A QUESTÃO IRANIANA E O DEPARTAMENTO DE ESTADO – O Presidente Obama está pressionado a agir militarmente contra o Irã ou a permitir a Israel que o faça. Essa pressão vem de parte de sua assessoria de segurança nacional e tem como força antagonica o Departamento de Estado.
O National Security Council-Conselho Nacional de Segurança é uma estrutura criada no Governo Truman para assistir o Presidente dos EUA tomar decisões estrategicas que envolvem os interesses geopoliticos americanos em todo o mundo. O Conselho é presidido pelo proprio Presidente dos EUA e tem como membros permanentes os Secretarios de Estado, de Defesa e de Energia e como membros convocaveis outros Ministros e altos funcionarios. O NSC tem um Conselheiro Militar, que é o Chefe do Estado Maior Conjunto dos EUA e tem um Assessor de Segurança Nacional que é na realidade o Chefe Operacional do Conselho. O NSC tem um grande staff permanente que é coordenado pelo Assessor de Segurança Nacional, que hoje é Tom Donilon, um advogado muito ligado a Clinton e cuja esposa é Chefe de Gabinete do Vice Presidente Joe Biden.
Historicamente o NSC é “falcão” em geopolitica e o Departamento de Estado é “pomba”.
O NSC é muito ligado ao establishment militar, funciona nos predios baixos da antiga Secretaria de Guerra e Marinha ao lado da Casa Branca.
O Departamento de Estado é tradicionalmente ligado aos Democratas e por causa de sua secular experiencia é muito mais compromissado com a paz do que com a guerra. O State tem a memoria de duas guerras mundiais, tem os relatorios diarios de suas embaixadas, é mais cauteloso e menos agressivo e belicoso que o NSC.
O caso do programa nuclear do Irã ilustra esse confronto. O Irã realmente desafia a Agencia Internacional de Energia Atomica, porque é signatario do TNP e não cumpre o tratado, descumpre e anuncia que vai descumprir, é um Estado não só à margem do Direito Internacional como provocador consciente e desafiante da ordem global.
Mas é uma falacia dizer que o Irã está prestes a ter uma bomba atomica. O Irã pode com muita dificuldade chegar a ter a bomba mas não tem nem remotamente a capacidade de fabricar o detonador e o artefado de transporte da bomba, pelo menos em um prazo visivel. Terá a bomba mas dificilmente terá como carrega-la em um missil e detona-la no alvo.
Um ataque aereo ao Irã, que é o plano mais obvio, terá sucesso militar mas desestabilizará ainda mais a região da Asia Menor, Obama está resistindo como pode às pressões.
O Departamento de Estado está fazendo tudo para recompor as relações Irã-ocidente e um artigo para uma demarche brasileira está nessa linha, a autora do artigo é do ambiente do Departamento de Estado.
Parte do processo de decisão será muito influenciado pela campanha eleitoral, se Obama se fortalecer poderá melhor resistir às pressões para o ataque, se os Republicanos crescerem sua capacidade de resistencia será menor.
O NSC teve grandes chefes (que é o Assessor Especial de Segurança) mas Tom Donilon é o homem errado na hora errada. Não tem experiencia no exterior, não tem conhecimento da complicada politica do Oriente Medio, não tem experiencia militar, não tem o perfil de grande operador de politica externa, esse é um risco adicional que Obama corre nessa intrincada questão.
Um ataque ao Irã será um erro. Uma politica de contenção é mais adequada e menos arriscada.
Os proximos meses serão decisivos.
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