Mercadante faz discurso de despedida para servidores do MEC

Jornal GGN – No final da tarde dessa quarta-feira (11) o ministro da Educação do governo Dilma, Aloízio Mercadante fez um discurso aos servidores do MEC em tom de despedida, afirmando que o dia seria marcado como um dia de luto para a democracia, por conta do afastamento da presidente que naquele momento estava sendo decidido no Senado.
Mercadante disse que consultou secretários da pasta que concordaram em se afastar do cargo, junto com ele, assim que fosse declarada a admissibilidade do impeachment pelo Senado, porém declarou que se comprometerá a passar todas as informações necessárias ao eventual novo titular da pasta e, ainda, pediu para que dois secretários e os presidentes das autarquias ligadas ao ministério fiquem no cargo por mais tempo, para dar continuidade a projetos importantes. Durante o evento, com discurso em tom de despedida, ministro fez um balanço das últimas ações do MEC e ainda brincou dizendo que é pós-graduado em oposição.
Mariana Tokarnia
Para um auditório lotado de funcionários do Ministério da Educação, o ministro Aloizio Mercadante disse que “hoje é um dia de luto para a democracia”, diante do iminente afastamento da presidenta Dilma Rousseff pelo Senado. “Se, não estou dizendo que será, mas se a presidenta for afastada, eu saio com ela imediatamente”, disse o ministro. “Consultei todos os secretários e todos disseram, saio com você”, acrescentou.
Mercadante pediu que dois secretários e os presidentes das autarquias ligadas ao MEC fiquem mais um pouco nos cargos para dar continuidade aos projetos da pasta. O ministro se comprometeu a passar as informações necessárias ao eventual novo titular da Educação para que as ações não sejam paralisadas e disse que vai fiscalizar o novo governo. “Estamos há 13 anos no governo, mas eu tenho pós-doutorado em oposição, eles que se preparem.” Mercadante já foi deputado federal e senador.
Sob aplausos e gritos de “Não vai ter golpe”, o petista chamou o impeachment de golpe por não ter base legal e disse que o processo está sendo articulado desde a posse de Dilma. Segundo Mercadante, parlamentares que apoiam o impedimento da presidenta são contra políticas de inclusão.
“Alguns partidos que hoje querem dar o golpe, na época, eram contra mudanças no Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], contra a política de cotas. No mínimo, eles têm que pedir desculpas pelo que fizeram. Se não fossem programas como o ProUni [Programa Universidade para Todos] e o Sisu [Sistema de Seleção Unificada], milhares não chegariam à universidade.”
Em tom de despedida, Mercadante fez um balanço das últimas realizações do ministério, se mostrou bem-humorado e fez até brincadeiras: “Na época do Mais Médicos, fizeram até caixão para mim, para a Dilma e para o Padilha [Alexandre Padilha, então ministro da Saúde]. Não fizeram para o Paim [José Henrique Paim, secretário-executivo da pasta na época] porque ele é muito pequeno”, brincou. O Mais Médicos foi implantado em meio à polêmica e muita resistência da classe médica.
O ministro também contou a história do pai de um funcionário do MEC, pedreiro que aproveitou a Educação de Jovens e Adultos (EJA) para se qualificar como mestre de obras. “Vou acompanhar a formação dele. E fale para ele não se impressionar com as notícias, que a gente volta para o MEC”, disse.
Redação

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