Economia

Uma nova crise imobiliária está prestes a ocorrer, diz site

A crise que afeta o mercado imobiliário comercial nos Estados Unidos teve início no começo da pandemia de covid-19, mas as sinalizações de dois bancos (um dos EUA e um no Japão) mostram que a dor de cabeça dos credores está apenas começando.

Dados da Bloomberg mostram que, apenas na última quarta-feira, as ações do banco New York Community Bancorp caíram 38% por conta da decisão da instituição de reduzir seus dividendos e reservas – levando as ações para o menor nível em 23 anos nesta quinta-feira.

As perdas se espalharam pelas bolsas da Europa e da Ásia, onde as ações do Aozora Bank caíram mais de 20% depois de um alerta sobre perdas em propriedades comerciais nos EUA, e o Deutsche Bank mais do que quadruplicar suas provisões para perdas imobiliárias nos EUA.

O estado de atenção nos mercados reflete as preocupações com a queda de preços dos imóveis comerciais, aliado à dificuldade de estabelecer quais os contratos que poderão ser desfeitos.

Esse quadro tem como ponto central a mudança para o trabalho remoto por conta da pandemia de covid-19, além do aumento dos juros – que acabou por dificultar o refinanciamento para quem já estava com dificuldades.

Pelo lado dos credores, tal cenário representa mais inadimplências conforme alguns proprietários têm dificuldade de quitar suas dívidas ou apenas abandonam os escritórios.

E o rombo pode ser considerável: recentemente, o investidor bilionário Barry Sternlicht chegou a alertar que o mercado norte-americano de escritórios está caminhando para perdas de mais de US$ 1 trilhão.

Já a empresa Trepp, que fornece dados sobre o mercado imobiliário comercial, afirma que os bancos possuem cerca de US$ 560 bilhões em vencimentos de imóveis comerciais até o final de 2025, o que representa mais da metade do total da dívida imobiliária com vencimento no período.

O impacto pode ser mais entre os credores regionais, que estão mais expostos ao setor e não dispõe de outros produtos para garantir seu funcionamento, como cartões de crédito ou bancos de investimento.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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