Direitos humanos

Como é a morte por nitrogênio, método polêmico usado na execução de preso nos EUA

Kenneth Eugene Smith, condenado pelo assassinato de Elizabeth Sennett em 1988, foi morto nesta quinta no estado do Alabama por gás nitrogênio, a primeira vez que o método foi empregado nos Estados Unidos para a pena de morte. 

Testemunhas da execução relataram que Smith convulsionou na maca por vários minutos, “uma tortura”, o que diverge das alegações do estado ditas anteriormente, que o gás nitrogênio faria com que ele perdesse a consciência rapidamente. 

Smith já havia enfrentado uma tentativa de execução frustrada em novembro de 2022 por injeção letal, quando sofreu diversas incisões nas veias por quatro horas e o tempo determinado para que os responsáveis concluíssem a tarefa expirou. 

Usado como cobaia

A pena de morte em questão é uma forma de execução em que uma pessoa é exposta a uma atmosfera de gás nitrogênio, o que a priva de oxigênio e, posteriormente, causa a morte. Além disso, ela fica suscetível a uma série de efeitos adversos no organismo, desde convulsões violentas e a possibilidade de sobreviver em estado vegetativo.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos teceu críticas à aplicação do método ainda não testado e pediram ao Alabama, no início do mês, que cancelasse a execução, mas a Suprema Corte do país rejeitou o pedido. 

A diretora-executiva conjunta do grupo internacional de direitos humanos Reprieve, Maya Foa, considerou o ocorrido como “tortura”, e que “não foi humana, isso é mentira”, de acordo com o jornal The Guardian. 

Já o especialista em execução da Escola de Medicina da Universidade Emory, Joel Zivot, ao observar os relatos, disse que “é possível que sua morte tenha sido lenta e agonizante”.

À CNN, o advogado Bryan Stevenson, conhecido por lutar contra a pena de morte e fundar a ONG Equal Justice Initiative, também se indignou. “A questão limite da pena de morte não é se alguém merece morrer pelo crime que cometeu. A pergunta limite é se merecemos matar”. 

“Na nossa sociedade, não estupramos pessoas que estupram. Não torturamos pessoas que torturam. Isso porque acreditamos que a integridade da lei significa que temos que fazer melhor do que os piores infratores em nossa sociedade.”

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Carla Castanho

Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN

Carla Castanho

Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN

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