Ministério da Agricultura deve ter corte de 30% no orçamento

Segundo matéria publicada no jornal Valor Econômico, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sofrerá um corte de até 30% de seu orçamento. O contingencimanento deve afetar pesquisas da Embrapa, a fiscalização e inspeção de frigoríficos e laticínios, entre outras. A ministra Kátia Abreu orientou sua equipe a economizar com diárias de hospedagem, passagens aéreas e gastos administrativos, para não afetar áreas prioritárias.

Enviado por Photios Andreas Assimakopoulos

Do Valor

Ministério terá corte de até 30% no orçamento

Ao mesmo tempo em que se prepara para anunciar, no dia 3 de junho, juros mais elevados (de até 9% ao ano) para os financiamentos do Plano Safra 2015/16, o governo federal também define cortes nos recursos do Ministério da Agricultura, em linha com o esforço de ajuste fiscal da equipe econômica.

O jornal Valor Econômico apurou que a Pasta terá que contingenciar até 30% de seu orçamento de custeio e investimentos, que é de cerca de R$ 6 bilhões e já foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff.

Concretizado esse corte, seriam R$ 1,8 bilhão em recursos que não poderiam ser usados para atividades como fiscalização e inspeção de frigoríficos e laticínios, despesas com pesquisas da Embrapa, investimentos e, talvez, até verbas para operações de compra e venda realizadas pela Conab para regular preços de grãos como milho e trigo, entre outros produtos.

Na prática, significa dizer que atividades como o desenvolvimento de pesquisas agropecuárias, por exemplo, precisariam ser readequadas no cotidiano para enfrentar o cenário de ajuste: em vez de durar dois anos a conclusão de uma pesquisa em torno de uma variedade nova de algodão, por exemplo, pode levar até quatro.

Por enquanto, antes de sair o decreto presidencial que fixará os limites de empenho de cada órgão federal ­ e que, na prática, estipulará as dimensões dos cortes ­, a dotação orçamentária total do Ministério é de R$ 11,7 bilhões, incluídas despesas obrigatórias como folha de salários, obviamente sempre imunes a contingenciamentos.

O Executivo tem até o dia 22 para estabelecer, em decreto, quanto deverá ser sacrificado de cada ministério. Até lá, a secretaria­-executiva do Ministério da Agricultura precisa finalizar os cálculos e apontar os possíveis pontos de cortes.

Nesse sentido, a prioridade central da ministra é preservar os recursos para subvenção ao seguro rural: R$ 690 milhões dos R$ 700 milhões anunciados para o ano passado ainda não foram pagos e, para saldar essa dívida será preciso descontar parte dos R$ 688 milhões previstos no Orçamento 2015 para essa ação. Kátia Abreu ainda vem prometendo mais R$ 700 milhões para a safra 2015/16.

Para amenizar esse quadro de parcos recursos, a saída encontrada pela ministra da Agricultura foi orientar seu secretariado a cortar o “máximo possível” de custeio com diárias de hospedagem, passagens aéreas e gastos administrativos, e reduzir pagamentos com contratos e convênios firmados com terceiros.

Essa alternativa se refere à economia pretendida pela ministra para que sobrem recursos para redirecionar a áreas elencadas como prioritárias, como a defesa agropecuária: segmento que até ganhou um plano, recém-­lançado pela presidente Dilma Rousseff. O objetivo é economizar por volta de R$ 30 milhões com esse esforço, segundo fontes.

“Estamos economizando em tudo que podemos. E a dificuldade está enorme para compatibilizar orçamentariamente, financeiramente o limite de pagamento [para o seguro] em um ano de ajuste”, afirmou a ministra na terça-­feira (12/05), em evento com a cadeia produtiva do leite.

Dentro desses cálculos de economias, um alvo seriam os custos que a Conab mantém para deslocar equipes técnicas aos Estados onde são realizadas operações de comercialização de grãos e outros produtos agrícolas. Esses custos somaram R$ 1,3 milhão no ano passado e “a determinação da ministra é para que sofra cortes”, afirma uma fonte do ministério.

Apesar de ser uma possibilidade, a intenção é não cortar verbas destinadas a intervenções de preços na forma de leilões como Pepro e AGF, por exemplo. Mesmo porque esse montante, que já ultrapassou R$ 5 bilhões, atualmente está em R$ 1,7 bilhão.

(Comentário: Faz todo sentido – Gastar mais com juros aumentando-os contra si e depois desesperar-se tentando arrumar dinheiro para pagar a terceiros de quem toma emprestado, cortando investimentos como na EMBRAPA)

Redação

Redação

View Comments

  • fim

    Tirar dinheiro da EMBRAPA é o fim da picada e da era PT.

    Vamos terceirizar a pesquisa para..... a Monsanto?

    Ficou fácil: nem a identificação de produto transgênico existe mais, obra e graça do congresso!

  • Resposta

    "(Comentário: Faz todo sentido - Gastar mais com juros aumentando-os contra si e depois desesperar-se tentando arrumar dinheiro para pagar a terceiros de quem toma emprestado, cortando investimentos como na EMBRAPA)"

    Ai está "serto"!

    Esses são dois programas que não podem prescindir de phundos:

    Bolsa Banqueiro

    &

    Bolsa Rentista

  • Todo dia eu leio que terá

    Todo dia eu leio que terá cortes em todos os ministérios ou progamas govenamentais,--inclusive na educação e saúde.

      Não seria menos desgagastante e menos sádico  pro leitor, dizer aonde não haverá cortes?

           Nos poupe, governo, Porque anunciar cortes a conta gotas é um martírio.

                 Ou tortura chinesa,

                     Assim sendo, prefiro assistir o Criminal Minds.

                      A propósito: Hoje as 14 horas passa um episódio 5 estrelas datado de 2015.

                       Não pode assistir? Não se preocupe,porque repete até à EXAUSTÃO.

                     Eles chamam isso de '''horário alternativo''---uns 25 anos de ''alternidadade''

    • É fácil saber onde não haverá cortes:

      em qualquer coisa que beneficie os políticos/banqueiros/empresários.

  • é o que plantando dá a

    é o quê plantando dá! a política econômica lulopetista proto-stalinista de querer colher os rabanetes pelas folhas...

    • A quem interessa 'ressucitar' Stalin (de novo)?

      Não sabia que o sistema financeiro, que foi quem mais lucrou como o governo do PT era stalinista. Aliás, já disse aqui e repito STALIN MORREU EM 1953, A URSS ACABOU EM 1991. Ressucitar o fantasma de Stalin só interessa a extrema direita do neoliberalismo fascista

  • Economizaaaaarrrrr.....

    Final do ano vamos ver onde esta economização vai dar.

    Todo mundo já sabe que economia não é matemática, dizer que vai economizar 10 não quer dizer que vc terá os 10 sobrando no final do ano.

    O governo do arrocho do FHC tá aí para provar isto.

    O governo vai economizar e economizar e no final do ano terá uma dívida maior que tem hoje. 

  • Como Engenheiro Agrônomo, . . .

    Como Engenheiro Agrônomo, trabalhando há quase 40 anos com crédito rural, isso me causa uma certa preocupação, principalmente no que tange à cortes da EMBRAPA. Com relação ao crédito rural, de alguns anos para cá tem sobrado dinheiro do disponibilizado pelo governo, mas para custeio agrícola não deveria faltar nenhum centavo da quantia necessária calculda pela CNA,  pois sem esses recursos os custos de produção  sobem muito com trocas e compras em revendas, e o agricultor não merece pagar essa conta.

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