Michelle Bachelet, médica, torturada em 1975 durante a ditadura militar de Pinochet, presidente eleita do Chile em 2006 |
Compreendido este ponto e entendendo que o Estado brasileiro tem um programa para permitir o acesso aos documentos da ditadura militar criado em 2009, o Projeto Memórias Reveladas, o que não se compreende é que o acesso, de fato, não esteja ainda ocorrendo porque, entre outros fatores não bem explicados ou explicitados, o grupo que está a frente para tornar possível tal política seja composto justamente por pessoas ligadas a ditadura militar, que é o caso da Associação Cultural do Arquivo Nacional (ACAN), uma pessoa jurídica de apoio ao Arquivo Nacional, de interesse privado e sem fins lucrativos, que capta recursos na sociedade para financiar os projetos do órgão, dentre os quais o “Memórias Reveladas”. O problema reside na inclinação política de muitos dos que compõe e dirigem a ACAN, saudosos da ditadura, árduos defensores da repressão e de todos os meios utilizados para consolidar o golpe de 1964. Esses “meios”, entre tantos outros como é de conhecimento geral, foram o uso indiscriminado e cruel de torturas e assassinatos políticos, cassação de direitos políticos e civis daqueles que se opunham ao regime imposto.
Que a ACAN possua requisitos e atribuições funcionais para estar a frente deste e tantos outros projetos do Arquivo Nacional, não se discute, afinal o processo de renascimento da instituição tem-se revelado bem sucedido. A questão central seria o conflito de interesses, pois grande parte dos integrantes desta associação consideram que o período vivido, aquele que os documentos inacessíveis registram, não se constituiu em malefício ao país e a democracia. Ou seja, como podem apologistas da ditadura militar serem os mesmos que podem ser os responsáveis pela custódia e preservação dos documentos, por exemplo, das ações de repressão e torturas, que consideram legítimas?
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