Categories: Economia

Analisando a CNT/Sensus

Meus gentis colegas Vera e Luiz,

Daqui para a frente haverá tantas pesquisas… Em torno de uma por instituto por semana. Creio que devemos dar atenção apenas aos ciclos completos de 4 pesquisas, não mais uma pesquisa de cada vez. Como disse o Marcos Coimbra, não que isso seja necessário para as campanhas, que têm seus indicadores próprios e os usam para obter apoios, mas para audiência e venda de jornais. Uma hora a população vai se envolver com o assunto.

Acho que os grandes pontos já foram todos levantados, há pouca novidade:

– pesquisas estimuladas mostram apenas o grau de comunicação de uma candidatura, não servem como projeção (por isso aquilo de “se a eleição fosse hoje…” é falho)

– as pesquisas espontâneas mostraram durante todo este ano um mínimo de 55% no campo lulista (era 60% ano passado), para a oposição os números são 35% (2010) e 30% (2009), fica sempre uns 10% para Marina e outros. A transformação de indecisos (40% nessa contagem, sobre o total de entrevistados) em decididos ainda está em curso, mas o governo tem a campanha como trunfo para obter mais da metade nesse grupo.

– a transferência de votos (Lula > Dilma) é clara e constante, trata-se apenas de comunicação. Há confusão se isso se deve apenas ao momento de continuísmo, à popularidade do Lula, ao apoio de vários partidos ou se faz parte de um movimento de mais longo prazo do eleitorado em direção ao centro político.

– a regionalização está se consolidando tal qual em 2006. Nos estados onde a preferência por Serra era devida à lembrança do nome, Dilma ampliou fortemente suas intenções de voto. Serra permanece em vantagem exatamente nos mesmos estados em que Alckmin ganhou de Lula.

– pesquisas são “retrato do momento”, mas de novembro para cá esses momentos são cada vez mais previsíveis, principalmente desde que as alternativas Ciro e Aécio saíram de cena em abril. Se não houver fato novo, e ocorrer apenas algo próximo à simples continuidade estatística, teremos em 03/outubro, nos votos válidos, algo como 54% (Dilma), 34% (Serra), 12% (Marina, outros.)

Não faço idéia do efeito dos debates, creio que por aqui todos os verão, mas o de hoje é muito tarde e na Band, não sei a data de outros. Acho que só lá pelo dia 20 dará para ver alguns efeitos.

Luis Nassif

Luis Nassif

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