Jornal GGN – A desaceleração do consumo interno brasileiro no primeiro semestre pode ter reflexos fortes sobre o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto brasileiro) em 2013. A inflação, a alta dos juros sobre o crédito e do dólar sobre o preço de produtos importados são os atuais grandes vilões da economia doméstica e devem retrair o crescimento brasileiro em 2013 e até em parte de 2014.
A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada na quinta-feira (6) demonstrou que a alta dos juros deve continuar. E a política fiscal, aparentemente expansionista, passou a ter efeito neutro na inflação, na avaliação do BC (Banco Central). Menos estímulos na economia, menos consumo. Para especialistas, nada adianta a inflação cair, mas os juros continuarem subindo, com o câmbio “jogando contra”. O consumo estimulado nos últimos anos de bonança do real frente ao dólar não será motor para os índices do crescimento do país.
Em entrevista recente ao Jornal GGN, o economista e professor da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, adiantou sobre o problema. “Durante a baixa do dólar, enquanto o Federal Reserve ainda não anunciava a redução de injeção de dinheiro na economia norte-americana, o Brasil optou por estimular o consumo da população, e não investir em infraestrutura. Os reflexos disso começam a fazer sentido neste momento”.
O consumo familiar brasileiro cresceu nos últimos quatro anos a um ritmo até superior ao PIB (7,2% em 2009, 6,8 em 2010, 2% em 2011 e 3,6% em 2012), o que levou os consumidores a um endividamento incompatível com os salários e causou uma altíssima inadimplência. Nos primeiros seis meses deste ano, o índice não passou de 0,3% – uma queda violenta e representativa.
De acordo com dados da Serasa Experian, as linhas que mais cresceram de janeiro a junho deste ano foram as de cheque especial e cartão de crédito – usadas para pagar dívidas. Em 2012, foram os financiamentos que puxaram as operações.
O próprio Banco Central já demonstrou que as dívidas com consumo, que comprometiam 30,5% da renda das famílias, caíram em junho. E o endividamentre subiu 1,4% no mesmo período. Para o fim de ano, onde geralmente o consumo aumenta por conta do Natal, o índices que medem o nível do calote na economia devem subir.
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Estamos no início de um novo ciclo de crescimento econômico.
Creio que estamos no caminho correto diante dos novos desdobramentos da atual crise econômica mundial.
De qualquer maneira é necessário controlar os impactos da correção da taxa de câmbio na inflação, o que torna necessário a venda de parte das reservas cambiais no Mercado à vista.
Lembrando que em 2008/2009 o Banco Central precisou vender cerca de US$ 11 bilhões no mercado à vista, e que a Reservas cambias estão em cerca de US$ 374, contra os US$ 200 bilhões de 2008.
Creio que com a correção da taxa de câmbio, a redução da do custo da tarifa de energia elétrica, a desoneração da folha de pagamento, e a redução do spread bancário, pode ocorrer uma substituição de parte da importações pela produção nacional, e mesmo com a queda no ritmo de crescimento das vendas do comércio, pode haver um aumento no ritmo de crescimento do do PIB, e do emprego.
Considerando a taxa de câmbio de R$ 1,60, e a redução da tarifa de energia elétrica de 30% em reais, com a atual correção da taxa de câmbio, a queda da tarifa de energia elétrica em dólar já chega a mais de 50%.
Precisamos lembrar, que nos últimos anos ocorreu um significativo aumento da consumo interno, sendo parte deste crescimento atendido pelas importações, em função da queda dólar no Brasil.
Com a atual correção da taxa de câmbio, a redução da tarifa de energia elétrica e a desoneração da folha de pagamento, deve ocorrer um processo inverso, com a substituição de parte das importações pela produção nacional.
Estamos diante do início de um novo ciclo de crescimento econômico.