Categories: CriseEconomia

De como a economia derreteu

Atualizado

Do IBGE

De novembro para dezembro, produção industrial recuou 12,4%

Na série sem ajuste sazonal, houve queda de 14,5% em relação a dezembro de 2007. A produção industrial acumulou 3,1% em 2008, ficando abaixo do crescimento acumulado em 2007 (6,0%).

Em dezembro de 2008, a produção industrial recuou 12,4% frente a novembro, na série com ajuste sazonal. Foi o terceiro resultado negativo consecutivo nessa comparação, acumulando perda de 19,8% de setembro a dezembro. Em relação a dezembro de 2007, o decréscimo foi de 14,5% contra os –6,4% registrados em novembro. Com isso, o resultado para o fechamento do ano ficou em 3,1%, bem abaixo do resultado acumulado até setembro (6,4%). A produção no último trimestre de 2008 recuou 9,4% na comparação com o período imediatamente anterior e 6,2% em relação ao quarto trimestre de 2007.

A redução de 12,4% observada na passagem de novembro para dezembro de 2008 foi a mais acentuada da série histórica (iniciada em 1991), e levou o patamar de produção ao nível observado em março de 2004. O resultado refletiu o comportamento negativo dos 27 ramos pesquisados, à exceção de celulose e papel (0,4%) e outros equipamentos de transporte (6,7%). O desempenho da indústria de veículos automotores, com queda de 39,7%, foi o principal impacto negativo no índice global, seguido por máquinas e equipamentos (-19,2%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-48,8%), metalurgia básica (-18,3%), borracha e plástico (-20,1%), indústria extrativa (-11,8%) e outros produtos químicos (-9,0%). Esse quadro de queda generalizada foi especialmente marcado pelo movimento de setores mais sensíveis à restrição de crédito e a queda das exportações de commodities.

Por Alex

Toda Mídia

NELSON DE SÁ

Sopro de otimismo

Em duas longas reportagens, ontem, o “Wall Street Journal” alertou investidores americanos a se “aventurarem no exterior”, ainda “a saída inteligente”.

Segundo o jornal, “muitos gerentes de investimento, conselheiros financeiros e analistas encontram ações com bons preços em áreas como os emergentes”, onde o movimento de venda teria sido “exagerado”. Cita, logo de cara, que “um país atraente é o Brasil, com economia bem administrada e que está investindo em infraestrutura e educação”.

Um analista alerta para “uma recuperação das commodities”.

No segundo texto, “Sinais de esperança num horizonte gelado” , o “WSJ” destaca precisamente como os “preços em alta das commodities” estariam “oferecendo um sopro de otimismo”.

De novo, abre pelas ações do Brasil, com o gráfico “Tentando se recuperar”, mostrando Bovespa e petróleo. Registra que se prevê recuperação global no segundo semestre, encabeçada por emergentes como Brasil.

No fim do texto, “quando o mercado de ações dobrar a esquina, será mais rápido do que as pessoas pensam”. Bloomberg e blogs já vão na mesma linha.

Por Paulo Kautscher-São Gonçalo-RJ

“Tem o link?”

Nassif.

Acho que é esta:

http://www.fecomercio.com.br/pagina.php?tipo=21&pg=1147

Comentário

Levem em conta o seguinte atenuante.

1. A economia vinha a cem por hora.

2. Internacionalmente, havia especulação com matérias primas.

3. Esses dois fenômenos levaram a indústria a super-estocar.

4. Quando veio a crise internacional, a indústria passou a trabalhar com um ritmo menor de vendas. O primeiro passo foi adequar os estoques às novas expectativas. Nesse período de adequaçãoi, vende-se o estoque acumulado. O comércio consegue andar com os estoques, mas a indústria deixa de produzir até os estoques voltarem à nova normalidade.

5. Por isso, só haverá uma estimativa melhor do novo ritmo da atividade econômica, quando os estoques assentarem.

Luis Nassif

Luis Nassif

View Comments

  • Do Banco Central
    Do Banco Central
    http://www.bcb.gov.br/?COPOM140

    Ata da reunião ordinária do COPOM Data: 20 e 21/01/2009

    27. No regime de metas para a inflação, o Copom orienta suas decisões de acordo com os valores projetados para a inflação, a análise de diversos cenários alternativos para a evolução das principais variáveis que determinam a dinâmica prospectiva dos preços e o balanço dos riscos associado às suas projeções.

    Há sinais de que, depois de um longo período de expansão, a demanda doméstica teria passado a exercer influência contracionista sobre a atividade econômica, a despeito da persistência de fatores de estímulo, como o crescimento da renda..................................

  • Precisamos mudar radicalmente
    Precisamos mudar radicalmente a Política Monetária.

    Agora está confirmado pelas estatísticas oficiais, mas o certo é que uma queda monumental da produção industrial de 14,5% em relação a dezembro de 2008 e de 20% no trimestre, não precisaria de estatísticas para perceber os estragos.

