Quase que diariamente o presidente Bolsonaro profere uma bravata atualizada para desviar a atenção das irregularidades cometidas por ele próprio e por seus filhos. Ele joga a isca e a mídia fica disputando o pódio das narrativas dentro de uma bolha ideológica e dura.
Essa estratégia é utilizada recorrentemente, e ao que parece os articulistas estão mais interessados em conteúdo quantitativo do que entrar nas questões relevantes.
É óbvio, quando Bolsonaro diz que “quando acabar a saliva tem que ter pólvora”, ele não está declarando guerra aos EUA, como especulam por horas nas programações de mídia, ele diz isso para atravessar parte da boiada.
A polêmica sobre a vacina é outra bravata riscada na parede para desviar o rumo da prosa. Não tenho dúvidas de que, quando a vacina estiver devidamente testada e colocada à disposição da população, nem Bolsonaro, nem ninguém será capaz de não autorizar o seu uso.
Por enquanto ele usa contra-argumentos científicos para aumentar a discussão e garantir que alguns pares de chifres sejam atravessados durante as minutagens retóricas amplificadas nas mídias.
As polarizações também são ferramentas para esconder as verdades, mas subliminarmente mantém o espectro dualista, fundamental para chegar ao segundo turno de uma eleição.
O palavrório de Bolsonaro tem como intenção manter a opinião pública afastada das denúncias contra Flávio Bolsonaro, das investigações contra Carlos Bolsonaro e de todos os malfeitos realizados por ele.
Todo o resto envolvendo economia, meio-ambiente, todas as questões governamentais conduzidas ou por empresários, militares e judiciário, se beneficiam das bravatas para que os acordos anti-povo fiquem longe dos holofotes e dos microfones.
Ricardo Mezavila, escritor, pós-graduado em ciência política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.
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