CNT/MDA: Haddad empata com Bolsonaro e segundo turno está consolidado

Candidato de Lula vence em segundo turno e empata, por primeira vez, com o presidenciável da extrema-direita. Chances de mudança do cenário eleitoral são mínimas
Jornal GGN – A nova pesquisa CNT/MDA revela, por primeira vez, um empate técnico entre os presidenciávels Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). Até então, o candidato da extrema-direita liderava as intenções de voto, com a perda estipulada apenas para o segundo turno.
A pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) apresenta Haddad com 25,2% da preferência dos entrevistados, contra 28,2% de Jair Bolsonaro. Trata-se de empate técnico, considerando que a margem de erro contabilizada pelo Instituto MDA é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Dessa forma, os resultados páreos indicam o crescimento contínuo de Haddad nas pesquisas, contra os resultados estagnados do candidato da extrema-direita.
Em seguida, Ciro Gomes (PDT) registra 9,4% das intenções, Geraldo Alckmin (PSDB) 7,3% e Marina Silva (Rede) 2,6%. Os principais afetados com o crescimento das expectativas de votos em Haddad foram Ciro Gomes e Marina Silva.
Na pesquisa anterior do CNT/MDA, divulgada no dia 17 de setembro, Ciro aparecia com 10,8% das intenções e Marina com 4,1%. Assim, juntos, foram retirados quase 3 pontos percentuais para ambos. Já Alckmin obteve um pequeno aumento, uma vez que na última semana marcava 6,1%.
Ainda, o crescimento de Haddad desde o último levantamento do Instituto, há 13 dias, foi de 7,6 pontos percentuais, enquanto que Bolsonaro manteve-se paralisado nos mesmos 28,2%.
SEGUNDO TURNO
A exemplo do que as demais pesquisas divulgadas nesta semana, o levantamento mostrou a vitória de Haddad, com 42,7%, contra Bolsonaro, com 37,3%, em um possível segundo turno.
O único presidenciável que o MDA indica perder do candidato da extrema direita é o tucano Geraldo Alckmin, que marcaria 33,6% contra 37% de Bolsonaro.
Haddad também venceria de Geraldo Alckmin, por uma diferença de 11,3 pontos percentuais.
GARANTIA DE VOTOS
Apesar de a pesquisa mostrar que 8,3% dos entrevistados ainda estão indecisos sobre seus votos e que outros 11,7% votariam branco ou nulo, os eleitores tanto de Bolsonaro, quanto de Haddad indicam que não irão voltar atrás.
De acordo com o levantamento MDA/CNT, divulgado hoje, Bolsonaro e Haddad têm 82% de seus eleitores com votos decididos, declarando não haver chances de modificação.
Ao mesmo tempo, uma significativa parcela (21,4%) informou ter “nenhum interesse” nas eleições, a menos de uma semana para a população ir às urnas. Outros 20,8% declararam ter “pouco interesse” e 25,1% ter “médio interesse” na corrida eleitoral deste ano, e apenas 32% informou estar “muito interessado”.
O candidato mais rejeitado pelos entrevistados foi Jair Bolsonaro, com 55,7% da população. Haddad não está em segundo lugar neste ranking negativo, mas o tucano Geraldo Alckmin, com 52,8%. Depois, aparece Fernando Haddad, com 48,3% de rejeição dos entrevistados.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas nos dias 27 e 28 de setembro em 137 municípios de 25 unidades do país. Abaixo, os resultados:
Primeiro turno
ESTIMULADA:
Jair Bolsonaro 28,2%
Fernando Haddad 25,2%
Ciro Gomes 9,4%
Geraldo Alckmin 7,3%
Marina Silva 2,6%
Henrique Meirelles 2,0%
João Amoêdo 2,0%
Álvaro Dias 1,7%
Cabo Daciolo 0,7%
Guilherme Boulos 0,4%
Vera 0,3%
João Goulart Filho 0,1%
José Maria Eymael 0,1%
Branco/Nulo 11,7%, Indecisos 8,3%
ESPONTÂNEA:
Jair Bolsonaro: 25,5%
Fernando Haddad: 19,7%
Ciro Gomes: 6,7%
Geraldo Alckmin: 5,0%
Lula: 2,4%
João Amoêdo: 1,6%
Alvaro Dias: 1,3%
Marina Silva: 1,2%
Henrique Meirelles: 1,1%
Outros: 1,5%
Branco/Nulo: 12,5%
Indecisos: 21,5%
Segundo Turno
Haddad x Bolsonaro:
Fernando Haddad 42,7%
Jair Bolsonaro 37,3%
Branco/Nulo: 16,1%
Indecisos: 3,9%
Ciro x Bolsonaro:
Ciro Gomes 42,7%
Jair Bolsonaro 35,3%
Branco/Nulo: 17,8%
Indecisos: 4,2%
Bolsonaro x Alckmin:
Jair Bolsonaro 37,0%
Geraldo Alckmin 33,6%
Branco/Nulo: 25,1%
Indecisos: 4,3%.
Ciro x Haddad:
Ciro Gomes 34,0%
Fernando Haddad 33,9%
Branco/Nulo: 26,9%
Indecisos: 5,2%.
Ciro x Alckmin:
Ciro Gomes 41,5%
Geraldo Alckmin 23,8%
Branco/Nulo: 29,1%
Indecisos: 5,6%.
Haddad x Alckmin:
Fernando Haddad 39,8%
Geraldo Alckmin 28,5%
Branco/Nulo: 26,4%
Indecisos: 5,3%
Leia, abaixo, o relatório completo da pesquisa CNT/MDA deste 30 de setembro:
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Em 2014, abstenção, nulo e branco respresentaram quase 30%

