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O ataque às religiões afro

Por weden

A verdade silenciada

O Extra, o jornal mais vendido do país em banca, e que por vezes se choca contra as linhas gerais do próprio primo rico da família, O Globo (e da Globo, como no caso Boninho), vem com uma série de reportagens importantes sobre o preconceito e a discriminação contras as religiões afro-brasileiras.

No capítulo de ontem, o preconceito contra alunos candomblecistas em escolas públicas – com casos de meninos expulsos de sala de aula, por portarem indumentárias ou acessórios referentes à religião.

Hoje, a reportagem foi sobre a agressão contra religiosos, incluindo um caso de agressão policial.

O jornal Extra tem sido a única voz da imprensa brasileira a denunciar com alguma frequencia problemas de preconceitos raciais ou religiosos no Brasil.

Os jornais geralmente silenciam – para expurgar ou para negar o problema. No Globo, por exemplo, é quase tabu (com exceção da voz solitária de Miriam Leitão).

A Folha tem alguma cobertura, mas geralmente limitada a datas específicas, como o 20 de Novembro. Outros jornais lembram do racismo para falar mal (e não colocar em debate) das cotas.

Há pouco mais de três meses, o mesmo jornal denunciou um curso de PM no Rio que “ensinava” aos alunos como identificar um traficante, utilizando-se da imagem de um negro no site.

O mesmo Extra há uma década mostrou como a PM do Rio executava prioritariamente jovens pobres e negros em troca da Gratificação Faroeste (implantada por Marcelo Alencar).

O Extra vai rompendo os silêncios, silenciosamente.

Aqui, a capa da reportagem de hoje no Extra.

http://extra.globo.com//_img/capas/capa.asp

E olha que não é O Maior Jornal do País…

Uma correção.

O curso em que se detectou material preconceituoso não era da PM, mas da Polícia Civil.

Clique aqui.

Por Tereza Ramos

Segue um artigo da jornalista Stela Caputo, que defendeu tese com o tema “Educação nos terreiros e como a escola se relaciona com crianças que praticam candomblé”, em julho de 2005.

Clique aqui

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Escola normalmente tem
    Escola normalmente tem uniforme. Se alguem aparecer por la com outras roupas deveria ser impedido de entrar, qual o problema nisto?

  • O Extra é um jornal voltado
    O Extra é um jornal voltado para as classes mais, digamos assim, populares. Como o problema do preconceito e ataques aos praticantes do candomblé é, na maior parte dos casos, restrito às comunidades mais carentes, tais notícias ganham mais destaque no Extra.

    Na verdade, esse tipo de problema incomoda muito pouco a "classe média", que é a principal consumidora de O Globo. Não sei se o erro é de O Globo, ou da classe média.

    De qualquer forma, lembro de já ter lido no Globo, algum tempo atrás, sobre ataques cometidos contra terreiros de candomblé a mando de traficantes auto-definidos "evangélicos" (que de "evangélicos" não têm nada, diga-se de passagem...).

  • Já O Globo é notoriamente um
    Já O Globo é notoriamente um jornal católico de direita, que não perde oportunidade para dar destaque às notícias que possam denegrir as outras religiões, sobretudo as igrejas evangélhicas. Não se vê o mesmo destaque, por exemplo, às notícias sobre padres pedófilos...

  • escola publica é laica . se
    escola publica é laica . se catolico que levar cruz, muçulmano de veu ou umbandista com estatua de iemanjá, procurem sua turma ! tá certo a frança. e além do mais tinha que tirar crucifixo de repartição publica e excluir / deletar ensino religioso de escola publica. Religiao só serve prá isolar/dividir, guerrear e enganar. Sem elas seríamos mais felizes, honestos e pacificos e mais humanos sem essas asneiras de ceu, inferno paraiso com virgens e tamaras e reciclagem de alma (vai e volta depois de cursinho com xico chavier). Vade retro religioes !

  • Gostaria de salientar que,
    Gostaria de salientar que, por causa da internet, onde se encontra e se lê de tudo praticamente ao mesmo tempo e pelo custo único da mensalidade do provedor, os jornais estão migrando de clientela, passando a ser consumidos pelos mais pobres, ainda sem posse de computador. Claro que os mais pobres sempre consumiram jornais baratos, porém, verifico que são exatamente esses jornais que ainda vendem quantidade expressiva, os demais, para os com mais dinheiro, estão em queda de exemplares, substituídos pela internet.

  • Senhor Legal, escolas,
    Senhor Legal, escolas, principalmente as publicas, "normalmente" não tem uniformes, tenho 4 filhos, 3 estudam em escolas publica, nenum deles obrigam o uso de uniformes, no máximo recomendam uma camiseta, que os alunos " às vezes" usam com saias ou jeans. Não vem com essa de defender o preconceito em cima de legalismos, até porque a questão levantada não contempla a hipótese que voçê levanta. Onde está escrito que as criançãs foram expulsa por não portarem uniformes?

  • Copiamos tantas e tantas
    Copiamos tantas e tantas coisas sem sentido ou nefastas dos países desenvolvidos, e deixamos muitas vezes de importar bons costumes ou práticas, como por exemplo da França, a proibição de escolares portar, nas escolas, qualquer símbolo, indumentária ou objeto religioso, tais como véus, xadores, chapéus religiosos, medalhinhas, santinhos, burcas, etc.
    Isso homogeneíza a indumentária dos estudantes e dificulta a discriminação religiosa (é para isso que servem as religiões, para dividir e discriminar).

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