Por Guilherme Serra Alves Pereira
Não sei se alguém já descobriu também., mas ao contrário do que Sergio Cabral afirma, o primeiro registro civil de nascimento de Pixinguinha não foi em 1933. Encontrei o registro civil que transcrevo a seguir ( mantendo a grafia original) : “Aos sete dias do mez de Maio de mil oitocentos e noventa e sete, n’esta Capital e Cartorio, compareceu Alfredo da Rocha Vianna, morador á rua do Paraiso quinze e por elle foi dito que em sua casa no dia quatro do corrente ás nove horas da manhã Raymunda Maria da Conceição, natural da Capital Federal, de trinta e tres annos, solteira, filha de Edwirges Maria da Conceição, deu á luz uma criança do sexo masculino, de côr preta, que tomou o nome Alfredo, filho natural do declarante. E de tudo para constar lavro este termo que, depois de lido, assigna o declarante com o Escrivão e as testemunhas Bernardino Gomes Ribeiro, brasileiro , solteiro, artista, morador á Travessa Dona Elisa, dezoito e Francisco da Rocha Vieira, morador á rua Bomjardim, nove.”
Nem o próprio Pixinguinha devia saber da existência deste registro, senão não teria se dado ao trabalho de fazer o registro tardio em 1933.
O nome da mãe e o ano de nascimento 1897 mais uma vez são confirmados. Mas o pai declara a criança como nascida em 4 de maio.Acredito mais no nascimento em 23 abril 1897. O pai deve ter falseado a data de 4 de maio para fugir da multa.
O termo “artista” na época do assento não tinha o significado atual. Queria dizer artesão , artífice ou alguém que vivesse de seu trabalho manual.
Várias biografias do grande músico afirmam que ele nasceu em Piedade. Prefiro acreditar no endereço deste registro de nascimento, Rua do Paraiso, 15, no Catumbi. É coerente com o batismo na Igreja de Santana. Porque o pai iria sair de Piedade ( região da atual 11ª Circunscrição ) para ir ao centro fazer o registro no cartório?
Tenho o fotograma do registro original, se alguém tiver interesse em receber entre em contato comigo.
Guilherme Serra Alves Pereira
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