Do Instituto Carbono Brasil
Rússia lidera bloco de países que prometem retaliação ao Protocolo de Quioto
Fabiano Ávila
Durante a última conferência do clima das Nações Unidas (COP 18), realizada no Catar em dezembro de 2012, foi aprovada a extensão do Protocolo de Quioto para até 2020, mas o texto final do documento teria pego de surpresa os negociadores de alguns países do Leste Europeu, que acabaram assumindo metas mais severas do que gostariam.
Ainda com a COP 18 em andamento, o principal negociador russo teria feito protestos, pedindo mais tempo para analisar o texto, mas foi ignorado e a extensão acabou aprovada. Para Oleg Shamanov, o que houve foi uma “violação absolutamente óbvia do procedimento”.
Neste fim de semana, representantes da Rússia, Bielorrússia, Ucrânia e Cazaquistão se encontraram e chegaram a um consenso de que é preciso adotar uma série de medidas radicais em resposta ao que aconteceu na COP 18 e ao próprio Protocolo de Quioto.
“Para nós, não há o menor sentido aceitar a emenda que nos foi imposta de maneira tão grosseira. Essa ação não pode ficar sem resposta. Precisamos adotar ações radicais para acabar com esse tipo de tendência negativa nas negociações internacionais, que pode inclusive acabar com todo o processo e com as chances de uma acordo climático global”, declarou Shamanov.
Segundo o novo texto de Quioto, do qual a Rússia não é signatária, as ex-colônias soviéticas ficaram com a meta de não ultrapassar até 2020 a quantidade de emissões de gases do efeito estufa registrada entre 2008 e 2010. Os países, no entanto, alegam que esse período abrange justamente a época mais grave da recente crise econômica, quando as emissões estavam muito abaixo do normal.
Ainda não foram detalhadas as retaliações que serão adotadas.
Rússia lucra com as mudanças climáticas
Já existe uma corrente de analistas que alegam que a Rússia está tumultuando as negociações climáticas porque seria um dos países que mais terão vantagem com o aquecimento do planeta.
Além das novas rotas comerciais que já começaram a se abrir por causa do degelo do Ártico, a Rússia teria um acesso muito mais fácil a toda a riqueza mineral, incluindo petróleo, presente no extremo norte.
De acordo com o Conselho Nacional de Inteligência dos Estados Unidos, “nenhum país terá tantos benefícios ao ver a elevação das temperaturas quanto a Rússia, que possui a maior parte de seu território apresentando temperaturas médias anuais abaixo de 0oC”.
Segundo o Conselho, com o degelo da chamada camada de permafrost, o solo congelado que fica na superfície de regiões como a Sibéria, ficaria até 33% mais barato extrair estanho, ouro, cobalto, cobre, níquel, diamantes e, é claro, petróleo e gás. Haveriam ainda ganhos imensos na produção agrícola.
Um representante do Ministério de Recursos Naturais da Rússia já teria reconhecido essa vantagem das mudanças climáticas para a sua nação. “Não estamos em pânico, o aquecimento global não é uma catástrofe para nós como é para outros países. Se prestarmos atenção, podemos até nos beneficiar dele”, disse Rinat Gizatullin à BBC.
A Rússia é o quarto maior emissor de gases do efeito estufa do planeta e sem o compromisso deles, qualquer acordo climático acabará não sendo forte o suficiente.
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