“Não há na PF qualquer comprovação de vazamento ilegal”, diz delegado

Especialistas discutiram os vazamentos seletivos na Operação Lava Jato, durante o programa Brasilianas.org, desta segunda-feira (09)

Da Agência Brasil

O programa Brasilianas.org discutiu as implicações geopolíticas da Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras. Ao abordar o tema, os entrevistados comentaram os vazamentos de informações para a imprensa que, conforme o apresentador Luís Nassif, “pendem a balança” das investigações para um lado.

Participaram da edição dessa segunda-feira (9) o consultor de empresas americanas no Brasil, André Araújo, o advogado especialista em processo penal, Luiz Guilherme Decaro, e o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Marcos Leôncio Ribeiro.

Luiz Decaro disse que esses vazamentos preocupam, pois podem influenciar decisões do Judiciário. “A mídia publica essas notícias e o acusado já foi praticamente condenado pela opinião pública. De forma que, quando os magistrados, mesmo nos tribunais, vão julgar habeas corpus e quaisquer outros recursos que forem interpostos, já se sentem pressionados e, de certa forma, desconfortáveis de conceder a ordem para manter alguém solto”.

Para o delegado da Polícia Federal Marcos Ribeiro, deve ser diferenciado o vazamento de informações e a seletividade da divulgação. “Nós temos uma imprensa livre e, às vezes, ela, no exercício da liberdade de divulgação, faz a seleção do que deseja divulgar”. Ele afirmou que não foi detectado nenhum vazamento no âmbito da Polícia Federal na Lava Jato.

Ribeiro disse ainda que a publicidade dos processos, deixando-os disponíveis a todas as partes envolvidas e até mesmo à imprensa, facilita a seleção de conteúdos para divulgação. “Eu prefiro entender que há informação seletiva desse ou daquele veículo, conforme a sua pauta editorial. Não há, por parte da Polícia Federal, e não conheço também dentro do processo da Lava jato, qualquer comprovação de vazamento ilegal, porque, se assim for, ele será com certeza devidamente punido e apurado”, acrescentou.

Para o delegado, a apuração dos casos de corrupção no Brasil deve fortalecer a imagem do país internacionalmente, inclusive no mundo empresarial.

O consultor André Araújo discorda dessa posição. “Acho que escrachar os males do país não melhora o Brasil lá fora. O país tem uma imagem e ela tem um valor enorme. O Brasil tem corrupção muito menor do que a América Hispânica”, lembrou.

 O programa Brasilianas.org tem apresentação do jornalista Luís Nassif e vai ar ar às segundas-feiras, a partir das 23h, na TV Brasil.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • O delegado foi o menos

    O delegado foi o menos convicente ao defender a PF. Sua postura defensiva destoava de qualquer resposta lógica, ele não escutava ou fingia não escutar os argumentos do Nassif. Peguei o programa já em andamento, mas o AA brilhou. A lava jato não se sustentaria num Estado de Direito.   

  • Aff. Parece as justificativas

    Aff. Parece as justificativas do Cunha: "Não houve vazamentos, pois tudo o que foi para a imprensa nós mesmos liberamos".

  • Quem é o criminoso ?

    Se não foram os agentes da Polícia Federal, então foi alguém do Ministério Público ou Sérgio Moro.

    O fato é que os vazamentos ocorreram em conformidade com a estratégia defendida por Sérgio Moro e analisada por Luíz Nassif.

  • Azar. Coube à voce ter que "explicar".

    Caraca!! Quanto ganha um delegado federal? Coube à ele aparecer lá e dizer o que disse. Azar. Eu teria vergonha. Quantas asneiras em tao poucas linhas de explicaçao prá lá de ...:1)" deve ser diferenciado o vazamento de informações e a seletividade da divulgação.??!! Ah, é??

    2)“Nós temos uma imprensa livre e, às vezes, ela, no exercício da liberdade de divulgação, faz a seleção do que deseja divulgar”??!! Acha mesmo isso, dr??

    3)"..não foi detectado nenhum vazamento no âmbito da Polícia Federal na Lava Jato" ??? Nao precisa dizer mais nada. O discurso já disse a que veio. 

    Conclusao: Pensam que somos todos retartados. Somos nao, delegado. Há que se ter mais respeito e nao subestimar a inteligencia do povo. 

  • Delegado Marcos.brigou com fatos , foi constrangedo !

    Ainda bem que tinha um entrevistador da estirpe do Nassif que honra o Jornalismo e não se omite 

    diante de uma tentativa de desinformar o Telespectador.

    Parabens Brasilianas.org

  • "Para o delegado da Polícia

    "Para o delegado da Polícia Federal Marcos Ribeiro, deve ser diferenciado o vazamento de informações e a seletividade da divulgação. “Nós temos uma imprensa livre e, às vezes, ela, no exercício da liberdade de divulgação, faz a seleção do que deseja divulgar”. Ele afirmou que não foi detectado nenhum vazamento no âmbito da Polícia Federal na Lava Jato":

    Ler antes de comentar.

    Opa!  Ele nao eh nem comentarista aqui!

    Errei...

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