    Ou seja com 35% do eleitorado mais um voto, Fernando Haddad pode ser eleito no primeiro turno.

    Segundo as pesquisas eleitorais Lula tinha 40% do eleitorado no final de agosto de 2018, caso a transferência de Lula para Fernando Haddad chegue a 87%, Fernando Haddad vai ser eleito em primeiro turno.

    Segundo a pesquisa CNT/MDA a transferência de Lula para Haddad estava em 63%, em 27 e 28 de setembro de 2018.

    Praticamente já está esgotado o potencial de votos de Lula que migraram para branco, nulo e indecisos, de agora em diante resta apenas os votos de Lula que migraram para os demais candidatos.

    O movimento das mulheres , contra jair Bolsonaro pode ajudar neste processo de transferência de votos, principalmente entre os eleitores que votavam em Lula e passaram a votar em Bolsonaro, já que a cada dia Fernando Haddad passa a ser mais reconhecido como o candidato de Lula e do PT.

  • Diretora-executiva do Ibope, Márcia Cavallari

    Diretora do Ibope acredita em 2º turno entre Haddad e Bolsonaro, mas ainda admite surpresa
    Jornal do Brasil--30/09 às 08p9 - Atualizada em 30/09 às 08p2
    OCTÁVIO COSTA; REBECA LETIERI; BERNARDO DE LA PEÑA

    Diretora-executiva do Ibope, onde trabalha há 30 anos, Márcia Cavallari acredita, com base nas últimas pesquisas, que o petista Fernando Haddad e o deputado Jair Bolsonaro, candidato ao Planalto do PSL, tem percentuais de intenções de votos consolidados que podem garantir sua presença no segundo turno. Entretanto, Márcia lembra que é preciso considerar que há uma grande volatilidade de votos e também um contingente alto de 38% de indecisos. “Esse contingente pode mudar muita coisa”, afirmou. Em entrevista ao JORNAL DO BRASIL, ela afirma que é prematuro fazer projeções sobre o segundo turno. E explica que é um novo pleito, no qual prevalece a rejeição: “quem eu não quero que ganhe”. “Essa simulação é hipotética, onde a gente consegue ver a força de um contra o outro. O segundo turno é uma nova eleição, começa do zero”, completou.

