A Europa se curva, por João Sucata

Foto Sitrefesp

A Europa se curva

por João Sucata

Ou pelo menos se curva perante os jogadores brasileiros, que continuam dando show e mostrando que os 1 x 7 e outras goleadas na última Copa devem ser debitados ao tumulto nacional causado pela Mídia e Cia. É bom nunca esquecer que lançaram até a palavra de ordem “não vai ter copa”,  pregaram boicote,  criaram um clima de desastre, visando intensificar a campanha pela destituição de Dilma (aparentemente a Argentina vem sofrendo um processo semelhante de desgastes dos vínculos sociais e perda de auto-estima). Um outro tanto da derrocada se deve a incompetência e atraso de nossos técnicos (em matéria de técnicos a Argentina está bem melhor).

Como na época, até mais, os jogadores brasileiros continuam supervalorizados pelos campos europeus.

Nos últimos dias de 2017, o Shaktar da Ucrânia bateu o invencível, no campeonato inglês, Manchester City, com nada menos que cinco brasileiros no time: Marlos, Fred, Tison, Bernard e o desconhecido Ishaili. Do lado do time inglês estavam Ederson (goleiro), Gabriel Jesus, Danilo e Fernandinho. Ambos se classificaram para as fases finais da Champions, o mais valorizado torneio do mundo.  Gente, eram nove craques brasileiros em campo, nove.

O Real Madrid perdeu do Barça, de Paulinho, 3 x 0 , em plena capital espanhola, mas é inegável o brilho e prestígio de Marcelo e Casimiro, titulares absolutos entre os poderosos, rivalizando com o francês PSG, onde Neymar pontifica, seguido de Marquinhos, Dani Alves, Maxwell e Thiago Silva, todos titulares.  Na reserva, um luxo, temos Lucas, ex São Paulo, e Gustavo, menos cotado.

No Liverpool dois dos maiores destaques são Philippe Coutinho, um dos mais ambicionados jogadores do planeta no momento e Firmino. Ambos estão impossíveis. No Chelsea estão David Luiz e Willian.  No Juventus Douglas Costa e Alex Sandro. Nos grandes de Portugal, temos uns dois ou três brasileiros por time.

Enfim, dificilmente temos um time europeu que se destaque sem ter craques brasileiros como titulares. O mesmo anda acontecendo no Japão e China.

O que faltou mesmo na Copa, quanto ao futebol, e atualmente nos parece parcialmente superado, foram alguns técnicos competentes. Sem minimizar o papel importante de Tite, que me desculpe o Filipão,  é preciso ser muito cabeça dura para não fazer bonito e disputar qualquer taça, ao formar uma seleção brasileira; mesmo em clima ruim, como tínhamos na Copa do Mundo disputada no Brasil. 

 

ROGERIO CENI COMEÇA CARREIRA COMO TECNICO

Nem todo mundo é Zidane ou Renato Gaúcho. Rogério Ceni quis começar sua carreira de técnico pelo São Paulo, onde era ídolo absoluto, sem passar por times médios. Na época a aposta era uma ousadia, boa apenas para dirigentes do clube respirarem. Mas deu no que deu. Ainda bem que teve juízo para cair fora na hora certa. Agora foi contratado pelo Fortaleza, pode recomeçar com mais tranquilidade, ir aprendendo a profissão, sem tanta pressão. Que tenha mais sorte.

 

LUCAS LIMA NO VERDÃO  

Sem dúvida o Palmeiras conseguiu uma das melhores aquisições na atual janela de transferências. Lucas Lima aprontou algumas no Santos e tem obrigação de apresentar resultados no novo time. É mais ágil, mais habilidoso, mais criativo que Moisés e outros meios campistas do Palestra, perdendo apenas para Dudu, que no entanto produz mais correndo pelo lado mais à esquerda do campo. Um de seus objetivos ao aprontar até conseguir a transferência foi se aproximar mais de uma convocação para a seleção. Difícil dizer até onde está certo, já que o Santos tem sido bem sucedido para essa finalidade. Esperemos pelos resultados.

 

João Sucata

Redação

Redação

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  • Muito bom o texto! Tenho

    Muito bom o texto! Tenho algumas ressalvas aos textos do João Sucata, principalmente quando ele não fala bem do São Paulo, mas hoje eu gostei bastante.

    Finalmente alguém citou a zica do "não vai ter copa" como motivo do 1x7!

    Há muito jogador brasileiro nos principais times da Europa mesmo, embora essa seja uma das gerações menos geniais de jogadores brasileiros. Só para efeito de comparação, em 2002, ano do último mundial, tínhamos 4 Neymar no grupo: Fenômeno, Gaúcho, Rivaldo e Kaká, este no banco. Quando o Gaúcho foi expulso contra a Inglaterra, o time nem sentiu a falta dele como sentiu a ausênica do Fenômeno em 1998 ou do Neymar em 2014.

  • Um bando de mimados criados

    Um bando de mimados criados pela avó,

     

    estão esperando muito dessa turminha.....o evento menos importante dessa ano é essa copa......

  • 7 x 1

    Um assunto que na minha opinião deveria ser explorado mais a fundo pelo jornalismo esportivo nacional é o que se passou naquele 7 x 1.  Ainda não vi nenhuma matéria com mais rigor técnico sobre aquele jogo.  Somente as matérias que sairam logo depois, quando o inusitado do resultado ainda não deixava espaço para uma análise mais técnica.  Revendo o jogo, é quase inacreditável como Parreia, que ganhou a Copa de 94 jogando um futebol pragmático, e o experiente e veterano Felipão montaram o time aberto daquele jeito para encarar a seleção da Alemanha.  Se Zagallo tivesse feito coisa parecida, teríamos tomado de mais de três da Inglaterra em 70. Espero ainda ver uma boa análise daquele jogo, com entrevistas dos ténicos envolvidos.  Ainda lembro do semblante espantando do Löw pouco antes do final do primeiro tempo, não acreditando no que assistia.

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