Poucas decisões do COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central, que define a taxa Selic) foram tão polêmicas quanto a da próxima quarta-feira, que definirá a nova taxa.
Desde o ano passado, o Banco Central tomou a decisão de largar a ortodoxia ligeira de combater aumentos de inflação exclusivamente com taxas de juros. Seguindo uma mudança correta de rumos, que ocorre em nível global – endossada pelo próprio FMI -, o BC passou a aplicar um mix de medidas, como aumento do compulsório, redução de prazo de financiamento, exigência de maior valor à vista nos financiamentos, medidas com efeito imediato sobre consumo.
***
NofiNo final do ano, coincidiu com movimentos novos na economia internacional, especialmente a inundação de dólares no mercado internacional promovendo uma explosão nos preços das commodities e das moedas de países emergentes.
Houve um aumento da inflação puxado fundamentalmente por fatores externos – sobre os quais as medidas internas têm pouca eficácia. Mas tenta-se compensar em outros preços a alta registrada nas commodities.
Tomadas as medidas, sempre se espera um tempo para avaliar os resultados. Há sinais claros de desaquecimento da economia no horizonte. Estatisticamente, à medida que foram sendo expurgados os últimos meses do ano da inflação oficial, ela tenderá a cair substancialmente.
Por isso mesmo, qualquer visão prudencial da economia sugeriria que o Copom manterá inalterado a taxa Selic.
***
A reação do mercado foi curiosa. Literalmente, rasgou a fantasia.
Começou pelo discurso em Washington do presidente do BC Alexandre Tombini, um discurso convencional, avaliando a super-liquidez internacional e alertando para os riscos futuros, de elevação das taxas de juros das economias desenvolvidas.
Imediatamente saíram as primeiras notas nos jornais sugerindo que a fala de Tombini indicaria a propensão do BC em elevar em meio ponto a Selic. Puro chute, desmentido na sequencia pelo BC.
***
Ontem na Internet foi a verdadeira farra do boi. Um leitor do meu blog coletou as manchetes dos principais portais:
IG: Notícia enviada por Mercado eleva projeção de inflação no ano – Previsão para IPCA sobe para 6,29% em 2011 e encosta no teto da meta estipulada pelo governo.
G1 – Mercado prevê subida dos juros para 12,25% ao ano.
Folha – Mercado prevê inflação de 6,29% neste ano, aponta Focus
Estadão – Mercado eleva pela 6ª semana projeção da inflação, para 6,29%
***
Ontem tive longa conversa com dois executivos que têm o pulso da economia na mão: Lázaro Brandão e Luiz Carlos Trabucco Cappi, presidente do Bradesco.
Opinião unânime:
Em meio ao julgamento de ex-presidente, Michael Cohen diz que pagou US$ 130 mil do…
Medidas como a liberação do FGTS e a suspensão de prestações habitacionais amenizam os desafios…
O fenômeno da manipulação de fatos e produção de mentiras se instaurou como a nossa…
O mayaro não é contagioso. Porém, o sangue dos doentes é infectante para o contágio…
De excepcionais, esses fenômenos estão se transformando em permanentes. Porém, com um sério agravante: chegaram…
O Rio Guaíba voltou a superar os níveis da enchente histórica de 1941, atingindo 4,78…