Destaque Secundário

A única coisa que Bolsonaro diz de certo é que a urna eletrônica não permite auditoria, por Rogério Maestri

A única coisa que Bolsonaro diz de certo é que a urna eletrônica não permite auditoria

por Rogério Maestri 

Das centenas de mentiras que Bolsonaro falou em todo o seu governo, na realidade há uma que é verdade, a urna eletrônica brasileira não permite auditoria. 

Por muito tempo a esquerda brasileira desconfiou da urna eletrônica, porém depois de ter ganho quatro eleições sucessivas à presidência da república a desconfiança desse equipamento dissipou-se e tornou um falso consenso que essa urna é indevassável. 

Durante todo o período da existência dessa urna, houve algumas experiências em que se permitiu a um ataque limitadíssimo aos softwares da urna, sendo em que todas as vezes a equipe de TI do TSE fez tudo possível para que os grupos que se propunham ao teste, universidades públicas brasileiras, equipes da polícia federal e mais outras equipes testaram a inviolabilidade da urna. Em todos esses ensaios verificou-se que haviam sérios problemas nas urnas, no artigo de ARANHA, D. F et al  

“Execução de código arbitrário na urna eletrônica brasileira” 

(https://www.researchgate.net/publication/326261911_Execucao_de_codigo_arbitrario_na_urna_eletronica_brasileira

e na resposta da equipe de TI do TSE em “Respostas às vulnerabilidades e sugestões de melhorias encontradas no Teste Público de Segurança 2017” 

(https://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/relatorio-tecnico-tps-2017-1527192798117/rybena_pdf?file=https://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/relatorio-tecnico-tps-2017-1527192798117/at_download/file

Fica claro que no teste de 2017 as urnas eletrônicas mostravam uma fragilidade imensa, coisa que vinha sendo corrigida desde 2009 e mesmo assim duas equipes uma de uma universidade pública e outra de uma equipe de TI dos técnicos da polícia federal, mostraram que apesar de não contarem com auxílio interno (ou seja, nenhuma informação de um técnico em TI do TSE) e o ambiente de trabalho foi dificultado ao máximo pelo próprio TSE as duas equipes provaram que chegariam com mais tempo e ambiente menos restritivo chegar a modificar o código fonte da urna. 

É importante destacar que segundo a Folha de São Paulo em artigo de 9.jun.2021 (Só Brasil, Bangladesh e Butão usam urna eletrônica sem comprovante do voto impresso) seguem o tipo de urna sem voto impresso, sendo que todos os outros países como Albânia, Argentina, Bulgária, Bélgica, Estados Unidos, França, Índia, Irã, México, Panamá, Paraguai, Perú, República do Congo, Rússia e Venezuela, adotam urna eletrônica com registro em papel. 

Mas o pior de tudo, se houver em toda a equipe de TI do TSE um só membro dessa equipe que atue internamente todo o processo pode ser fraudado com o mínimo trabalho, ou seja, uma só pessoa venal em todos os funcionários do TSE é suficiente para fraudar milhões de votos, provavelmente não será para Bolsonaro, mas para a Terceira Via. 

Redação

Redação

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  • De minha parte sempre tive um sentimento de incompletude após votar na urna eletrônica.

    A ausência de um papelzinho qualquer que confirmasse a minha vontade como cidadão, que aquele pequeno tíquete confirmando meu comparecimento não dá conta de dirimir minhas dúvidas.

    A existência de uma amostragem aleatória resolveria o problema e o próprio TSE poderia de oficio escolher algumas para verificação. Aí se houvesse qualquer denuncia de fraude em uma dessas urnas por parte de eleitores e concorrentes e feita a apuração/verificação as denuncias restassem infundadas, o concorrente perderia o mandato/eleição o eleitor poderia ser criminalizado, evitando assima denuncia vazia no intuito de tumultuar o processo.

  • Pelo amor de Deus, como esse funcionário faria isso? Ele teria acesso a todas as urnas? Não, não teria. É muita falação e nenhuma prova.

  • O acesso não é detectável, não existem mecanismos de proteção, o artigo interessantíssimo precisa ser expandido.

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