As comemorações do ano do centenário de nascimento de Carmen Miranda começaram bem com o programa Starte que a Globo News levou ao ar no último dia 27. Bianca Ramoneda fez quatro pequenas entrevistas com quatro feras quando o assunto é Carmen: a cantora e compositor Ná Ozetti, o jornalista Ruy Castro (de longe, a maior autoridade sobre Carmen, hoje em dia), César Balbi, diretor do Museu Carmen Miranda e o cantor e compositor Eduardo Dusek.
Ná Ozetti e Grupo estão em studio gravando o CD Balangandans, a ser lançado só com sucessos de Carmen. O programa nos traz a interpretação muito delicada de Na para Camisa Listrada de Assis Valente, com acompanhamento do violoncelo inspiradíssimo de Mario Manga.
A nosso maior conhecedor de Carmem, Ruy Castro, dá uma aula da importância de Carmem para a história do samba no século XX e desmente diversos mitos sobre ela, como a suposta noite em que teria sido vaiada no Cassino da Urca , por que disseram que ela voltou americanizada dos EUA, o que é puro mito. Ruy gastou dois anos só levantando os nomes de cada uma das pessoas que estavam naquela noite no cassino da Urca, basicamente, membros da cúpula do governo Vargas e diplomatas alemães, pois na época Getúlio estava cheio de simpatias com o governo nazista de Hitler. Daí a recepção fria que Carmen teve quando cantou em inglês South American Way.
O programa entrevista ainda César Balbi que dá um panorama da importância do acervo do Museu de Carmem Mirando no Aterro do Flamengo e como o Museu está abandonado pelo poder público. E termina com uma belíssima e tocante interpretação de Adeus Batucada ao piano e voz feita pelo cantor e compositor Eduardo Dusek. “A música que mais define o sentimento que Carmen teve ao se despedir do Brasil”. O Dusek é craque.
Palmas.
Viva Carmen Miranda.
Link para o vídeo do programa aqui, não é necessário ser assinante
(22 min): clique aqui.
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O CD da Ná está gravado desde
O CD da Ná está gravado desde o ano passado. Supimpa.
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Podem achar que é heresia,
Podem achar que é heresia, mas Carmen Miranda sempre me pareceu uma Chacrinha de saias. Musicalmente sofrível, feia e sempre com roupas ridículas. Um mito fabricado pelos gringos, que na época tentaram impor uma estética apropriada para frequentadores bêbados de cassinos.
Alguem pode me explicar qual foi "a importância de Carmem para a história do samba no século XX", como está no texto ?
Alguem pode me dizer qual música de boa qualidade se popularizou graças a ela ?
Heresia, sim. Ela praticamente lançou as marchinhas, consagrou Assis Valente, Ari Barroso, Dorival Caymmi, foi uma embaixadora excepcional da música brasileira no exterior, era uma grande intérprete (sua interpretação do Tico Tico no Fubá é imbatível). Ajudou a construir um dos grandes ativos nacionais: a imagem da música brasileira no exterior.
Nassif, não quero entrar em
Nassif, não quero entrar em bola dividida com voce. Seria como o Betão, ex zagueiro corintiano (eu) marcando o Zico (voce).
Mas arrisco: qual destas canções do Caymmi ficaria bem na voz de Carmen Miranda:
“A Lenda do Abaeté", "Promessa de Pescador", "É Doce Morrer no Mar", "Marina", "Não Tem Solução", "João Valentão", "Maracangalha", "Saudade de Itapoã", "Doralice", "Samba da Minha Terra", "Lá Vem a Baiana", "Suíte dos Pescadores", "Sábado em Copacabana", "Nem Eu", "Nunca Mais", "Saudades da Bahia", "Dora", "Oração pra Mãe Menininha", "Rosa Morena" ?
Com ela, seria um verdadeiro “escrache”, como dizem os argentinos.
O mesmo vale para Ari Barroso. Carmen cantando Tres Lágrimas, No Rancho Fundo, Prá machucar meu Coração, Rancho dos Namorados, Faceira ?
“Tico tico no fuba”, vá lá. Música de quermesse, prá animar o sorteio da rifa.
O estilo dela era brejeiro. Uva de Caminhão, Camisa Listada, Mamãe eu Quero, Taí. Quanto ao Tico Tico, é uma das músicas populares mais gravadas do século 20. Charlie Parker, Dalida, Paco de Lucia... Tocou nas melhores salas do mundo e nas quermesses também.
Nassif
Acho que vou chamar a
Nassif
Acho que vou chamar a nave-mãe pra vir me buscar. :))
Ops, olha o Tico-tico aqui e
Ops, olha o Tico-tico aqui e Woody Alen confessando ser fã de Carmen.
http://blogln.ning.com/profiles/blogs/2189391:BlogPost:45041
O nome de registro civil
O nome de registro civil correto é Duardo Dusek, mas acho que ele já desistiu de escrever o nome dele da maneira correta. A maioria dos resultados do google e a Wikipedia escolheram o "Eduardo".
Nota da Wikipedia:
"Apesar
Nota da Wikipedia:
"Apesar de ter morado quase toda a sua vida no Brasil e nos Estados Unidos, Carmem Miranda nunca se naturalizou cidadã de qualquer um destes países. Portanto, sempre manteve a nacionalidade portuguesa que tinha por ter nascido em Portugal, assim como sempre foi legalmente estrangeira no Brasil e nos Estados Unidos."
Acho que os portugueses também festejarão os 100 anos...
Mario, uma sugestão
Leia a
Mario, uma sugestão
Leia a biografia de Carmen escrita por Ruy Castro. Está tudo lá, com detalhes e pesquisa apuradíssima, comprovando que Carmen foi muito, mais muito maior que a imagem estereotipada que Hollywood tentou fazer dela. A história do samba, o jeito brasileiro de cantar, a música popular brasileira divulgada no rádio, a primeira explosão de vendas de discos no Brasil todo: tudo isso começou com ela, Carmen Miranda. O Brasil deve isso a ela.
Nassif
Agradeço a você esta
Nassif
Agradeço a você esta lembrança da Carmen Miranda no seu blog. Agradeço e parabenizo o Ruy Castro pelo maravilhoso trabalho de pesquisa da vida dessa grande artista. Eu já era fã da Carmen, mas o livro do Ruy é uma das melhores coisas que encontrei ultimamente.
Abraços,
Simone
Eu também não consigo
Eu também não consigo enxergar a Carmem Miranda fora do estereótipo 'tropical' que os americanos ridiculamente rotularam a moça.
Também não consigo situá-la entre as melhores interpretes da nossa música, eu penso que sem Hollywood e a projeção ali adquirida (mais por política que por arte), penso que sem essa projeção Carmem não seria absolutamente nada, aliás como bem observado ela nunca quis ser brasileira.
Ela foi a cantora brasileira que mais vendeu nos anos 30. Já era o maior sucesso da música brasileira antes de ir para os EUA.