Cargos na Caixa são importantes para governo manter base

Conselho de Administração se reúne hoje para definir futuro de executivos afastados e alterar estatutos que poderá tirar do presidente da República competência para nomear servidores
Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O Conselho de Administração da Caixa se reúne nesta sexta-feira (19) para discutir três questões importantes: a primeira é a se deverá ou não reconduzir os quatro vice-presidentes do banco afastados temporariamente por suspeitas de envolvimento com esquemas de desvio do FGTS e de fundos de pensão; a segunda é a aprovação de um novo estatuto que poderá dar ao conselho poderes para nomear e exonerar os executivos, prerrogativa que atualmente pertence ao presidente da República; e a terceira é como será realizada a capitalização para cumprir as exigências internacionais de solidez.
O afastamento de quatro dos 12 vice-presidentes da instituição foi determinada por Michel Temer, durante 15 dias, por recomendação do Banco Central e do Ministério Público Federal. A Caixa sofre investigações desde 2016 no âmbito das operações Greenfield e Sépsis, a primeira sobre desvios em fundos de pensões de bancos e do governo e a segunda sobre irregularidades no Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), vinculado à Caixa.
Na verdade, o MPF pediu o afastamento de todos os vice-diretores indicando e caso Temer não atendesse ao pedido de suspensão nos cargos até o dia 26 de fevereiro “poderia ser responsabilizado por futuros crimes cometidos pelos” executivos.
A indicação de cargos é uma carta do presidente da República para negociar com a base no Congresso e, segundo informações da Folha de S.Paulo, o afastamento dos vice-diretores causou insatisfação de partidos com quem Temer estava negociando a reforma da Previdência, entre eles PP e o PR. A executiva afastada Deusdina dos Reis Pereira, por exemplo, é uma indicada do PR. Isso explicaria porque Temer decidiu responder o pedido do Banco Central e do MPF de afastar vice-diretores somente após a recomendação vir a tona na reportagem publicada na Folha.
Outra questão que pode enfraquecer a votação da reforma Previdência é se o Conselho de Administração da Caixa alterar o estatuto tirando de Temer a competência para nomear servidores porque isso reduziria a influência do governo sobre sua base. Mas, também segundo informações da Folha, o estatuto da Caixa n~´ao deverá sofrer grandes alterações já que o governo tem influência significativa dentro do Conselho que é formado por quatro representantes do Ministério da Fazenda, um do Planejamento, um representante dos funcionários do banco, além do próprio presidente da Caixa, Gilberto Occhi.
Em relação a capitalização o banco irá decidir se irá vender parte da carteira de crédito que permitiria capitar cerca de R$ 10 bilhões ou, como prefere o presidente Occhi, negociar parte da dívida da Caixa om o FGTS para obter até R$ 15 bilhões, operação que dependerá do aval do Tribunal de Cotas da União (TCU).
Redação

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