FUP critica venda de fatia de área do pré-sal para a Total

Pedro Parente, presidente da Petrobras, com Patrick Pouyanné, da Total (foto: Flávio Emanuel/Petrobras)
Enviado por emerson57
Jornal GGN – A Federação Única dos Petroleiros classificou como um “crime de lesa-pátria” a aprovação da venda de 22,5% de Iara, no pré-sal da Bacia de Santos. “A gestão Pedro Parente deu de mãos beijadas à petrolífera francesa um tesouro de 675 milhões de barris de petróleo”.
Para a FUP, o acordo fechado entre a Petrobras e a Total e aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) representa a entrega de uma patrimônio de mais de US$ 30 bilhões por menos de 6% deste valor. A entidade também afirma que o acordo de colaboração entre a Total e a Petrobras é “praticamente um negócio de pai pra filho”.

Leia mais abaixo:
Da Federação Única dos Petroleiros
Ao aprovar sem restrições nesta segunda-feira, 03/04, a venda de 22,5% da área exploratória de Iara, no Pré-Sal da Bacia de Santos, que a Petrobrás celebrou com a Total, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) oficializa mais um crime de lesa-pátria. Através de um acordo de colaboração assinado em 28 de fevereiro e batizado ironicamente de Aliança Estratégica, a gestão Pedro Parente deu de mãos beijadas à petrolífera francesa um tesouro de 675 milhões de barris de petróleo (o bloco todo tem reservas provadas de três bilhões de barris).
Trata-se de um patrimônio de 33,7 bilhões de dólares (levando em conta o preço atual do barril de petróleo), entregue à multinacional por menos de 6% deste valor. O tal acordo de colaboração é praticamente um negócio de pai pra filho. Por 2,2 bilhões de dólares, a Total abocanhou não só uma fatia considerável de Iara, como também se apropriará de 35% do campo de Lapa, cujo ativo já havia sido depreciado em R$ 1,238 bilhões, para facilitar a sua venda. Também foram entregues à petrolífera francesa 50% da Termobahia, incluindo duas termoelétricas e o acesso ao terminal de regaseificação.
Os valores negociados com a Total, além de estarem muito abaixo dos preços de mercado, ainda serão pagos de forma escalonada: US$ 1,6 bi à vista e o restante em suaves prestações. Além disso, a multinacional se beneficiará de toda infraestrutura e logística já desenvolvidas pela Petrobrás, o que reduzirá significativamente os seus custos.
Não é à toa que o acordo de colaboração feito por Pedro Parente foi celebrado efusivamente pelos investidores franceses. Analistas de mercado chegaram a calcular que a Total aumentará em 1 bilhão de barris de petróleo as suas reservas ao se apropriar destas duas áreas do Pré-Sal brasileiro. Tudo isso a um custo estimado entre US$ 1,75 e US$ 2,4 o barril, segundo divulgou a imprensa francesa na época do fechamento do acordo.
É no mínimo suspeito o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar uma negociata tão escancarada como esta. Enquanto o mundo inteiro está em busca de novas reservas de energia, o nosso Pré-Sal é entregue a preço de banana, com o aval dos órgãos regulamentadores.
Federação Única dos Petroleiros
Redação

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