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Cemitério de insumos do SUS em polvorosa: R$ 243 milhões em estoque serão incinerados

Jornal GGN – Mais de R$ 240 milhões em insumos estocados no galpão do SUS, em Guarulhos, perderam a validade e terão que ser incinerados. No lote do descaso estão medicamentos, testes de diagnósticos, vacinas e outros produtos. A lista está em sigilo decretado pelo Ministério da Saúde, coisa que a Controladoria-Geral da União já definiu como inadequado.

A Folha conseguiu acesso à lista dos insumos perdidos, bem como os preços pagos por eles. Na lista, 820 canetas de insulina, ao custo de R$ 10 milhões, vacinas para gripe, BCG, hepatite B, varicela, entre outras, numa estimativa de R$ 50 milhões. E o alerta de que parte do que vai para incineração há tempos falta nos postos de saúde.

Entre os medicamentos, alguns para câncer, como o metotrexato, reclamado pela Bahia desde o fim de agosto. Além desses, são R$ 345 mil em produtos relacionados aos programas DST/Aids, principalmente diagnóstico, além de R$ 620 mil em produtos destinados à prevenção da malária.

Outro dado obtido pelo jornal é que serão incinerados mais de R$ 32 milhões em medicamentos comprados por ordem da Justiça, principalmente fármacos de alto custo e voltados a doenças raras. Alguns desses produtos em estoque é uma ampola de nusinersena, avaliado em R$ 160 mil e 908 frascos de eculizumab, no valor de R$ 11,8 milhões.

Esta não é a primeira vez já que o governo Bolsonaro perdeu cerca de 2 milhões de exames RT-PCR para Covid, ao custo de R$ 77 milhões.

Além dos produtos perdidos, há no estoque do MS 2,2 milhões de exames sem validade para diagnosticar dengue, zika e Chikungunya, do laboratório público Bahiafarma. Este estoque teve um custo de R$ 60 milhões e estão interditados desde 2019 por ordem da Anvisa e a Saúde não se posicionou sobre o problema.

Assim, esses testes de diagnóstico sem validade respondem por 60% do estoque, ou R$ 140 milhões, dos insumos vencidos.

Produtos vencidos obtidos pela Folha:

CGLAB (Coordenação Geral de Laboratórios): R$ 140,73 milhões

Vacinas: R$ 49,59 milhões

Cerca 12 milhões de imunizantes para BCG, gripe, pólio, hepatite B, tetra viral, soros para diversas doenças, além de diluentes

Remédios comprados por ordem judicial: R$ 32,99 milhões

Principalmente medicamentos de alto custo para doenças raras, como eculizumab (HPN) e atalureno (Distrofia Muscular de Duchenne).

Medicamentos excepcionais: R$ 17,72 milhões

Caneta de insulina e tratamentos para hepatite C, esclerose múltipla, Alzheimer, Parkinson, entre outras doenças

Outros: R$ 1,93 milhão

Hemoderivados, tratamentos de raiva, tuberculose e produtos de prevenção à malária​

Programas de DST/Aids: R$ 420 mil

Redação

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