Em compras por impulso, supermercado é o grande vencedor

Jornal GGN – Os supermercados assumiram o lugar do shoppings centers como o espaço em que as pessoas mais fazem compras por impulso, independente de sexo, idade ou classe social. Em levantamento encomendado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação de Dirigentes Lojistas (CNDL) para avaliação de como o brasileiro lida com as ferramentas de crédito, 34% dos entrevistados reconhecem que gastam mais do que o planejado em supermercados, enquanto 25% acusam o descontrole quando estão em shopping centers. No perfil, 19% reconheceu comprar mais do que o planejado em lojas online, como e-commerces e sites de compras coletivas.

Compras sem planejamento em supermercados, segundo o levantamento, são uma prática usual em todas as classes sociais, porém a classe C demonstra maior incidência. Em cada dez consumidores pertencentes à classe C, quatro admitem ser mais impulsivos nos supermercados, enquanto 29% reconhece isso nas classes A e B. Shoppings centers já carregam um perfil de descontrole invertido, com 27% nas classes A e B enquanto que, na classe C, é de 22%.

Flávio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil, avalia que a transformação dos supermercados ao longo dos anos, oferecendo maior variedade de produtos, é uma das razões para que consumidores saiam de seus planejamentos quando os visitam. “Hoje os supermercados oferecem em suas gôndolas produtos que vão além de itens básicos para alimentação da família, higiene e limpeza da casa. As grandes redes de supermercados investem cada vez mais para despertar o desejo de consumo e as estratégias vão desde ofertar produtos diferenciados até a maneira mais atrativa de organizar os produtos nas prateleiras”, explica Borges.

A classe C passa a liderar em supermercados, segundo explicação fornecida por economistas do SPC Brasil, pela recente ampliação do poder de consumo no Brasil, o que os fez incorporar novos produtos em suas compras.

Esses economistas listam como fatores que levam à impulsividade nas compras, a falta de uma lista de planejamento antes de sair de casa ou mesmo a presença dos filhos pequenos. Segundo o levantamento, 26% dos entrevistados afirmam não resistir às pressões dos filhos, o que acaba abarrotando o carrinho. Este percentual aumenta entre pais com filhos até seis anos de idade, ficando em 37% e, é claro, para os que têm filhos entre sete e 15 anos, de 35%.

Os produtos ‘irresistíveis’, entre os citados pelos entrevistados, são roupas (56%), calçados e acessórios (43%) e perfumes e cosméticos (29%), mas quando o ponto de compra é o supermercado, o impulso é pouco perceptível para o consumidor, já que é o paraíso das pequenas compras e o impulsivo se convence de que compra supérflua de baixo valor não pesa no orçamento, analisa Borges.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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