O galo de ouro Eder Jofre, uma lenda de 75 anos
Estadao.com.br
Wilson Baldini Jr. – O Estado de S.Paulo
Eder Jofre festeja hoje 75 anos. Há 35 encerrou a vitoriosa carreira, mas permanece com um prestígio inabalável no mundo do boxe. Apontado como o maior peso galo da história da nobre arte – ganhou também o cinturão dos penas – o eterno Galo de Ouro, assim como acontece com outros esportistas nacionais, como Maria Esther Bueno e Adhemar Ferreira da Silva, goza de maior fama no exterior. “Eder tinha tudo que um grande lutador deve possuir. Para coroar o pacote, ele também tinha um queixo de ferro e de resistência, a exemplo de Jake LaMotta e Carmen Basilio”, escreve o Cyber Boxing Zone, site especializado. “Talvez a qualidade mais impressionante tenha sido a capacidade de adaptação. Jofre era um lutador muito inteligente, que poderia mudar seu estilo para se ajustar a qualquer tipo de adversário. Ele poderia ser brigador, clássico… O cara era uma obra de arte.”
Para mostrar que o comentário do site sobre o pugilista brasileiro não é exagerado, pode-se lembrar que Sugar Ray Robinson, apontado em quase todas as listas como o maior boxeador de todos os tempos, fez questão de posar ao lado de Eder, em 1960, antes de o lutador nacional enfrentar o mexicano Eloy Sanchez, quando ganhou o primeiro título mundial, em Los Angeles.
O jornalista norte-americano Ted Sares tem outra definição para o pugilista brasileiro. “Com um poder de soco em ambas as mãos, Jofre também tinha grandes habilidades técnicas e reflexos, ao melhor estilo Sugar Ray Robinson”, analisa. “Ele tinha o gancho e o direito em linha reta; um inferno. Ele tinha tudo. Um perfurador de corpos.”
Com tanto reconhecimento nos Estados Unidos, Eder entrou para o Hall da Fama do boxe em 1992. “A maioria dos fãs norte-americanos não tiveram a oportunidade de vê-lo em ação, mas nos anos 60 Eder Jofre foi considerado o melhor lutador libra por libra em todo o mundo”, afirma Ed Brophy, diretor executivo do Hall da Fama.
Em livrarias de Nova York é possível comprar pôsteres do ex-pugilista por US$ 30,00 (R$ 51,00) ou camisetas com o rosto do campeão por US$ 40,00 (R$ 68,00). Algo impensável em São Paulo, onde nasceu na Rua do Seminário e passou a infância no Parque Peruche. “Eder Jofre só não é maior por causa da falta de imagens de seus combates”, diz o escritor Thomas Hauser, que escreveu, entre muitas outras obras, biografias de Muhammad Ali. “Jofre foi um dos maiores de todos os tempos.”
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