Prisões espetaculosas e a briga de poder sob o manto da justiça, por Frederico Firmo

por Frederico Firmo

Nesta semana presenciamos mais um round da briga midiática  pelo poder. Uma briga que está sem dúvida pulverizada, mas que já mostra  de que lado fica a imprensa.

Os problemas e a falência do Rio de Janeiro, abriram o palco para o uso da mídia. A prisão  de Cabralfoi seguida pela fala de Moro que, vapt vupt, já  é capa da revista Veja. Ao invés de se pronunciar nos autos do processo, o juiz de Curitiba, em provável campanha presidencial, faz um longo discurso político falando de governantes e governados se auto-exaltando.Mais uma vez confunde  suas próprias ações com  ações da Justiça. Num timing perfeito vemos as cenas dantescas da prisão de Garotinho, que , se não me falha a memória, foi o primeiro político preso tirado de um hospital e jogado num presídio por compra de votos. De quebra a mídia  criminalizou as políticas sociais, que vem sendo atacadas pelo governo.  Ainda nesta semana, o anúncio  midiático do procurador ungido, Deltan Dallagnol, que anuncia a devolução à Petrobrás de uma quantia  de dinheiro , que de fato fica a dever.

Curiosamente a mídia depois de muitos meses, resgatou os resultados daquela auditoria externa  que apontava um rombo de 6 bilhões. O resgate deste número é curioso, pois a mídia já falou de um rombo de  60  a 70 bilhões quando foi conveniente. Como já demonstrado os  milhões devolvidos correspondem a  alguns dias de faturamento da Petrobrás, mas Parente estava lá, para sacramentar a ação do procurador. Isto tudo minimizou o delator, cuja delação delata a farsa da delação premiada, pois diante de fatos,alegando um mero equívoco volta atrás para beneficiar  Temer. Este jogo entre Lava-Jato e Temer, já está ficando muito explicito.   E também há o caso explícito de Geddel e Calero. Pior para Calero. Veremos se Temer conseguirá, abafar. Talvez se torne difícil, pois a mídia tem outros aliados que mesmo no governo, trabalham contra Temer na esperança de uma eleição indireta.

Olhando a lista das devoluções senti a falta de vários nomes, e curiosamente eu vejo que Barusco, dos quase 100 milhões confessados, devolveu apenas  por volta de 40 milhões, talvez precise do restante para viver em prisão domiciliar. Isto me deixa mais curioso ainda pois nesta semana vimos Youssef ser libertado, afinal o que são mais três meses de  prisão domiciliar. Ninguém sabe onde viverá o maior réu  confesso que por razões de segurança sumiu. Mas a imprensa o exaltou como um herói da delação, e disse que só lhe resta agora um apartamento em Maringá e outro em algum lugar. Coitadinho!! Apesar de mencionarem o cso BANESTADO, ninguém falou sobre o  dinheiro nem dos envolvidos. Pouco também  se sabe da investigação sobre o CARF,a operação Zelotes, cujo resultado mais midiático, plim plim,  foi o assassinato da reputação de um filho de Lula, mas que envolveria muito mais do que já foi devolvido.

Tudo numa semana onde se vê uma grande movimentação política do ministério Publico e de juízes para que se passe uma lei que lhes dê poder para fazerem o que querem sem responsabilização. É também a semana onde os supersalários são questionados.
Nesta briga parece que Temer já tomou posição, resta saber se de boa vontade ou forçado. Gilmar questiona timidamente Moro, mas faz um barraco com Lewandowski, a Suprema Carmem continua em campanha, e uma juiza liberou Garotinho. Como resposta um procurador acusa Garotinho de suborno, que curiosamente não havia sido aventado na hora da prisão.  Cabral é abandonado pois  a água esta chegando no pescoço. Enquanto isto os gritos das manifestações contra PEC, são abafados pelos gritos contra Pézão, Cabral e Garotinho.

Mas não se preocupem com a Petrobrás, os bilhões restantes serão obtidos através da venda da casa da mãe do Dirceu.