    Esse quadro, a partir dessa última pesquisa do Ibope, está definido?

    A pesquisa mostra hoje que tanto Bolsonaro quanto Haddad estão com o voto mais consolidado com relação aos seus concorrentes. Na pergunta estimulada e na espontânea, a diferença de voto dos dois é a menor. O Bolsonaro tem 28% quando se pergunta ‘se a eleição fosse hoje e os candidatos fossem esses, em quem você votaria’. E quando pergunto de cara ‘em que você votaria se as eleições fossem hoje’, 24% citam o Bolsonaro. É um voto firme, independente de quem são os candidatos. O mesmo ocorre para o Haddad, que na estimulada tem 22%, e na espontânea, 15%.

    É grande a possibilidade de um 2º turno entre Haddad e Bolsonaro?

    Com essa solidez do voto, é grande.

    Se fala ainda sobre o Ciro. Ele poderia ainda ter uma esperança, e haver uma reviravolta, com já houve?

    Existe, porque a gente vê ainda muita volatilidade no voto dos demais candidatos. São 38% das pessoas que não citam nenhum candidato na pergunta espontânea. Esse contingente pode mudar muita coisa. Não dá para afirmar nada agora, tem muita gente que ainda não decidiu.

    Esse contingente, em outras eleições, segue o quadro que já existe ou vota de forma surpreendente?

    O que eu vejo sistematicamente em várias eleições é que esses indecisos até o final não se distribuem igualmente entre os já decididos. Vemos crescimento de segundos e terceiros colocados em proporção maior. Uma pergunta que a gente faz é se essa decisão de votos é definitiva ou não. E quem tem os maiores percentuais são também os dois: Haddad e Bolsonaro. Dos eleitores do Bolsonaro, 49%, já o Haddad, 51%. Quando você olha o Ciro, 32% dizem que não mudam mais. Alckmin, 30%. Marina, 21%.

    A senhora acha que Marina e Alckmin ainda teriam alguma chance?

    Marina está numa curva descendente. Ela estava com um voto temporário do PT, que com a ausência de Lula no cenário, tinha migrado para ela. Agora, com a oficialização da candidatura do Haddad, esse voto voltou para o PT. O que não aconteceu com o Ciro. Ele também cresceu no vazio do PT, mas o que foi para ele, ficou. Vemos agora o crescimento do Haddad em cima de uma diminuição dos votos brancos e nulos. E em cima dos votos que tinham migrado para a Marina. Alckmin está numa situação estável. Agora, movimentos ainda podem acontecer. Com a campanha de ataque ao Bolsonaro, ele ficou estável, ou seja, não perdeu voto. Mas aumentou a rejeição. E aumentou a distância dele para os demais nas simulações de segundo turno.

    Se consideramos um universo de 38% flutuando, essas simulações de 2º turno não são prematuras?

    As simulações não refletem o que vai ser de fato o segundo turno. O próprio resultado oficial do primeiro turno e a composição de forças que se redistribuem e se reagrupam exercem um efeito no eleitor para votar no segundo. Essa simulação é hipotética, onde a gente consegue ver a força de um contra o outro. O segundo turno é uma nova eleição, começa do zero. Em 2010, as duas pesquisas que nós divulgamos já na ocorrência do segundo turno, o Aécio veio na frente, e só depois é que virou para a Dilma. Normalmente, o que a gente vê de comportamento é que o eleitor, no primeiro turno, vota no candidato que ele gosta. E no segundo, o que pesa é, não só a preferência, mas quem eu não quero que ganhe.

    O movimento das mulheres e o ‘Ele Não’ dos intelectuais pesam ou não atinge o eleitorado?

    Não dá para saber exatamente, porque não dá para isolar o efeito de cada uma das ações. Uma pesquisa registra o conjunto dos efeitos. Mas nas mulheres, a gente vê, nitidamente, desde a primeira pesquisa até agora, que ele cresceu de 13% para 21%. Por outro lado, ele tem uma rejeição de 54% entre as mulheres.
    -------

    Parece que a rejeição dele também é forte no nordeste, não é?

