Categories: Economia

O lítio boliviano

Atualizado

Por Andre Araujo

Quando aqui comentei por inumeras vezes a falta de consistência e objetivos claros da politica externa brasileira, especialmente na America do Sul, muitos colegas de blog colocaram seu inconformismo com essas criticas. Hoje, dia 17 de fevereiro de 2009, Evo Morales, Presidente da Bolivia apoiado pelo Brasil mesmo quando agrediu o Brasil por inumeras vezes, inclusive de forma truculenta e humilhante, esse mesmo Evo Morales está em Paris negociando com uma companhia privada francesa a exploração das grandes reservas de lítio da Boliva, que detem 45% da reserva mundial desse minério essencial para a produção de baterias. Fica a pergunta : porque Morales não propos esse acordo a uma companhia brasileira, como a Vale do Rio Doce? Porque foi procurar na França parceria para essa exploração? Quando a França apoiou a Bolivia ou Morales, em que situação? Não há registro de nenhum apoio diplomático, politico ou economico da França à Bolivia de Morales. Pois o ingrato foi lá fazer negócios. Está ai a prova provada do fracasso de uma politica que não serviu para nada, apenas gerou ingratidão e desprezo de quem beneficiamos. A proposito, com a nova geração de carros eletricos que deve sair daqui para o futuro, o litio vai ser mais demandado do que nunca, um excelente negócio que Morales leva para os franceses. E nós? Quem manda ser bonzinho.

Por the talk of the town

1 – Já comentei e linkei aqui varias vezes a questão estrategica que é o Litio da Bolivia para o resto do mundo. O blog nao deu bola. No mes passado forem 3 ou 4 materias em publicações grandes.

2 – O Andre esta equivocado. Estrategicamente, a Bolivia fazer uma parceria com o Brasil na questao do Litio, é aumentar AINDA MAIS a dependencia que tem com o Brasil.

Se somos pobres (os bolivianos), e temos que ser dependentes por algum tempo, melhor diversificar a mesma.

O Evo deve ter ficar imaginando, se com o Lula tá dificil, imagine qdo os conservadores voltarem ao poder.

3 – Imagino que deve ter tido um “Andre” boliviano reclamando a mesma coisa qdo o Brasil fez o acordo com a Africa (Angola?) sobre o GNL a fim de reduzir a dependencia da Bolivia.

O que os ditos Estados-Nacionais tentam fazer numa epoca de globalização e perda de referencia é, no mínimo, diminuir a dependencia DE QUEM QUER Q SEJA.

4 – Parceria com a Vale? O Andre brincou né? O Lula teve que por a faca no pescoço deles pra fazerem algum processamento no Pará (e nem sabemos se eles não estão só enrolando o Lula, dizendo que vão).

A Vale só sabe sugar os recursos minerais e mandar pra fora. A estrategia do Evo é mais ampla, extrair e processar (ver materia no NYTimes e na Times).

Poder hegemonico que olha pro umbigo, nao cola mais na AL.

O Evo tá certissimo.

O Andre Araujo acerta umas boas, mas essa foi bola fora.

Por Patrick

A empresa francesa (Bolloré) é líder mundial em tecnologia de baterias para carros elétricos. Qual o “expertise” da Vale nessa área? Qual seria o seu comportamento em relação ao governo da Bolívia? O mesmo desdém com que trata o Pará e o Maranhão? Se a Bolívia está atrás de um fabricante da bateria e não de uma mineradora, é porque deseja agregar valor ao negócio na Bolívia e não, simplesmente, exportar pedras.

Referência: El Pais

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • eu gostaria de perguntar ao
    eu gostaria de perguntar ao André Araujo por que ele considera a Vale como uma empresa nacional?

    Quem manda nela?

    O quanto mais barato ela vende o minério no Brasil?

    Quantos empregos ela criou no Brasil para amainar localmente os efeitos da crise atual?

    Ela não despediu ninguem no Brasil, certo?

  • Nassif, ai entra algumas
    Nassif, ai entra algumas perguntas. Como sera este acordo, ja que o Andre nao detalhou ? e a vale se interessou por explorar esta reserva? O Morales eh que nao ia bater na porta da Vale oferencendo. materia do New York Times de 2 fevereiro dizia que "None of this is dampening efforts by foreigners, including the Japanese conglomerates Mitsubishi and Sumitomo and a group led by a French industrialist, Vincent Bolloré. In recent months all three have sent representatives to La Paz, the capital, to meet with Mr. Morales’s government about gaining access to the lithium, a critical component for the batteries that power cars and other electronics."
    Em suma, apesar de empecilhos para investimento estrageiro no pais, os Franceses e Japoneses mandaram representantes para La Paz. Ai esta o pq de escolher os Franceses. E o Brasil mandou? E neste caso nao seria o governo Brasileiro, mas sim alguma empresa, como a Vale. pela materia acima, isto nao aconteceu. Para voces entenderem mais do assunto acho interessante voces lerem esta boa materia do NYT que explica muita da situacao e do futuro dos carros eletricos. De lambuja ate da para entender melhor pq a China nao quer e nem vai abrir mao do Tibet. http://www.nytimes.com/2009/02/03/world/americas/03lithium.html?_r=1&ref=todayspaper

