Projeto de Moro não será prioridade de Bolsonaro

Jornal GGN – Da mesma forma que decidiu entregar o projeto anticrime e a reforma da Previdência nesta semana ao Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro também considerou que a proposta do ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, é menos prioritária, e quer deixar de “banho-maria” enquanto as mudanças na aposentadoria não são aprovadas pelos parlamentares.

A informação pública é que o governo tem no topo de sua prioridade a conclusão da Reforma da Previdência, pressionada sobretudo pela equipe econômica comandada por Paulo Guedes, que acredita que com ela irá sinalizar “estabilidade” ao mercado, ainda que em meio à instabilidade política da crise que eclodiu no PSL.

E as sugestões polêmicas do ex-juiz Sérgio Moro devem enfrentar maior resistência no Congresso, principalmente após ministros do próprio Supremo Tribunal Federal (STF) sinalizarem para a possível inconstitucionalidade de trechos da medida. Com isso, as Comissões de Justiça do Legislativo podem barrar ou tentar modificar o texto original de Moro.

Tendo em vista isso e o fato de que Bolsonaro não pretende enfrentar maiores problemas logo no início de seu mandato, enquanto ainda busca solucionar a polêmica envolvendo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, o mandatário dará maior atenção à reforma da Previdência. Em “banho-maria”, assim descreveu a colunista Julia Duailibi, do G1.

Segundo ela, já se espera uma tramitação mais lenta do pacote anticrime de Moro do que a reforma da Previdência de Guedes. A meta do governo é aprovar, primeiro, a reforma, cujo texto será levado nesta quarta-feira (20) à Câmara dos Deputados. “Vamos segurar em um segundo plano”, teria dito um integrante da Casa Civil à jornalista.

Somente após o caso tramitar no Plenário da primeira Casa é que o governo deverá dar atenção às propostas de Moro junto aos parlamentares. O objetivo é concentrar as negociações, neste momento, nas mudanças da aposentadoria.

“A prioridade zero é a reforma da Previdência. Se aprovada a reforma, se Deus quiser, aí todo o esforço será para a aprovação (do projeto anticrime de Moro)”, já admitiu o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo.

Redação

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  • Essa é a diferença entre a esperteza e a inteligência. Ninguém pode chamar Lula e Dilma de burros, ao contrário tratando-se do atual presidente. Mas assinar embaixo de um conjuntos de Leis que não só aumenta o poder já turbinado dos "agentes de lei e da justiça", mas bota um porrete enorme na mão de Moro, isso Bolsonaro não fará, nem os seus apoiadores do Partido do Suco de Laranja deixarão. Burro, mas não otário. Vai embromar Moro e usá-lo para distrair atenção quando necessário e como capanga. Se este não se submeter, vai cozinhar os mocotós do dito cujo até que ele peça para sair e, então, adiós muchacho. Mas, como Moro sonha com uma cadeira no STF, píncaro da glória para um medíocre, ele vai fazer o que Papi mandar, sem reclamar. Eu não consigo acreditar quando leio em colunas e matérias por aí que Moro tem alguma possibilidade de tornar-se algo além do que já mostrou que é, um jurista de parcos recursos e uma pessoa de compreensão social e política restrita. Vamos ser francos, esse governo e seus membros estão sem escada e se seguram na broxa do mercado só para entregar a rapadura. Mostrem impossibilidade de fazer a "lição de casa" e não sobre um, vai ser um pega prá capar nunca visto.
    Eu não canso de tentar imaginar o que se dirá, no futuro, sobre este período, o que fizeram e sobre quem fez.

  • E o Bibianno foi exonerado não por causa do laranjal e das mentiras, mas para ñão atrapalhar a reforma da previdência.
    Para criminosos, o crime não é problema, é solução. É por isso que o projeto de lei anti-crime do $érgio Moro não foi priorizado e foi igualmente por isso que o Bibi foi exonerado, isto é, para não dificultar o assalto a aposentados e pensionistas
    Por falar em exoneração, cadê o Queiroz de o Flávio Bolsonaro?

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