    Vamos ter uma eleição bastante polarizada, com perfis de eleitores antagônicos.

    Qual é a característica básica do eleitor de um e de outro?

    Do Bolsonaro, basicamente, são homens, que chega 35%. Entre as mulheres, ele tem 21%. Jovem, de 16 a 24 anos, ele tem 27%. Ensino médio, ele tem 31% e superior, 33%. Então é homem, jovem, escolaridade alta, na renda de mais de cinco salários mínimos, com 42%. Em região, ele tem força no Norte, Centro-oeste e no Sudeste, com 31%, puxado pelo Rio. O Haddad, com os homens, por exemplo, tem 22%. Entre as mulheres, ele tem 21%. Na faixa etária também é bastante homogêneo, dos 25 a 54, ele tem em torno de 20%. São 28% entre as pessoas que têm o ensino fundamental I, e 26% dos que têm fundamental II. É uma instrução mais baixa. São 30% das pessoas que têm até um salário mínimo. No Nordeste, ele tem 34%, e Norte e Centro-oeste, 20%. No Sudeste, ele tem 16%.

    O eleitor do Haddad tem a ver com o perfil do eleitor do Lula, não é?

    Isso. Fazendo um resgate das últimas eleições, em 2002, o Lula foi eleito com 61% dos votos válidos no segundo turno de forma bastante homogênea nas regiões. Vem o mensalão em 2005, e na reeleição de 2006 houve uma clivagem social forte nesses votos. Não foi mais homogêneo em todas as camadas sociais e geografias do país. Quando foi eleição da Dilma, o mesmo eleitor do Lula votou nela. Perde um pouco de força a clivagem, mas ainda foi o mesmo eleitor. Em 2010, ganha força o voto geográfico. O mesmo está acontecendo com o Haddad.

    O Montenegro acha que pode subir a rejeição do Haddad por causa da exposição dele...

    Quando os candidatos estão mais expostos, eles têm maior rejeição. Quem está na frente sempre é atacado pelos adversários. O Haddad não era tão conhecido, ele passou a ser com a oficialização da candidatura. Essa exposição pode se dar para o bem e para o mal. O PT é o partido de preferência, mas é também o mais rejeitado.

    Há possibilidade de voto útil nesse primeiro turno?

    Em eleição presidencial nunca vivemos isso. Já vi acontecer para municipal e governador. A probabilidade não é zero, mas numa dimensão do Brasil isso é mais difícil.

    O Haddad pode passar o Bolsonaro até o 7 de outubro?

    Não sei. Não sabemos qual é o teto dele.

    Ou seja, ainda podemos ser surpreendidos...

    Sim. A pesquisa não tem esse poder de falar que o que está acontecendo hoje vai refletir o amanhã. Essa campanha é o maior exemplo de que ela só reflete o momento.

    URL:
    http://www.jb.com.br/pais/eleicoes_2018/2018/09/942573-diretora-do-ibope-acredita-em-2-turno-entre-haddad-e-bolsonaro-mas-ainda-admite-surpresa.html

  • Enquanto os cães ladram...

    Nassif: cá prá nós, o plano saiu pela culatra.

    Primeiro, era pra liquidar (literalmente) NoveDedos. Esse plano antigo, com gente do Quintal e da Caserna, estava à toda.

    Os milicos e os corruptos de plantão ficaram todos eriçados. Deu merda.

    Depois, quando viram que Xuxu não ia aguentar o rojão, bolaram essa do BispoAloprado. Também fez água. Então, mandaram os da Toga, que é tropa de Elite, solterem os cachorros pra cima da gentalha.

    Fala-se que, na verdade, o plano original era pra mandar pra cidade de péjunto o Candidato da Bala. O vice, de alta patente, assumiria. Mas, parece, só conseguiram ampliar sua propaganda eleitoral na TV. Na além.

