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A farsa do “O Choque de Civilizações”, o manual para busca de inimigos, por Rogério Maestri

A farsa do “O Choque de Civilizações”, o manual para busca de inimigos

por Rogério Maestri

Samuel P. Huntington, um acadêmico norte-americano que apesar de trabalhar numa das maiores instituições de ensino norte-americanas, fez alguns estágios interessantes como consultor de ditaduras odiosas, como a militar do Brasil e a do apartheid da África do Sul, escreveu um livro que muitas pessoas detestando ou não levam muito a sério suas evidências anedóticas de comprovação pois em termos de estrutura formal de um livro científico entra em choque com qualquer linha de pensamento moderno salvo supremacistas brancos. 

Esse autor escreveu um livro a partir de um criou o mito da era dos choques de civilizações. Sua teoria, que segundo no prólogo escrito pelo autor indica “Esse livro não é, nem pretende ser uma obra de ciência social”, o que acho uma extrema honestidade intelectual do autor, pois na realidade esse livro é uma espécie de manual para a indústria militar norte-americana achar pretextos e locais para vender suas armas ao povo norte-americano. Ou seja, eu diria que: “O Choque de Civilizações”, é um manual racista de procura de inimigos, para manter os lucros da indústria de armamentos, com dinheiro do contribuinte norte-americano e com seus demais súditos da OTAN. 

Para afirmar tal coisa seguindo logo após ele declarar que o livro não se trata de ciências sociais ele numa espécie de sincericídio deixa claro o objetivo do trabalho logo a seguir: 

“…… Ele almeja apresentar uma moldura, um paradigma, para o exame da política mundial que tenha significado para os estudiosos e seja de utilidade para os formuladores de políticas” 

Continuando revela quem são esses estudiosos e formuladores de políticas através da origem do texto: 

…uma monografia avulsa preparada para o projeto Olin sobre “Ambiente de segurança em Mutação e os Interesses Nacionais Norte-americanos”….que posteriormente foi levado a discussão “com acadêmicos, autoridades governamentais, homens de negócios e outros grupos através dos Estados Unidos.”. 

Para ficar livre de crítica de outros autores que procuram evidências históricas que simplesmente colocam todo o livro no lugar que ele deveria estar, no lixo, ele habilmente escreve no mesmo prólogo: 

……..”Contanto um enfoque civilizacional possa ajudar a compreender a política mundial no final do século XX e começo do século XXI, isso não significa que ele teria ajudado da mesma maneira em meados do século XX ou que será de ajuda em meados do século XXI.” 

Em resumo, para que as teses de supremacia branca do livro ele declara que seu “enfoque civilizacional” (diria racial) só vale para um curto período de vida que começa com a supremacia econômica dos Estados Unidos e talvez perda a validade quando essa for superada pelas raças não brancas. Ou seja, é uma tese tipo iogurte caseiro, feito em um dia em menos de uma semana perde a validade. Nesse ponto ele perde a honestidade pois ele sabe que se for analisada o seu “enfoque civilizacional” num período mais longo, todas as suas hipóteses se transformam em um iogurte podre. 

Mas vamos analisar com não muito cuidado, pois o livro não merece mais do que isso, porque digo que o enfoque é racial e não civilizacional. 

Se compararmos a composição religiosa, linguística das civilizações que ele cria artificialmente no seu trabalho vê-se que na realidade há uma clara divisão racial e não civilizacional das nove civilizações a Ocidental, a Islâmica, a Confuciana,Budista, a Africana, a Eslavo-Ortodoxa,a Xintoísta-Nipônica, a Hindu e a Latino-Americana, poderíamos dizer que há uma do homem branco ocidental e as demais são compostas de não brancos onde a religião serve como uma cortina de fumaça para a classificação racial, que vai dos mais escuros (a africana) onde a estada de Huntington como conselheiro do estado de apartheid na África do Sul tem dúvidas da própria existência de civilização na África, a islâmica que foi regida por muito tempo por um Império otomano branco, mas atualmente os mais significativos em termos de quantidade são os habitantes na Ásia, logo meio escurinhos, a eslavo-ortodoxa, que inclui os gregos e outros povos que não estariam nessa classificação mais racial, entretanto ficaria difícil de explicar, e daí por diante. Em resumo uma visão racista que tenta dividir os povos que foram humilhados e escravizados pelos antepassados da “civilização ocidental” para que divididos e separados sejam presas fáceis para um neocolonialismo. 

Saindo da discussão das teorias rasas do “enfoque civilizacional” vamos a sua utilidade prática. Como os ocidentais vem do “mundo livre”, “ético” e “democrático” eles depois de destroçarem regiões inteiras e as levarem a miséria, em nome da democracia liberal, dos direitos humanos, e mais uma série de conceitos puramente abstratos produzem pequenas agressões contra a civilização ocidental para como retaliação essa mesma em nome dos direitos humanos vão até o outro lado do mundo e matam no mínimo mil vezes mais pessoas que deveriam ser salvas pelos países democráticos e de quebra reduzem a capacidade produtiva desses países a épocas coloniais. Podemos citar Líbia, Iraque e Afeganistão. 

Mas o mais importante é que agora que os USA demoliram a civilização muçulmana nos três países anteriormente citado, entra uma nova fase, a Confuciana, Budista (China) e a Eslavo-Ortodoxa (Russia), mas parece que agora não será tão fácil. 

Este artigo não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Redação

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