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Indústria recua 9% em relação a agosto de 2014

Jornal GGN – O setor industrial apresentou uma retração de 9% no mês de agosto em relação ao visto no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O perfil de resultados negativos foi generalizado, e atingiu as quatro grandes categorias econômicas, 23 dos 26 ramos, 63 dos 79 grupos e 71,9% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 26,2%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada, em grande parte, pela redução na produção de caminhões, automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias, reboques e semirreboques, carrocerias e chassis com motor para ônibus e caminhões e autopeças. Outras contribuições negativas relevantes vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-8,7%), de máquinas e equipamentos (-15,3%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-30,3%), de produtos de metal (-15,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18,7%), de produtos alimentícios (-2,7%), de outros produtos químicos (-7,4%), de metalurgia (-7,3%), de produtos de borracha e de material plástico (-10,1%), de produtos de minerais não-metálicos (-9,2%), de produtos têxteis (-20,7%), de impressão e reprodução de gravações (-26,2%) e de móveis (-19,6%).
Por outro lado, ainda na comparação com agosto de 2014, entre as três atividades que aumentaram a produção, o principal impacto foi observado em indústrias extrativas (2,9%), impulsionado, em grande parte, pelos avanços nos itens minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo.
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (-33,2%) e bens de consumo duráveis (-14,6%) assinalaram, em agosto de 2015, as reduções mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,6%) e de bens intermediários (-5,5%) também mostraram resultados negativos nesse mês, mas ambos com recuos abaixo da média nacional (-9%). O setor bens de capital, ao recuar 33,2% no índice mensal de agosto de 2015, assinalou a décima oitava taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde o ínicio da série histórica nesse tipo de comparação. As demais taxas negativas foram registradas por bens de capital de uso misto (-35,1%), para construção (-56,8%), agrícola (-32,4%), para energia elétrica (-19,7%) e para fins industriais (-2,3%).
O segmento de bens de consumo duráveis recuou 14,6% no índice mensal de agosto de 2015, décimo oitavo resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e mais intenso do que o verificado em julho último (-13,7%). Nesse mês, o setor foi particularmente pressionado pela menor fabricação de automóveis (-12%), de eletrodomésticos da “linha branca” (-21,7%) e da “linha marrom” (-17,7%), influenciados, em grande parte, por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Outros impactos negativos importantes vieram de motocicletas (-12,7%), de móveis (-18,2%) e do grupamento de outros eletrodomésticos (-8,1%).
A redução na produção de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,6%), em agosto de 2015, foi o décimo resultado negativo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior, mas diminuiu a intensidade de queda frente ao verificado em julho último (-9,2%). O desempenho nesse mês foi explicado pelos recuos observados em todos os seus grupamentos: semiduráveis (-11,7%), carburantes (-11,8%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-4,4%) e não-duráveis (-7%).
A produção de bens intermediários, com redução de 5,5% em agosto de 2015, assinalou a décima sétima taxa negativa consecutiva e com ritmo de queda próximo ao verificado no mês anterior (-5,6%). O resultado foi afetado pelos recuos nos produtos associados às atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (-20%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,2%), de produtos de metal (-17,9%), de outros produtos químicos (-7,5%), de metalurgia (-7,3%), de produtos de borracha e de material plástico (-10%), de produtos de minerais não-metálicos (-9%), de produtos têxteis (-20,1%) e de produtos alimentícios (-0,2%), enquanto as pressões positivas foram registradas por indústrias extrativas (2,9%), máquinas e equipamentos (10,3%) e celulose, papel e produtos de papel (1,9%). Ainda nessa categoria, outros segmentos com recuo expressivo foram apurados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-15,2%), que marcou a décima oitava taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde o ínicio da série histórica, e de embalagens (-6,2%), que acentuou a queda de 3,4% assinalada no mês anterior
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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  • Ou restabelece a confiança, ou a solução é alugar o Brasil

    É um fato, quem tem dinheiro faz bastante dinheiro. Quem não tem, ou é assalariado está se "lascando" mesmo.

    Tomara que com a "venda" ministerial exista um apoio a governabilidade, e com isso seja fomentado o consumo interno a partir de produção interna.

    Se nada for feito, a base da pirâmide da cadeia alimentar vai cada vez perder mais poder aquisitivo e emprego e isto ocorrendo como está, então pouco importará balança comercial positiva, recordes de produção da Petrobras ou reservas no exterior.

    Como Maquiavel já dizia, quando falta o básico para a população e a pressão é extrema, esta se volta contra o governante e vai com quem oferecer algo um pouco melhor.

    A Dilma tem que prestar atenção e cuidar de quem a elegeu, senão nem o Lula em 2018. Em situação extrema, logo a população vai pedir para incluir um Segundo idioma oficial como quase fizeram em 1964.

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