Jornal GGN – Telegramas revelam que o ex-chanceler Ernesto Araújo usou o aparato diplomático do país para garantir a aquisição de cloroquina junto à Índia, com telefonemas diretos do próprio presidente Jair Bolsonaro ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, tentando convencê-lo de que o Brasil teria tido “resultados positivos” com a cloroquina para tratar pacientes de Covid-19.
Em março do ano passado, o governo da Índia havia restringido a exportação da cloroquina. O Ministério das Relações Exteriores, à época sob o comando de Araújo, articulou-se para assegurar a compra do medicamento pelo Brasi. Os telegramas foram obtidos e revelados por reportagem da Folha de S.Paulo.
O ministro não somente mobilizou diplomatas, solicitando que atuassem para “sensibilizar o governo indiano para a urgência da liberação da exportação” do remédio para abastecer o sistema de saúde brasileiro, como também se comunicou diretamente com a embaixada da Índia para tal feito e colocou o presidente Jair Bolsonaro em um telefonema com o primeiro-ministro do país.
O remédio amplamente defendido por Jair Bolsonaro não somente mostrou-se ineficaz para combater a Covid-19, como também gerou graves danos à saúde dos pacientes medicados, conforme mostram diversos estudos.
Logo quando o governo brasileiro começou a defender a medicação, no ínicio da pandemia, ainda sem estudos comprovando, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu alerta e afirmou que o remédio não deveria ser usado.
Ainda assim, no dia 26 de março, disseminando Fake News, Bolsonaro falou em “testes bem-sucedidos, em hospitais brasileiros, com a utilização de hidroxicloroquina no tratamento de pacientes infectados pela Covid-19, com a possibilidade de cooperação sobre a experiência brasileira”, durante uma reunião do G-20.
Os telegramas mostram também insistentes pedidos do Itamaraty, sob Ernesto Araújo, durante o mês de abril para obter a cloroquina, mobilizando até a Organização Pan-Americana de Saúde para adquirir um lote de milhões de doses do medicamento.
Naquele mês, Bolsonaro teve uma conversa telefônica com Narendra Modi, primeiro-ministro do país, tentando convencer de “resultados animadores” do remédio.
O uso da hidroxicloroquina foi desaconselhado pela OMS e também por diversas entidades brasileiras, incluindo a Sociedade Brasileira de Infectologia, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, alertando para os efeitos colaterais graves.
As tratativas do Ministério de Relações Exteriores seguiram pelos meses de maio e junho. A reportagem da Folha informa, ainda, que o Itamaraty não deu esclarecimentos ou respostas sobre o caso.
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