistema produtivo que submete seus trabalhadores a condições análogas a escravidão. Outro dano deste tipo de pecuária é o desmatamento de florestas, no caso da Amazônia, e vegetações nativas do Cerrado, no caso do Pantanal, onde as queimadas são a face mais conhecida da expansão das fronteiras agropecuárias.

Assim, pode-se dizer que a alimentação, apesar de ter fortes relações com a cultura local, vem assumindo um caráter mercadológico cada vez mais intenso, se consolidando através de políticas globais, que transformam os sistemas alimentares e ameaçam a soberania alimentar. Para discutir esse tema que é tão complexo, mas ao mesmo tempo diz respeito às nossas opções individuais e cotidianas sobre como nos alimentamos, reunimos pesquisadoras e ativistas que trabalham diretamente com o tema para o Fala FADS “Para além do arroz com feijão: alimentação é um ato político”.

A mediação do debate será feita por Ivy Wiens, graduada em Relações Públicas e especialista em Gestão Pública; Antonia Ivoneide, coordenadora do Setor de Produção Cooperação e Meio Ambiente; Michelle Jacob, professora de Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); e Vanessa Negrini, mestre e doutora em Políticas de Comunicação e Cultura (UnB), vegana e ativista dos direitos dos animais.

Acompanhe, ao vivo, a partir das 18:30

Redação

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