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Rua Augusta, por Emicida

Por Gunter Zibell – SP

Rua Augusta : Só Emicida lembra do P negligenciado

[Conforme entrevista do autor à Gabi, os erros ortográficos são contextuais]

RUA AUGUSTA – Emicida

As maquiagem forte esconde os hematoma na alma.
Fumando calma ela observa os faróis que vem e vão, viver em vão.
Os que vem e não te tem são se necessário homem de bem fujão.
Que não agüentou ser solitário.
Mema grana que compra sexo, mata o amor.
Traz a felicidade, também chama o rancor.
As madruga que testemunho vermelho sangue na unha.
Sem nome varias “alcunha” dentro da bolsa de punho.
Garota propaganda da cidade fria em seus caminhos.
1 milhão de seres 1 milhão de seres sozinhos.
Sonha como se não vivesse, vive se perguntando.
Porque que não morre mistura lagrima e suor no corre.
Conta dinheiro no banco do passageiro e só.
Que vira leite pro filho ou 15 gramas de pó.
Foda-se se é erro quem fez o certo? Jesus.
E seis agradeceram como ? Pregando ele numa cruz!

Cortando às hora com um casaco de “vizon”
No olho a cor ta combinando com o batom
Atenta nas buzina ela vai pelo som
Escrevendo sua história com neon…

E o neon piscando no motel as vezes falha.
Auto-ditada aprimora o estilo enquanto trabalha.
E se flagra chorando em frente ao espelho.
Bola mais um acende puxa disfarça o olho vermelho. Volta..
O seu novo amor ta de partida.
Ele espera acaba a noite ela espera acaba a vida
Cada cigarro leva 1 ano de sofrimento.
Ela manda um maço, e de novo ta pronta pro arrebento.
Ri com os “traveco” no breu, com o vulgo que a rua deu.
Entra no carro se lembrando das amigas que morreu, Sampa…
Pra quem vem de fora é uma beleza.
Mas a única coisa que todos tem aqui é a certeza.
Seu pai só reclamava enquanto trampava ela dormia.
Isso não deixava a vida nos conforme.
Pra se redimir ela vaga todas as madruga ai.
Fazendo um dim como pode enquanto ele dorme.

Cortando às hora com um casaco de “vizon”
No olho a cor ta combinando com o batom
Atenta nas buzina ela vai pelo som
Escrevendo sua história com neon…

A vizinhança réu, um mar de juiz papel.
Afago pra lá infeliz, mais um trago miss.
Com sorte passaporte América do norte. Please.
Europa diz “ahhhh” um sonho eu quis.
Assassinada por um rato, num motel barato.
Agoniza na cama DRAMA, estatística fato.
Um nóia sujo advogado bêbado confuso.
Pai de família, pastor com a fé em desuso.
Matilha de dois ou de homem grande vilão.
Cliente frio produto sem coração.
Corpo marcado cicatriz de gado, ao relento.
Vai pra coleção de sofrimento.
Princesa dos esgoto sujo seio novo sobre o bojo.
Virgem em solo inimigo, NOJO!
Esperança triste.
Adubo do sonho da infância pura, buscando em si se isso ainda existe.

Luis Nassif

Luis Nassif

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