Esquerda europeia pede suspensão de acordos com Brasil por morte de Marielle


Foto: Sede del Parlamento Europeo en Estrasburgo (EFE)
Jornal GGN – Imediatamente após denunciar em palanque do Parlamento Europeu o assassinato da vereadora brasileira Marielle Franco, do PSOL, o partido espanhol Podemos ingressou uma carta à Comissão Europeia pedindo que o assassinato seja condenado e que a União Europeia suspenda as negociações comerciais desejadas pelo presidente Michel Temer de fechar um acordo de livre comércio com o Mercosul.
A informação é do jornalista Jamil Chade, do Estadão, que acompanhou de Genebra, na Suíça, a movimentação da reunião do Parlamento Europeu em Estrasburgo, no leste da França. Mais cedo, o ativista, deputado espanhol e um dos fundadores do Podemos, Miguel Urbán Crespo, ocupou a tribuna de Estrasburgo para denunciar o caso.
“Presidenta, esta noite, assassinaram a vereadora do PSOL, Marielle Franco, no Rio de Janeiro. Assassinaram uma ativista, feminista, defensora dos direitos humanos, anti-capitalista”, havia lamentado. “Desde aqui, nossa solidariedade a seus companheiros e suas companheiras e, sobretudo, nossa condenação firme desde o Parlamento Europeu a este clima de violência no Brasil”, completou.
Mas após a manifestação de apoio aos brasileiros e de condenação ao cenário de violência no país, o partido espanhol decidiu também enviar uma carta pedindo a suspensão das negociações entre a Europa e o Mercosul, como gesto de repreensão pela violência vivida no país latino-americano.
As negociações são de interesse do mandatário Michel Temer, o mesmo que decretou a intervenção federal no Rio de Janeiro, com o aumento da presença policial e militar nas ruas do Estado. Além do Podemos, assinaram o documento outros deputados que integram a Esquerda Europeia Unida.
“Pedimos para a Comissão uma suspensão imediata das negociações com o Mercosul até que haja o fim da violência e intimidação contra a oposição política e defensores de direitos humanos”, afirmou a aliança de 52 euro-deputados, segundo o repórter do Estadão.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Se correr o bicho pega

    Boa. A Europa embarga nosso país, que já tinha sido isolado dos BRICS pelo golpe. Nem euro, nem yuan, nem rublo, nem a moeda dos BRICS, a ser criada...

    Resta apenas ajoelharmo-nos e dizer ao dólar e ao FMI:

    - "Se der, senhor, ponha devagarinho, sim?"

    - "Dá não, cadelinha! huahuahua!"

     

    O golpe, dessa vez, tá foda...

  • Somos sim colonia: a imprensa e os parlamentares de fora mostram

    Enquanto os de dentro transformam o país em farelos de pão e ficam a brigar por nacos das sobras. A globo hoje começa a dar foco ao assunto como se ocorrera ontem. Como no dia de ontem ela colocou a morte de Marielle como algo de menor destaque em suas mídias, passam hoje a vergonha de serem pautados pelo estrangeiro. PHA está correto quando chama de colonistas os jornalistas "opinadores" desta mídia e mentalidade mediocres

  • Questão de ordem:
    Favor

    Questão de ordem:

    Favor informar se meus comentários estão sendo bloqueados pois, postei 4 anteriormente e os mesmos não foram publicados.

    Caso, não creio, tenha desagradado ou ter sido, não creio, incoveniente, desculpas.

    Mas, se há outro(s) motivo(s) diga-me para parar de ler o blogue. É do jogo.

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