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Substituição de importações

Um dos ganhos dessa mudança brusca (e necessária) do câmbio, é a possibilidade da produção interna poder substituir as importações que invadiram a economia brasileira – de equipamentos a bugigangas – nesse longo período de imprudência da política monetária de Lula.

Sei que ainda é um pouco cedo, mas que tal um apanhado dos setores que estão com perspectivas melhores por conta do câmbio? 

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Nassif, nem sempre funcionou
    Nassif, nem sempre funcionou assim. Me lembro claramente de algumas crises de desabastecimento provocadas por sucessivas altas do dolar que tornavam os produtos brasileiros, principalmente os agrícolas, muito competitivos no mercado externo. Nem sempre as baixas da moeda brasileira foram sinônimo de substituição de importações. Às vezes isto também pode causar aumento de exportações em detrimento do mercado interno...

  • Mas o diabo é a
    Mas o diabo é a desindustrialização que o neocoloneoliberalismo nos deixou de herança.
    Grande parte das indústrias brasileiras foi sucateada, vendida, fechada ou transformou-se em embaladoras de produtos chineses.
    Comprei eletrodomésticos ARNO, Electrolux, Singer, Panasonic (todos com "fábricas" em Manaus) e outras marcas tradicionais no Brasil pensando que eram brasileiros e na bunda deles encontrei "Made in China".
    Comprei um pulverizador para minhas plantas: "Made in China", pilhas para controle remoto "Made in Singapura", escova de dentes Colgate "Made in China". Comprei uma mala para viajar "Made in China".
    O pior dos infernos é que o atual governo neoliberal de esquerda (kkkkkk) finge que não vê que a ex-indústria brasileira transformou-se em industria maquiladora e embaladora, estamos quase chegando ao nível de industrialização de El Salvador.
    Sinto muito, não acredito que essa crise vá reindustrializar o Brasil. Nossazelites já venderam quase tudo o que puderam e mandaram o capital para fora.
    Veja na sua casa e numa loja de departamentos se existe coisa elétrica, eletrônica, mecânica industrializada e moderna (ou meia moderna) que seja realmente fabricada no Brasil.
    Nassif, você vai se assustar e, como eu, ter vontade de chorar.
    O que tem que se fazer nessa era de soçobra do capitalismo canalha é voltar-se ao bom e velho nacionalismo sem xenofobia e obrigar que as coisas "FABRICADAS NO BRASIL" tenham uma grande etiqueta verde-amarela e que "indústrias embaladoras e maquiladoras" paguem muito mais imposto (se é que pagam impostos de importação).

  • A indústria de auto-peças é
    A indústria de auto-peças é um destes setores com certeza.Segundo dados do Ministério do desenvolvimento no ano passado as importações de bens de capital tiveram um aumento de 41% e a de bens intermediários e matérias-prima,38,6%,ou seja,o país preparou-se para a crise.Agora é não perder esta oportunidade

  • O Brasil precisa acabar com
    O Brasil precisa acabar com estes ciclos que sempre nos levam a pensar em substituir importações. É um processo falacioso e errático que acontece em surtos observados em diversos momentos históricos. Tivemos um na década de 1970 que foi maximizado pelo sonho de Brasil Grande do período militar; resumido no "Pra frente Brasil..." e no "Ame-o ou deixe-o".
    Precisamos, na verdade, encontrar a vocação do País no mercado internacional; uma fórumla que permita aumentar nossa inserção global sem criar fragilidades ou distorções internas, que depois acabam se desfazendo com o refluxo histórico. Dou um exemplo: o programa do alcóol nos anos 80. Hoje, muito se fala sobre seu potencial de colocar o Brasil como grande produtor e exportador de energia renovável e mais limpa. Mas a verdade é que o relacionamento entre usinas e produtores já enfrenta muitos problemas. Reparem então como estamos "internacionalizando" o negócio do alcóol? Debaixo de um monopólio de distribuição da Petrobrás? Com os juros mais altos do mundo e uma carga tributária elevada e em desequilíbrio com o retorno dado à população?
    As distorções provocadas pelo peso excessivo dos juros e dos tributos impede a consolidação do mercado interno. Tem impactos negativos na geração de emprego e renda. Sem consolidar o mercado interno, nunca alcaçaremos o equilibrio desajado entre a inserção global e a conjuntura interna.
    A solução passa inclusive pelo desmonte das armadilhas do câmbio. Se encontrarmos uma posição mais sólida em termos de comércio internacional, e eliminarmos as distorções internas (juros e tributos excessivos), seria possível acabar com momentos de inflexão como o atual, em que se preconiza substituição de importações. Haveria um equilibrio mais sólido na balança e na conta corrente do País. Melhor isso, do que de tempos em tempos ter de incentivar empresários a apostar em produtos que no próximo movimento de inflexão cambial se tornam novamente inviáveis.

    Felipe, se eliminarmos as distorções internas, haverá maior competitividade dos produtos internos, permitindo acelerar a substituição de importações. O Brasil não é um país pequeno (como Irlanda, Finlândia) para definir uma ou duas vocações e importar os produtos restantes. Produzir internamente o que for possível é gerar emprego, riqueza, arrecadação.

  • Pera aí:
    Pera aí:

    Antes de qualquer coisa.

    É possível controlar o câmbio por decreto?

    parece que isso já foi feito.E o que aconteceu?

    Um desastre.Só foi adiada a conta pra pagar.

    dois artigos chamaram minha atenção,sobre a crise.

    E não foi economista quem escreveu.

    Na sexta-feira,Sarney.

    E hoje,Clovis Rossi.

    Diga-se:Não são artigos,são constatações.

    E qual dos dois caminhos acontecerá?

    Os dois escreveram o que presenciaram.

    Nenhum deles teve a presunção da verdade.

    apenas relataram.

    e agora?

  • Creio que vários setores
    Creio que vários setores poderão aproveitar a correção cambial para substituir os importados, mas o fundamental é o governo sinalizar já com uma forte redução dos juros da selic para evitar uma nova queda do dólar no Brasil assim que ocorrer uma recuperação do Superávit Comercial.

    Este é o ponto fundamental, é preciso criar condições para evitar uma nova queda do dólar no Brasil.

    Ao sinalizar com a redução dos juros da Selic as empresas poderão se sentir a vontade para investir no aumento da produção para poder os importados.

  • Alguns avanços já estão sendo
    Alguns avanços já estão sendo sentidos no turismo interno e de estrangeiros que vislumbram economia em visitar um pais de moeda mais barata. E em empresas que com insumos nacionais produzem em real e recebem em dolar.

  • "Um dos ganhos dessa mudança
    "Um dos ganhos dessa mudança brusca (e necessária) do câmbio, é a possibilidade da produção interna poder substituir as importações que invadiram a economia brasileira - de equipamentos a bugigangas - nesse longo período de imprudência da política monetária de Lula": producao interna eh ameaca internacional. Eh por isso que a populacao do Brasil nao tem estradas, seguranca, e privadas.

  • O setor de calçados.
    A cidade
    O setor de calçados.
    A cidade de Franca-SP, sofreu muito nos últimos anos com a concorrência quase que desleal dos sapatos chineses. Muito desemprego e pequenas e médias fábricas fechando.
    Se só a demanda do consumo interno for restabelecido já está de bom tamanho, mas quem sabe as exportações também ganhem vida.

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