  • Pô Nassif, você de vez em
    Pô Nassif, você de vez em quando seleciona trolls para colocar em destaque. A empresa francesa (Bolloré) é líder mundial em tecnologia de baterias para carros elétricos. Qual o "expertise" da Vale nessa área? Qual seria o seu comportamento em relação ao governo da Bolívia? O mesmo desdém com que trata o Pará e o Maranhão? Se a Bolívia está atrás de um fabricante da bateria e não de uma mineradora, é porque deseja agregar valor ao negócio na Bolívia e não, simplesmente, exportar pedras.

    Referência: http://www.elpais.com/articulo/internacional/Evo/Morales/busca/inversores/Rusia/Francia/explotar/filon/litio/elpepuint/20090217elpepiint_5/Tes

  • Caro André,

    Não sei se
    Caro André,

    Não sei se apolítica externa do goerno Lula é tão fracassada. A partir de 2004, houve uma clara tendência de desamericanização da política externa brasileira. Não podemos julgá-la, considerando apenas o caso da Bolívia. Graças a maior aproximação com países da África, Amércia Latina e Ásia hoje somos menos dependentes, em termos de balança comercial, dos EUA.
    Hoje, ao meu ver, colhemos os frutos das tão criticadas viagens de Lula ao exterior com uma menor vulnerablidade externa.
    Também tenho críticas, não a política externa em si, mas aos interesses por trás dela. Mais precisamente, critico a defesa incondicional dos interesses do agronegócio brasileiro. É claro que temos que preservá-lo e incentivá-lo, mas não podemos fazer em detrimento de uma maior industrialização e modernização do país, como o fizeram nas últimas negociações na OMC.

  • Não seria também o caso de se
    Não seria também o caso de se perguntar se alguma empresa nacional se interessou pelas reservas bolivianas? não sei se há algum compromisso do governo boliviano de oferecer seus recursos naturais primeiramente ao Brasil. Talvez o Chaves ajude Evo ainda mais de que o Brasil e ele,em seu raciocínio, teria sido ainda mais prejudicado de que nós. Volte para a prancheta e reformule sua queixa, por favor.

  • Interessante a miopia.


    Interessante a miopia.

    Só porque temos relações amigáveis com a Bolívia, ela passaria a ter dependência colonial do Brasil?

    Uma empresa francesa não pode ser mais competente ou mais honesta para se fazer parceria do que a Vale?

    A Vale, que tem escândalos envolvendo sua privatização e formação de monopólio, é o modelo de negócios brasileiro a ser seguido?

    Na busca de pretexto para criticar Morales, perdeu a chance de ficar calado. Há coisas a se criticar, mas não a livre escolha da Bolívia em fazer parcerias comerciais onde bem entender.

  • Em minha opinião a Vale não é
    Em minha opinião a Vale não é uma empresa que inspire confiança. Se eu fosse o Evo Morales, também não iria querer negócios com essa gente.

    Quanto à diplomacia brasileira, o presidente francês é da seguinte opinião: "Por fim, quero saudar a moderação do Brasil diante das reivindicações de seus vizinhos, muitas vezes dirigidas contra seus interesses. O Brasil soube reagir com lucidez e discernimento. É prova de maturidade política e democrática."

  • Talvez porque a França tem a
    Talvez porque a França tem a Renault e a Peugeot e o Brasil nenhuma montadora nacional pelo menos de âmbito internacional.

  • Cascudo,

    A Vale gera
    Cascudo,

    A Vale gera dividendos para o país, emprega pessoas aqui e ajuda a movimentar parte da economia do país... assim como a Petrobrás.

    Aliás a Petrobrás tem investidores e tem uma atuação, digamos, "de mercado".... nada parecido com o que faz a estatal venezuelana por exemplo (esse assunto já foi discutido aqui no blog inclusive).

    Pq ela não vende minério barato ? Pelo mesmo motivo pelo qual a Petrobrás não vende combustível barato. Ambas visam lucro, tem que acarcar com custos de produção, essas coisas de economia de mercado.

    Pelo lado econômico talvez a França poderia oferecer algo melhor, poderia ser um parceiro comercial melhor, não sei...

    Se for contar apenas o lado político o André tem alguma razão, pq não propor negócio ao Brasil ??

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