Eleições vão determinar o andamento da bolsa em outubro

Jornal GGN – Assim como ocorreu durante o mês de setembro, a bolsa de valores em outubro deve apresentar alguma oscilação diante dos desdobramentos da disputa presidencial no país, em meio a uma agenda movimentada no mercado internacional. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou o mês de setembro com perda acumulada de 11,70%, aos 54.116 pontos, passando a acumular ganho anual de 5,07% e de 3,40% em 12 meses.

“Resumidamente, os temores da maior parte dos investidores com a possível elevação antecipada da taxa de juros nos Estados Unidos acabou por ofuscar o ingresso de capital externo. Esta situação terminou por afetar de modo mais incisivo os índices das bolsas de países emergentes, principalmente, aquelas que tinham obtido recentes elevações – ou seja, que tinham “gordura para queimar”, como se diz no jargão de mercado, como o caso do Ibovespa”, diz a equipe de análise da corretora BB Investimentos. No exterior, o debate acerca do rumo da política monetária dos EUA continuou em foco, apesar da ausência de novidades consideráveis neste mês, uma vez que os dados mistos de atividade, inflação e mercado de trabalho mantiveram a incerteza sobre o timing do Fed para elevação das taxas de juros, em meio à busca da retomada da atividade por parte do BCE (Banco Central Europeu) e a manutenção do ciclo de desaceleração econômica na China.

Para outubro, tudo vai depender do quadro eleitoral no Brasil. Na visão da SLW Corretora, o mês não será dos mais fáceis. “Começamos o mês com a semana que antecede as eleições no 1º turno, com o Ibovespa mostrando fortes devoluções. O comportamento do mês de outubro vai depender totalmente do resultado das eleições”, diz a corretora, em relatório assinado pelo analista chefe Pedro Galdi. “Caso ocorra um segundo turno entre as candidatas Dilma e Marina Silva, o Ibovespa pode até mostrar sinais de recuperação com o entendimento de que o horário político será compartilhado de forma similar entre as duas concorrentes. No caso da disputa ser realizada pelo candidato Aécio Neves e Dilma, muita volatilidade tende a surgir”. Quanto ao cenário macroeconômico, a equipe da corretora Ativa manteve o quadro de deterioração econômica do país, “inclusive com o Banco Central revisando para baixo as projeções do PIB em 2014 no relatório trimestral de inflação”.

Além disso, a temporada de balanços do terceiro trimestre terá início em outubro e, como o PIB do segundo trimestre (preliminar) dos Estados Unidos registrou crescimento de 4,6%, poderão ocorrer surpresas positivas nos resultados. No mais, os dados advindos da China sugerem que o crescimento do país pode estar “andando no mesmo lugar”. Já na Europa, destacadamente na zona do euro, os índices econômicos ainda não indicam um segundo semestre auspicioso.

Corretoras divulgam recomendações para o mês

Diante da importância do quadro eleitoral no mercado financeiro, os investimentos com foco em longo prazo tem ganho bastante força, e isso pode ser visto no posicionamento de algumas corretoras. Para a Ativa Corretora, outubro deve ser de volatilidade, o que vai exigir cautela ao investidor, já que a trajetória dos ativos pode mudar conforme o resultado da eleição presidencial.

Por conta disso, a recomendação da corretora Socopa é pela análise de “ativos mais seguros, com sólidos fundamentos operacionais e boas perspectivas de crescimento como forma de alocação de recursos neste mês que marca a transição de governo ou manutenção do atual”. Antes de ir às compras, consulte sua corretora ou seu corretor de valores para definir um plano mais adequado ao seu perfil.

SLW (perfil moderado) – ItauUnibanco PN (ITUB4), BB Seguridade (BBSE3), Tractebel ON (TLBE3), Coelce PNA (COCE4), CPFL ON (CPFE3), Eletrobras PNB (ELET6), Telef.Brasil PN (VIVT4), Cielo ON (CIEL3) e Souza Cruz ON (CRUZ3).

Ativa – Estácio ON (ESTC3), Pão de Açúcar PN (PCAR4), Vale PNA (VALE5), Petrobras PN (PETR4), Telef. Brasil (VIVT4), ItauUnibanco PN (ITUB4), Equatorial ON (EQTL3), BRF ON (BRFS3), BMFBovespa ON (BVMF3) e Ambev ON (ABEV3).

BB Investimentos – GAEC Anima ON (ANIM3), BRF ON (BRFS3), Cielo ON (CIEL3), Cia. Siderúrgica Nacional ON (CSNA3), Embraer ON (EMBR3), Fibria ON (FIBR3), Hypermarcas ON (HYPE3), ItauUnibanco PN (ITUB4), Pão de Açúcar PN (PCAR4), Petrobras ON (PETR3), Smiles ON (SMLE3) e Vale PNA (VALE5).

Socopa – BRF ON (BRFS3), Cielo ON (CIEL3), Vale PNA (VALE5), Estácio ON (ESTC3) e Duratex ON (DTEX3).