Categories: História

O aniversário de Abreu e Lima

Da Agência Brasil

Abreu e Lima: há 211 anos, nascia em Recife o brasileiro que virou herói no exército de Bolívar

06/04/2005

Michèlle Canes, Danielle Coimbra e Spensy Pimentel

Da Agência Brasil

Brasília – Nesta data, 6 de abril, nascia, há 211 anos, José Inácio de Abreu e Lima. O revolucionário pernambucano participou de insurreições derrotadas pelo governo imperial no Brasil e, depois, ao lado do general Simon Bolívar, conquistou a independência de diversos países latino-americanos. Hoje, Abreu e Lima é lembrado como herói em países como a Venezuela, mas sua história ainda é pouco conhecida no Brasil.

“Servi sempre à causa da liberdade e independência da América. Minha causa é dirigida ao povo, é às massas que chamo, porque sou parte delas, sou um dos muitos, sou um membro desse todo que depreciam a todo instante, e a quem chamam vil canalha mais de uma vez, depois de havê-lo enganado para encher seus bolsos, para enriquecer à custa de sua boa-fé”, escreveu o brasileiro ao fim de seus dias, segundo recente folheto editado pelo governo venezuelano para divulgar a biografia do líder revolucionário, intitulada “Abreu e Lima – General de Massas”.

“No Brasil, Abreu e Lima esteve sempre do lado perdedor. A historia é escrita pelos vencedores. Lá, na América Hispânica, ele é um grande vencedor”, explica o cientista político e professor da Universidade de Brasília Vamireh Chacon, autor do livro “Abreu e Lima: General de Bolívar”.

Em 25 de abril de 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, inauguraram na praça São José, no município de Abreu e Lima, a 30 km de Recife, os bustos em memória e homenagem ao general José Inácio de Abreu e Lima e a Simon Bolívar.

Segundo o livro de Chacon, Lima nasceu em 1794, na cidade do Recife. Seu pai, conhecido como Padre Roma, foi dispensado dos votos clericais pelo Papa e tornou-se um revolucionário antes mesmo do filho. Quando a Revolução de 1817 estoura em Pernambuco, Lima é preso e transferido para a Bahia. Nessa mesma época, soube da detenção de seu pai, que se envolveu em uma missão fracassada e mais tarde foi fuzilado. Por ser capitão do exército português, Lima foi obrigado pelo governo colonial a acompanhar o fuzilamento de seu próprio pai.

Em seguida a esse incidente, e depois de diversas perseguições políticas sofridas no Brasil, Lima se exilou nos Estados Unidos. Segundo o professor Chacon, ele saiu do país com seu irmão ao saber da existência de movimentos libertadores na Venezuela.

Chacon conta em seu livro que Bolívar chega a receber uma carta de Abreu e Lima oferecendo seus serviços. “Simón Bolívar o acolheu porque precisava de oficiais para seu nascente exército”. Em 1819, Abreu e Lima foi integrado às forças bolivarianas junto a outros estrangeiros, como oficial do primeiro exército de libertação das Américas, para lutar pela independência da Colômbia e da Venezuela.

Abreu e Lima lutou junto ao Libertador Bolívar na primeira grande batalha de libertação, a chamada Batalha de Boyacá, onde se conquistou a independência da Colômbia. O brasileiro redigiu uma descrição da batalha, assinada por Simón Bolívar. Segundo Chacon, esse relato é considerado a proclamação da independência da Colômbia. Os dois também participaram da Batalha de Carabobo, que, após uma longa campanha, deu a independência à Venezuela.

Após essas batalhas, vários oficiais pan-americanos traíram Bolívar, interessados em sucedê-lo. Esse grupo o obrigou a seguir para o exílio, mas, antes de sua morte, ele solicitou a Abreu e Lima que fizesse por escrito e publicasse em livro a sua última defesa. “Depois da morte, Lima considerou a sua missão encerrada e continuou fiel à memória de Simón Bolívar”, diz Chacon.

Quando retornou ao Brasil, Abreu e Lima foi recebido com desprezo e escárnio em sua terra natal, segundo o livreto venezuelano. “O Quixotismo do General das Massas” era o título de uma comédia encenada em Pernambuco na época.

Abreu e Lima entendeu que o liberalismo não era o único caminho para a prosperidade dos povos. A partir desse pensamento, ele publicou em 1855 sua obra intitulada “O Socialismo”, a primeira, em toda a América Latina a abordar o tema, segundo Chacon .”Somos, na verdade, socialistas, mais entenda-se bem, discordamos em grande parte dos mestres dessas doutrinas e só aceitamos delas o que seja aplicável a nossa presente situação”, escreveu Abreu e Lima, segundo o livreto venezuelano.

Quando morreu, Abreu e Lima não pôde ser sepultado no cemitério de Recife porque ele se havia indisposto com líderes da igreja Católica ao publicar ensaios como “As Bíblias Falsificadas” e “O Deus dos Judeus e o Deus dos Cristãos”. Assim, “Lima foi sepultado no Cemitério dos Ingleses, onde há um epitáfio que clama pela liberdade de consciência. Não só religiosa, mas política e social”, explica Vamireh Chacon. Devido a um acordo diplomático, o Cemitério dos Ingleses era considerado território internacional. Não foi concedido a ele ser enterrado em solo brasileiro.

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ABREU E LIMA, O BRASILEIRO QUE FOI GENERAL DE SIMON BOLÍVAR – TRAÇOS DE SEU PERFIL MILITAR

Cláudio Moreira Bento

O presente artigo focaliza a vida e obra do brasileiro Inácio Abreu e Lima, general de Simon Bolívar, filho de Pernambuco que, depois de concluir seu curso de cinco anos na Academia Real Militar (1812-16) no Largo de São Francisco no Rio de Janeiro, envolveu-se como Capitão do Regimento de Artilharia em Recife na Revolução Pernambucana de 1817, junto com seu pai, Padre Roma, que foi executado na sua frente em Salvador. Obrigado pelas circunstâncias, deixou o Brasil e se apresentou a serviço da Independência da Grã Colômbia (Panamá, Colômbia, Venezuela e Equador), onde se destacou como Chefe de Estado-Maior de diversos líderes ente os quais Simon Bolívar, sendo o único a possuir um curso numa Academia Militar, e tendo retornado ao Recife em 1831, onde teve destacada atuação política e jornalística.

LEIA A ÍNTEGRA EM: http://www.ihp.org.br/colecoes/lib_ihp/docs/cmb20080719.htm

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30/06/2011: Investimentos na refinaria Abreu e Lima não sofrerão cortes, diz ministro

http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20110630170531&assunt…

04/07/2011: Balsas com reatores para a Refinaria Abreu e Lima chegam ao Porto de Suape

http://pe360graus.globo.com/noticias/cidades/porto/2011/07/04/NWS,535589…

20/06/2011: Demandas de políticos adiaram plano da Petrobras, diz fonte

Brasil nas mãos dos partidos repartidos

http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=8&idnot=54692

Luis Nassif

Luis Nassif

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