Divisão de defesa aumenta lucros da Embraer

Sugerido por Assis Ribeiro

Do Brasil Econômico

Empresa teve lucro líquido 320% maior no primeiro trimestre do ano, na comparação com mesmo período de 2013
Rodrigo Carro
A diversificação de negócios fez bem aos resultados da Embraer. Criada em 2011, a divisão de Defesa e Segurança impulsionou o lucro da companhia nos primeiros três meses do ano para o patamar de R$ 262,8 milhões, um aumento de 320% em relação ao mesmo período de 2013. Entre janeiro e março, esse segmento faturou R$ 931,4 milhões, valor 87% superior ao registrado no primeiro trimestre do ano passado, segundo informou a fabricante de aviões na última quarta-feira.
A receita líquida da Embraer totalizou R$ 2,92 bilhões no primeiro trimestre. Desse total, 31,8% do faturamento vieram do segmento de Defesa e Segurança — quase o dobro da participação registrada nos últimos três meses de 2013. No fim de 2012, a área respondia por 16,9% da receita líquida da fabricante de aviões. “O aumento da receita na área de defesa é um reflexo do avanço nas atividades dos programas desenvolvidos neste segmento”, disse o vice-presidente Executivo Financeiro e de Relações com Investidores da Embraer, José Antonio de Almeida Felippo, em teleconferência com jornalistas anteontem. Entre os programas destacados por Felippo estão o desenvolvimento do jato de transporte militar tático KC-390 e o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron).

Outro projeto importante nesta área é o do Super Tucano. A Embraer Defesa e Segurança iniciou a montagem da primeira aeronave para o programa LAS (Light Air Support, ou Apoio Aéreo Leve), da Força Aérea dos Estados Unidos, na cidade americana de Jacksonville. A montagem segue o cronograma previsto originalmente, com início das primeiras entregas em meados deste ano. A companhia informou ainda que concluiu em março a modernização da segunda aeronave da série do programa A-1M, da Força Aérea Brasileira (FAB). O programa prevê a revitalização e a modernização de 43 jatos subsônicos AMX. Desse total, 23 aviões se encontram nas instalações da companhia. A Embraer Defesa e Segurança também trabalha na modernização de 11 caças F-5, da FAB, sendo que sete aeronaves já foram recebidas e se encontram em processo de atualização.
“A expansão nos negócios da Embraer se refletiu nos resultados do balanço do primeiro trimestre, que ficaram muito acima da expectativa do mercado”, comentou Lucas Ronzani, integrante da equipe de análise da corretora UM Investimentos. A projeção da Embraer é de que o segmento de Defesa e Segurança contribua com aproximadamente 20% da receita líquida em 2014, que deverá ficar entre R$ 6 bilhões e R$ 6,5 bilhões. As projeções foram divulgadas em fato relevante publicado pela empresa em fevereiro e reiteradas por Filippo durante a teleconferência.
Entre os fatores que mais contribuíram para a ampliação da rentabilidade da Embraer no trimestre, o BB Investimentos destacou — além do bom resultado na área de Defesa e Segurança — os ganhos de eficiência e a desvalorização cambial (a cotação mais alta do dólar aumentou a receita em reais). Em relatório sobre a empresa, os analistas Mário Bernardes Junior e Gabriela Cortez ressaltaram que “a carteira de pedidos firmes da companhia, cujo montante chegou a US$ 19,2 bilhões, sendo este um nível recorde desde o ano de 2009.”
Entre janeiro a março deste ano, a Embraer entregou 14 aeronaves comerciais, contra 17 no mesmo período de 2013. Já no segmento de aviação executiva houve expansão nas entregas: 20 unidades (17 jatos leves e três grandes) ante 12. O Ebitda (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) somou R$ 354,7 milhões — 140,1% a mais do que no primeiro trimestre do ano passado. “No período, houve um aumento da receita que não foi acompanhado pelas despesas”, resume Ronzani, da UM Investimentos, acrescentando que houve redução nas verbas destinadas a pesquisa e desenvolvimento (P&D). Os recursos para P&D caíram do nível de R$ 177,5 milhões, no primeiro trimestre de 2013, para R$ 81,6 milhões em igual período deste ano. A queda é maior ainda quando a comparação inclui os investimentos em pesquisa e desenvolvimento feitos no quarto trimestre do ano passado: R$ 223,4 milhões.
No fim de março, o endividamento da Embraer somava R$ 5,01 bilhões, frente a R$ 5,14 bilhões no quarto trimestre do ano passado. A diminuição está relacionada basicamente à valorização do real frente ao dólar ao final do período.
As projeções de entregas para este ano foram mantidas nas faixas de 92 a 97 jatos comerciais, 80 a 90 aeronaves executivas leves e de 25 a 30 jatos executivos grandes. A companhia espera alcançar um lucro líquido operacional entre US$ 540 milhões e US$ 620 milhões, reforçou o vice-presidente Executivo Financeiro e de Relações com Investidores da Embraer. Para o BB Investimentos, as “perspectivas para a Embraer são positivas”, já que “o posicionamento da companhia para atendimento da crescente demanda do mercado de aviação regional pelo mundo tende a ser uma de suas principais vantagens competitivas.”
Redação

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