    Ai o SaapoBarbudo indicou seu "Poste". Bastou isso e foi "luz" pra todo lado.

    Até o Mordomo de Filme de Terror, que tem 10 (dez) dedos fincados no setor elétrico, sentiu o curtocircuito nas pesquisas.

    Ouvi dizer que teve gente rasgando o pijama, la na PraiaVermelha.

    Não é facil ver uma conspiração tão bem bolada, com tanta ajuda externa, ir pro ralo.

    Esse ZéPovinho é mesmo um ingrato. Só falta emplacar o Rei-das-Arábias no primeiro turno.

    Mas isso já é demais...

  • A grande mídia está desorientada

    A grande mídia está desorientada. E é fácil perceber isso. Primeiro não sabe o que fazer com Bolsonaro. Segundo porque não sabe como impedir a volta do PT. Terceiro porque não sabe como impedir a influência das redes sociais na disputa.

    Bolsonaro virou o elefante na sala da grande mídia, que não consegue se posicionar a favor do capitão e, com isso, traçar um plano para elegê-lo, nem se posicionar contra, para tirá-lo da disputa. A grande mídia flerta com Bolsonaro, assim como este flerta com a ditadura e com um sistema de governo extremamente autoritário. E então fica o impasse: se apoiar, vai de encontro aos valores democráticos que a grande mídia diz ser defensora; se não apoiar, core o risco de ver o PT voltar ao poder e, dessa vez, tornar-se um verdadeiro inimigo dos abusos cotidianamente cometidos pelos grandes meios de comunicção.

    Haddad surpreendeu até mesmo seus partidários, ao herdar signifiativa parte dos votos que seriam de Lula. E a grande mídia não esperava por isso. Esperava que Alckimin subisse nas pesquisas e polarizasse a disputa com Bolsonaro. Como só o Alckmin não vê, ele não irá para o segunto turno. E agora Haddad, que nunca foi muito querido, nem pelo próprio PT, nem pela grande mídia, postou-se não como um poste, mas como um candidato que pode levar, sim, o PT à vitória no segundo turno. E a grande mídia não sabe o que fazer pra impedir o crescimento do PT, já que tudo que podia sujar a imagem do PT já foi feito, e mesmo assim Lula continuou com um capital político nunca antes visto neste país.

    Por fim, as redes sociais se mostraam mais influentes do que a grande mídia esperava. A Folha tem o UOL, a Globo tem o G1, a Record tem o R7, e outros grandes grupos têm seus correspondentes na internet. Mas o tráfego quase insano de opiniões e manifestações diversas no Facebook, no Twitter e no Instagram propiciaram uma incrível campanha, realizada em apenas três semanas, e deram, aos eleitores, um novo e ainda desconhecido poder  para influenciar outras pessoas, sem que a grande mídia fizesse parte do elenco principal. A grande mídia se tornou coadjuvante. Tanto que as grandes redes de TV trataram de forma periférica as maiores maifestações populares desde 2016, realizadas ontem, 29.09.2018, com o #elenão. Mostraram as manifestações de quinhentas pessoas como se fossem iguais às de cinco mil pesoas. Poucos ângulos, nada de informar antes a agenda e os locais das manifestações, tanto contra quanto pró-Bolsonaro. Simplesmemente perdida ficou a grande mídia diante do #elenão! Ese movimento colocou a grande mídia no chinelo, mostrando que um novo poder foi dado, agora sem qualquer dúvida, à sociedade, aos cidadãos, aos eleitores. Basta lembrar que a força eleitoral de Bolsonaro se concentra muito nas redes sociais. O PT também é forte nessa seara, além da herança deixada por Lula para os mais pobres. Alckmin não decolou, apesar de vasto tempo de Tv e da base partidária. Meilrelles gastou mais de quarenta e cinco milhoes de reais, e não saiu de 1%. Há algo novo no horizonte da construção de campanhas eleitorais. E nem a grande mídia, com tantos comentaristas talentosos e humanamente parciais em suas avaliações, nem a Academia, nem os próprios eleitores conseguem descever com precisa racionalidade o que  é esse novo e como lidar com ele. Sabe-se, apenas, que não tem nada a ver com o Amoêdo, do Novo.

