Falta falar de economia solidária, de mobilização da juventude, do Existe Amor em SP, quando ninguém acreditava que o jogo podia virar deste tanto, com tanto debate em praça pública. Não sou nada do Fora do Eixo, mas acompanho muito e tudo que vi até agora foi correto. Tive a chance de, em férias, estar em Fortaleza participando de uma roda com a secretaria Claudia Leitão e várias outras pessoas, como o pessoal do Campo Limpo, de São Paulo, a Agencia Solano Trindade, sobre a diferença entre economia criativa, solidária etc. O maior legado deste debate é discutir tudo isso: aprendizado com a experiência, conteúdo novo e fresco. Alternativas a este jeito rançoso que tanto combatemos.
Mais uma vez, bingo.
Nassif está cumprindo o papel de provocador intelectual que ajuda o organismo a metabolizar uma substância nova que está sendo provada, e sugere ao paladar sabores que precisam ser experimentados.
Todos nós já fomos, um dia, testemunhas da reação de pessoas a comidas que nunca experimentaram. Tem gente que nunca experimentou, não gosta e se recusa a experimentar porque o novo lhe dá medo ou nojo. Inversamente, tem aquele que, sem nunca ter provado, já acha a comida um barato, porque o novo excita.
Acho mais interessante, e mais útil, a atitude do curioso que está mastigando, saboreando, descobrindo o que está por trás de cada sabor e de repente arregala os olhos com ar de grata surpresa. Ou, ao contrário, a expressão sinceramente apreensiva de quem provou, comeu e não gostou.
Nassif está ajudando a descomplicar nossa digestão.
Na ausência de contraposição, com base na verdade e na eficiência, a mídia jurássica se apoia na questão genial, se é ou não jornalismo.
Bobagem.
Não vou me perguntar se Euclides da Cunha, Orwell, Reed, Norman Mailer e Truman Capote, por exemplo, fizeram ou não jornalismo (no Brasil, perguntariam se eles têm diploma). Porém, sejam como pessoas oculares ou pesquisadores (divisao arficicial, admito), o que importa é o caráter realista, baseado em acontecimentos e não em torções verbais ou em confusão entre opinião e narrativa. Também não seria “crime” um jornalismo que fosse “parcial”, no sentido de que sua narrativa fosse uma determinada perspectiva dos fatos, mas que admitisse isso, o que não tem nada a ver com venalidade. Análises são plausíveis desde que apoiadas em fatos e não na visão do patrão ou da influência da publicidade.
Parte dessas discussões levam ao mesmo ponto: jornalismo tem lado. Além disso, não parece mais viável a “grande mídia”, com dezenas de jornalistas, articulistas etc. As demissões recentes não dizem respeito, necessariamente, à ausência de capacidade empresarial dos jornais, mas que o modelo “jornalão” se esgota aos poucos. A digitalização dos processos de produção da mídia implodiu a estrutura “industrial”, viabilizando o jornalismo “pequeno” (saudade dos jornais nanicos), das pequenas agências, que podem, inclusive, segmentar mais o seu público.
Se blogueiros “recortam e colam” notícias da internet, frise-se, significa o óbvio: as pessoas ainda leem jornais. Dgitais (ou não), mas leem.
Retornou, em formato digital, aquela mídia que o Claudio Abramo descrevia, do jornalista que ficava na empresa e sabia trabalhar, inclusive, no maquinário. Mas a empresa, a bem dizer, se reduziu a um tablet. A se ver.
Crítica acertadíssima de Ivana Bentes a mais uma bala no fuzilamento político-moralista da Mídia Ninja e do Fora do Eixo, em sua difamação. Dessa vez, pelo Gabeira, no Estadão de ontem: “O Gabeira prefere uma subjetividade lixo bem embalada, do que o luxo de outras linguagens e visões de mundo! E o midianinjismo e a midia livre continuam afrontando o “padrão de qualidade”. Fernando Gabeira não entendeu nada no seu texto do Estadão de hoje, “Midia Ninja e o futuro desfocado”. Como diria Glauber “a revolução é uma estética”. Ou seja a urgência cria uma estética nova, inventa vidas-linguagens e linguagens da vida nas ruas! Enquanto isso o Gabeira quer imagens em alta: “É a alta qualidade do material produzido, o que a Mídia Ninja não pode oferecer, pelas circunstâncias da cobertura e pelo precário domínio técnico. Viver disso significa preocupar-se com detalhes: ângulo, luminosidade, enquadramento, composição – enfim, as técnicas que permitem transmitir a informação com nitidez. Se tudo isso é considerado secundário, o que é o principal? Estar presente e tomar o partido dos oprimidos, ainda que a mensagem seja um lixo técnico.” https://www.facebook.com/ivana.bentes?fref=ts
12.00
O óbvio
O Novo quando surge é em razão da demanda de novas balizas e como tudo que é novidade necessita de ajustes e aperfeiçoamento.
O velho, como tudo que é velho necessita de reforma para atualizar, e a referencia para a atualização será sempre as novas balizas criadas pelo novo.
Não existe reforma do velho sem o surgimento do novo.