    O Ministério da Fazenda rapidamente abriu a caixa de ferramenta com incentivos fiscais e ampliação do crédito, mas não conseguiu evitar esta monumental queda da produção industrial que sem os incentivos fiscais poderiam ser ainda maiores.

    Este é o preço da lentidão do COPOM, que demonstram acima de tudo uma total incompetência para avaliar a realidade.

    Com o argumento de sempre "de acordo com os dados disponíveis", o COPOM assinou um atestado de incompetência.

    Creio que se a queda fosse de 3 ou 4% já seria perceptível, mas uma queda de mais de 12% em único mês de 20% no trimestre é muito, para não ser percebido, e não foi por falta de alarde. Todos ignorados pelo COPOM.
    Quais os dados de em que se baseiam o COPOM diante da maior crise mundial dos últimos 80 anos.
    Aonde estudarão os economistas do COPOM.
    Será que se pode chamar de economistas os membros do COPOM?

    A incompetência chega ser tão grande, que é assustador.

    Estamos sendo guiados por cegos e malucos em direção ao inferno da depressão.

  • Pra que tanto drama, o BC já
    Pra que tanto drama, o BC já avisou que até o final de 2010 a Selic estará em 10,5%. Como diria o Didi Mocó: aguarde e confie.

  • Não era o BC que identifica
    Não era o BC que identifica naquela época, nov/dez/08, sinais de atividade robusta que fazia com que a SELIC fosse praticamente mantida?

    PELAMORDEDEUS, quando LULA perceberá que os que lá estão são um embuste ?

  • Toda Mídia

    NELSON DE SÁ -
    Toda Mídia

    NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

    Sopro de otimismo

    Em duas longas reportagens, ontem, o "Wall Street Journal" alertou investidores americanos a se "aventurarem no exterior", ainda "a saída inteligente".

    Segundo o jornal, "muitos gerentes de investimento, conselheiros financeiros e analistas encontram ações com bons preços em áreas como os emergentes", onde o movimento de venda teria sido "exagerado". Cita, logo de cara, que "um país atraente é o Brasil, com economia bem administrada e que está investindo em infraestrutura e educação".

    Um analista alerta para "uma recuperação das commodities".
    No segundo texto, "Sinais de esperança num horizonte gelado" , o "WSJ" destaca precisamente como os "preços em alta das commodities" estariam "oferecendo um sopro de otimismo".

    De novo, abre pelas ações do Brasil, com o gráfico "Tentando se recuperar", mostrando Bovespa e petróleo. Registra que se prevê recuperação global no segundo semestre, encabeçada por emergentes como Brasil.

    No fim do texto, "quando o mercado de ações dobrar a esquina, será mais rápido do que as pessoas pensam". Bloomberg e blogs já vão na mesma linha.

  • Como a economia derreteu
    Como a economia derreteu ?

    Este cara é uma besta, quem derrete é Mantega HEHEHEHE

    Estas estatísticas de retrovisor só servem para atrasar mais ainda as necessárias mudanças de curso no pensamento dos que dirigem esta nação.

    Quando o Mantega estiver frito talvez renasça a esperança.

  • A correia de transmissão dos
    A correia de transmissão dos efeitos da taxa de juros à economia real precisa de algo em torno de 6 meses para executar o serviço.
    Queda nos juros não resolve todos os problemas, mas, no mínimo, reduz a despesa do tesouro com o seu pagamento.
    Alguém duvida que os bancos brasileiros vão continuar emprestando ao governo, ainda que seja com juros de um dígito?

  • CNI: faturamento da indústria
    CNI: faturamento da indústria sobe 1,4% em dezembro.

    Como se explica o faturamento aumentar e a produção cair?

Recent Posts

Justiça anula votação e interrompe venda da Sabesp

Decisão afirma que Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou texto sem realizar audiência pública…

1 hora ago

União e Espírito Santo rejeitam proposta da Vale/Samarco

Oferta de compensação apresentada pelas mineradoras “não representa avanço em relação à proposta anterior (...)”

3 horas ago

Concurso Nacional Unificado é adiado por estado de calamidade do RS

"O nosso objetivo, desde o início, é garantir o acesso de todos os candidatos", disse…

3 horas ago

Ministro Alexandre de Moraes determina soltura de Mauro Cid

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro assinou acordo de colaboração premiada; militar estava preso desde…

4 horas ago

A pequena recuperação da indústria, por Luís Nassif

Em 12 meses, a indústria geral cresceu 2,27%. E, em relação ao mesmo período de…

4 horas ago

Após privatização, tarifas de água aumentaram mais de 100% em comparação à Sabesp

Confira o levantamento comparativo com as tarifas do Rio de Janeiro, após privatização

4 horas ago