  • (Texto corrigido)
     
    A grande

    (Texto corrigido)

     

    A grande mídia está desorientada

     

    A grande mídia está desorientada. E é fácil perceber isso. Primeiro não sabe o que fazer com Bolsonaro. Segundo porque não sabe como impedir a volta do PT. Terceiro porque não sabe como impedir a influência das redes sociais na disputa.

    Bolsonaro virou o elefante na sala da grande mídia, que não consegue se posicionar a favor do capitão e, com isso, traçar um plano para elegê-lo, nem se posicionar contra, para tirá-lo da disputa. A grande mídia flerta com Bolsonaro, assim como este flerta com a ditadura e com um sistema de governo extremamente autoritário. E então fica o impasse: se apoiar, vai de encontro aos valores democráticos que a grande mídia diz ser defensora; se não apoiar, core o risco de ver o PT voltar ao poder e, dessa vez, tornar-se um verdadeiro inimigo dos abusos cotidianamente cometidos pelos grandes meios de comunicação.

    Haddad surpreendeu até mesmo seus partidários, ao herdar significativa parte dos votos que seriam de Lula. E a grande mídia não esperava por isso. Esperava que Alckimin subisse nas pesquisas e polarizasse a disputa com Bolsonaro. Como só o Alckmin não vê, ele não irá para o segundo turno. E agora Haddad, que nunca foi muito querido, nem pelo próprio PT, nem pela grande mídia, postou-se não como um poste, mas como um candidato que pode levar, sim, o PT à vitória no segundo turno. E a grande mídia não sabe o que fazer pra impedir o crescimento do PT, já que tudo que podia sujar a imagem do PT já foi feito, e mesmo assim Lula continuou com um capital político nunca antes visto neste país.

    Por fim, as redes sociais se mostraram mais influentes do que a grande mídia esperava. A Folha tem o UOL, a Globo tem o G1, a Record tem o R7, e outros grandes grupos têm seus correspondentes na internet. Mas o tráfego quase insano de opiniões e manifestações diversas no Facebook, no Twitter e no Instagram propiciaram uma incrível campanha, realizada em apenas três semanas, e deram, aos eleitores, um novo e ainda desconhecido poder  para influenciar outras pessoas, sem que a grande mídia fizesse parte do elenco principal. A grande mídia se tornou coadjuvante. Tanto que as grandes redes de TV trataram de forma periférica as maiores manifestações populares desde 2016, realizadas ontem, 29.09.2018, com o #elenão. Mostraram as manifestações de quinhentas pessoas como se fossem iguais às de cinco mil pessoas. Poucos ângulos, nada de informar antes a agenda e os locais das manifestações, tanto contra quanto pró-Bolsonaro. Simplesmente perdida ficou a grande mídia diante do #elenão! Esse movimento colocou a grande mídia no chinelo, mostrando que um novo poder foi dado, agora sem qualquer dúvida, à sociedade, aos cidadãos, aos eleitores. Basta lembrar que a força eleitoral de Bolsonaro se concentra muito nas redes sociais. O PT também é forte nessa seara, além da herança deixada por Lula para os mais pobres. Alckmin não decolou, apesar de vasto tempo de TV e da base partidária. Meirelles gastou mais de quarenta e cinco milhões de reais, e não saiu de 1%. Há algo novo no horizonte da construção de campanhas eleitorais. E nem a grande mídia, com tantos comentaristas talentosos e humanamente parciais em suas avaliações, nem a Academia, nem os próprios eleitores conseguem descrever com precisa racionalidade o que  é esse novo e como lidar com ele. Sabe-se, apenas, que não tem nada a ver com o Amoêdo, do Novo.

    Samuel Marcos da Silva

    samm1995@ig.com.br

     

     

     

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