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Fibria perde R$ 361 milhões no terceiro trimestre

Jornal GGN – A Fibria apresentou um prejuízo líquido de R$ 361,7 milhões no terceiro trimestre, considerando-se o resultado atribuído aos sócios na empresa controladora, revertendo o ganho de R$ 54,5 milhões que foi registrado um ano antes.

De acordo com os dados divulgados ao mercado, o resultado foi influenciado pelo desempenho operacional inferior, na comparação anual, e pela forte elevação das despesas financeiras, na esteira do impacto negativo da variação cambial na parcela da dívida que está expressa em moeda estrangeira.

No período, o resultado financeiro foi negativo em R$ 785 milhões, contra um resultado negativo de R$ 68 milhões no segundo trimestre do ano, e de R$ 226 milhões no terceiro trimestre de 2013. Segundo a companhia, a variação é explicada pela valorização de 11% do dólar em relação ao real, resultando em maior efeito da despesa proveniente da variação cambial sobre a dívida e sobre os instrumentos de hedge.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 613 milhões, com margem de 35%, aumento de 3% em relação ao segundo trimestre devido ao aumento do volume de vendas e valorização do dólar médio. Em relação ao mesmo período de 2013, a queda de 19% no EBITDA se deveu ao menor preço médio líquido em reais, por sua vez em função da redução do preço da celulose em dólar. O EBITDA dos últimos 12 meses totalizou R$ 2,708 bilhões, com margem de 38%.

O fluxo de caixa livre no trimestre foi R$ 117 milhões, redução em comparação ao segundo trimestre por conta da variação no capital de giro. Em relação ao terceiro trimestre de 2013, a queda deveu-se em grande parte à redução no EBITDA, conforme elucidado anteriormente. Nos últimos doze meses, o FCL ficou em R$ 1,119 bilhão, o que correspondeu a 7,5% de free cash flow yield em 30/09/2014.

A produção de celulose da empresa no trimestre foi de 1,345 milhão de toneladas, 6% superior em relação ao segundo trimestre, em função do menor impacto das paradas programadas para manutenção e maior número de dias de produção. Na comparação com 2013, a produção ficou estável. O volume de vendas totalizou 1,4 milhão de toneladas, 3% superior ao segundo trimestre em função do maior volume vendido para a América do Norte, apesar da sazonalidade típica deste período. Os estoques de celulose encerraram o trimestre em 50 dias, mesmo nível do 4T13, período em que normalmente as vendas são mais elevadas.

Na avaliação dos analistas da Concórdia Corretora, o resultado apresentado foi “condizente” com o momento enfraquecido que a celulose vive no mercado internacional. “Mesmo a empresa conseguindo compensar, parcialmente, o menor preço em dólar da commoditie, com maior volume de vendas, os custos dos produtos vendidos e, em menor escala, o aumento das despesas, pressionaram consideravelmente seu Ebitda ajustado e respectiva margem”, pontuam os agentes.

“Apesar da redução do endividamento líquido total ao mínimo histórico da Fibria, e dos menores juros pagos em dólar, a variação cambial potencializou bastante o operacional apagado, revertendo o lucro do terceiro trimestre em prejuízo de R$ 362 milhões”, diz a corretora, ressaltando que os resultados também tiveram pontos de destaque, como melhoria no perfil das obrigações e menor relação Dívida Líquida/Ebitda (de 3,0x para 2,7x), mas a maior necessidade de aquisição de madeira de terceiros, e a atual perspectiva de preços reduzidos e entrada de novos players mais competitivos que os tradicionais, incitam cautela no momento.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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