Ações de bancos ajudam Bovespa a fechar em alta de 0,36%

Jornal GGN – O bom desempenho das ações do setor de bancos ajudou a bolsa de valores a encerrar as operações em alta, em meio à trajetória de recuperação dos negócios nos mercados internacionais.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou em alta de 0,36%, aos 55.780 pontos e com um volume negociado de R$ 6,502 bilhões, com o índice passando a acumular perda de -0,09% no mês, e um ganho de 8,30% no ano e de 9,60% em 12 meses. As maiores altas do dia ficaram com as ações Bradesco PN (2,60%), Itauunibanco PN (1,81%), Banco do Brasil ON (3,65%), Bradesco ON (1,94%) e (ITAUSA PN, 1,09%). As maiores influências negativas foram exercidas pelos papéis de Vale (PN, -2,15% e ON -2,39%) e Petrobras (PN, -0,48%).

O desempenho da bolsa foi impulsionado por ações de bancos, que apresentaram resultados trimestrais considerados bons pelos analistas, e também acompanhou a trajetória de recuperação dos mercados globais – além do alívio das tensões na Ucrânia, notícias econômicas consideradas a priori ruins são interpretadas como positivas para o mercado, já que aumentam a expectativa de que os bancos centrais, como o Federal Reserve (o Banco Central norte-americano), poderão seguir apoiando as economias.

“No caso da Europa, novos indicadores fracos de atividade na Alemanha e na França aumentam a expectativa de que o Banco Central Europeu possa implementar uma política monetária não-convencional que inclua compra de ativos financeiros nos moldes de seus pares nos Estados Unidos, Inglaterra e Japão”, diz o BB Investimentos.

No Brasil, o indicador de vendas do varejo de julho divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) caiu 0,7% em relação ao mês anterior. Na comparação anual, o crescimento foi de 0,8%, ante 4,7% no mês anterior. Nos Estados Unidos, os novos pedidos de seguro-desemprego aumentaram na semana passada, para 311 mil, ante 290 mil na semana passada e consenso de 295 mil.

O PIB da zona do euro permaneceu estável no segundo trimestre, ante crescimento de 0,2% no primeiro trimestre. Na comparação anual, o crescimento foi de 0,7% no trimestre, ante 0,9% no trimestre anterior. A inflação da região mostrou desaceleração de 0,7% em julho, ante crescimento de 0,1% no mês de junho. A inflação anual manteve-se em 0,4%, ante 0,5% no mês anterior. Na Alemanha o PIB do segundo trimestre retraiu-se 0,2% em relação ao trimestre anterior. Na comparação anual, o crescimento do PIB foi de 0,8%, quando o consenso apostava para um crescimento de 1,3%.

Quanto ao câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,4%, cotado a R$ 2,27 na venda. No contexto externo, investidores analisaram dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos – o número de novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA subiu mais que o esperado na semana passada, embora a tendência ainda indique fortalecimento da criação de vagas. Os dados somam-se a uma série de dados mistos sobre a economia do país, e tal incerteza poderia levar o Federal Reserve a manter as taxas de juros por um período mais prolongado do que o inicialmente esperado.

No Brasil, os agentes ainda repercutem o falecimento de Eduardo Campos, então candidato à Presidência pelo PSB, e seu impacto sobre a corrida eleitoral. As atuações do Banco Central no mercado de câmbio também influenciaram o resultado dólar nesta sessão.

A autoridade monetária voltou a efetuar um leilão de rolagem dos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 1º de setembro. Foram negociados 10 mil contratos, sendo 2,7 mil com vencimento em 4 de maio de 2015 e 7,3 mil para 3 de agosto de 2015, em operação que movimentou o equivalente a US$ 493,9 milhões. No programa de intervenções diárias, foram vendidos 4 mil contratos de swap cambial com vencimento em 2 de fevereiro de 2015, que movimentaram o equivalente a US$ 199 milhões. Também foram ofertados contratos com vencimento em 1º de junho do ano que vem, mas nenhum foi vendido.

Na agenda macroeconômica de sexta-feira, os agentes vão acompanhar a publicação do IGP-10 e do índice de atividade econômica elaborado pelo Banco Central. No exterior, foco para o índice de preços ao produtor, produção industrial, e indicadores de manufatura nos Estados Unidos, além do PIB da Grã-Bretanha.