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Boatos sobre novo corte de nota derruba bolsa de valores

Jornal GGN – A bolsa perdeu força e fechou o dia em baixa devido a especulação envolvendo um novo corte da nota de crédito do Brasil pelas agências de classificação de risco. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou em queda de 2,65%, aos 47.264 pontos e com um volume negociado de R$ 8,235 bilhões.

Mesmo com a forte queda do dia, a bolsa terminou a semana em alta de 1,86%, após duas semanas de perdas. No mês, a Bovespa acumula ganhos de 1,37%, ao passo que a perda acumulada ao longo de 2015 chega a 5,49%.

A queda das ações da Petrobras e dos principais bancos brasileiros puxaram a baixa do índice. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) recuaram 3,31%, a R$ 7,60, ao passo que os papéis ordinários da estatal (PETR3) caíram 3,99%, a R$ 8,91.  Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) despencaram 5,61%, a R$ 16,83; os do Bradesco (BBDC4) perderam 5,43%, a R$ 23,33; e os do Itaú Unibanco (ITUB4) se desvalorizaram 3,93%, a R$ 27,85.

Segundo profissionais consultados pela agência de notícias Reuters, boatos relacionados a um eventual novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil se espalharam pelo mercado. Depois que a agência Standard & Poor’s cortou a nota do Brasil para o nível especulativo no início deste mês, agentes financeiros passaram a especular sobre qual seria a atitude a ser tomada pelas agências Moody’s e Fitch Ratings.

No câmbio, a cotação do dólar comercial fechou em alta de 1,96%, a R$ 3,958 na venda – o segundo maior valor atingido pelo dólar desde o início do real, sendo superado apenas pelo dia 10 de outubro de 2002, quando a moeda bateu R$ 3,99. Com isso, o dólar acumula valorização de 2,09% na semana, 48,88% no ano e 67,4% em 12 meses.

A moeda norte-americana chegou a iniciar em queda. Na cotação, por volta das 10h, chegou a ser vendida a R$ 3,869. Nas horas seguintes, porém, voltou a subir até encerrar no valor máximo do dia. O dólar comercial acumula alta de 9,1% apenas em setembro e de 48,9% em 2015.

Ao mesmo tempo, o Banco Central brasileiro deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) com vencimento em outubro, vendendo a oferta total de até 9.450 contratos. Ao todo, já rolou o equivalente a US$ 5,860 bilhões, ou cerca de 62% do lote total, que corresponde a US$ 9,458 bilhões.

A cotação da moeda não caiu, apesar de o Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, ter adiado o aumento da taxa básica de juros da maior economia do planeta na reunião da última quinta-feira (17). Desde o fim de 2008, os juros nos Estados Unidos estão entre 0% e 0,25% ao ano. Na época, o Fed cortou a taxa para estimular a economia americana em meio à crise no crédito imobiliário. A última elevação de juros nos Estados Unidos ocorreu em 2006.

Para segunda-feira, os analistas aguardam a publicação do relatório Focus, da balança comercial, e existe a expectativa pela publicação do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) e do Caged, além das vendas de casas usadas e do índice de preços ao produtor na Alemanha.

 

 

(Com Reuters e Agência Brasil)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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