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Pesquisa do DataFolha retoma números de junho

Jornal GGN – O Instituto DataFolha publicou pesquisa de eleições hoje (02), elencando os índices de reprovação de Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo. Com a manchete “Reprovação a Haddad é similar à de Pitta”, a Folha de S. Paulo divulgou reportagem destacando a queda do prefeito na popularidade.

Nos resultados com entrevistas a 1.071 eleitores em São Paulo, Haddad teve 18% de aprovação, 39% aqueles que acharam seu governo ruim ou péssimo e 40% os que consideraram regular. A pesquisa tem uma margem de erro de três pontos, para mais ou para menos.

Entretanto, desde a última apuração, em junho, quando Haddad sofreu sua maior queda na popularidade após os protestos que marcaram o ano, pouco se modificou. Naquela pesquisa, dos 34% dos eleitores que aprovavam seu governo, sobraram 18%. E o mesmo impacto foi verificado nos que desaprovavam: de 21%, os índices subiram para 40% – um salto duplo no saldo negativo.

Mas os resultados de agora indicam uma oscilação contrastante apenas para aqueles que consideraram o governo regular: se, na pesquisa anterior, marcavam 35%, agora subiram para 40%. Para os que acreditavam que a gestão Haddad foi ótima ou regular, os números permaneceram os mesmos (18%) e, para os que julgavam ruim ou péssima, a pesquisa ainda caiu 1 ponto, de 40% para 39%.

Portanto, o movimento que se vê é de uma penosa, mas visível, recuperação da aprovação do prefeito de São Paulo. E, ainda mais, uma iniciativa de melhora na popularidade já se constrói para aquele público responsável pela onda de insatisfação em junho deste ano. Houve um aumento de 6 pontos na taxa de aprovação para os eleitores de 16 a 24 anos.

Da mesma forma, o que se percebe é que o público mais insatisfeito pertence à classe A (13% de aprovação com 47% de desaprovação), enquanto que a classe D é a que mais apresenta aprovação – 19%, contra 37% de reprovação.

Este levantamento vai de encontro ao efeito IPTU gerado com a medida de Haddad, considerando que a distribuição do aumento do imposto ocorreu privilegiando distritos mais pobres – onde o IPTU foi menor – e aumentando esse valor nas regiões mais ricas.

O novo IPTU paulistano aplicado por Haddad foi disseminado como uma manobra negativa, sem apresentar seu real valor na política distributiva, considerando que em 25 distritos, por exemplo, houve inclusive uma queda no imposto a ser pago. Até mesmo em áreas com alto IDH, residências de valor inferior a R$ 160 mil estarão isentas de pagar o teto de 19,8%.

Ainda assim, não se podem negar os altos índices de desaprovação de Haddad. O resultado que, na Folha de S. Paulo, o comparou ao marcado governo de escândalos de Celso Pitta (1997-2001) e ao primeiro mandato de Gilberto Kassab (2006-2008), possui hoje viés e panorama únicos.

Primeiramente, pela grande mobilização que o Brasil não via em anos, começando pela reivindicação da redução nas tarifas dos transportes públicos, e atingindo patamares e lutas pelos direitos sociais de múltiplas abrangências. Tal estado global de descontentamento da população propagou efeitos em todos os governos.

E, segundo, por se tratar de pesquisa do primeiro ano de um mandado de quatro que se seguirão, os resultados refletem em crítica a um governo que herda déficits trazidos com os mandatos anteriores. No caso da capital paulista, o mesmo Instituto DataFolha pontuava Gilberto Kassab com 34% de reprovação, em junho de 2012.

Ainda em comparação aos primeiros anos de governo de Celso Pitta e Gilberto Kassab, ambos tiveram menos 3 pontos percentuais, para aqueles que consideravam o governo ótimo ou bom, e 3 pontos a mais, para os que julgavam ruim ou péssimo.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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