Oito dias depois, em 22 de outubro, estreou a novela Salve Jorge, abordando tema semelhante.
As duas iniciativas foram importantes, por abordar tema dos mais relevantes do crime organizado internacional: o tráfico de pessoas.
A apresentação da novela era assim:
Era uma trama envolvente, centrada na mãe humilde que enfrenta o mundo para recuperar a filha.
Assim ficou o texto do programa:
““Há quase um ano e meio a família sofre com a ausência das crianças. Silvânia Maria da Silva, a mãe, ainda tentou impedir que os filhos fossem levados pelos policiais que tinham uma ordem judicial.
‘[Os policiais disseram que] se nóis impedisse, nóis iria preso, eu mais o pai (sic)’, relata, emocionada, a mãe. Sem ouvir os pais, os avós, nenhum parente, nem o Ministério Público – segundo o Fantástico -, o então juiz de Monte Santo, Vitor Manoel Bizerra, decidiu, de um dia para o outro, entregar as crianças a quatro casais paulistas. Desesperado, Jerôncio, o pai, passou a procurar o conselho tutelar da cidade. Mas acabou preso por desacato.
Para soltar Jerôncio, a polícia exigiu uma fiança de R$ 5 mil, valor muito acima das condições financeiras da família. Mas, no desespero, os pais dele venderam a casa onde moravam, a única que tinham. Foi derrubada logo depois pelo comprador para evitar a anulação do negócio. Hoje eles moram de favor e sofrem com a ausência dos netos.
Das cinco crianças, duas moram em Campinas, São Paulo. As outras três, na vizinha Indaiatuba. Tentamos conversar com os casais que têm a guarda provisória dos meninos, mas ninguém quer falar.
(…) [Segundo] o atual juiz de Monte Santo, Luiz Roberto Cappio, há uma lista de irregularidades nos processos. (…)
O juiz Vitor Manoel, que decidiu conceder a guarda provisória das crianças, hoje trabalha na cidade de Barra, a mais de mil quilômetros de Monte Santo. Ele não foi encontrado na cidade.
O Conselho Nacional de Justiça está investigando a atuação do juiz.”
Entrevistados ouvidos pelo programa valeram-se do condicional para disparar suspeitas e acusações.
Mais taxativa foi a Ministra-Chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, sugerindo a entrada da Polícia Federal no caso:
Antes de entrar nesse terreno espinhoso, é necessário conhecer melhor os embates ideológicos em torno do tema adoção.
Veja o depoimento ao JornalGGN da médica Letícia Fernandes, A mãe afetiva que foi transformada em traficante
Veja as matérias veiculadas pelo Fantástico e pelo Jornal Nacional em As reportagens veiculadas pelo Fantástico e pelo Jornal Nacional.
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