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Clima econômico na América Latina recua 5% no trimestre até outubro

Jornal GGN – O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina, elaborado em parceria pelo instituto alemão Ifo e a Fundação Getulio Vargas, foi divulgado hoje (12), no Rio de Janeiro. O índice  mostrou um recuo de 5% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao trimestre anterior. O ICE/AL caiu de 74 pontos para 70 pontos. No mundo, o indicador também apresentou redução no trimestre de 7%, ficando abaixo da média pela primeira vez, desde outubro de 2012.

A pesquisadora da Área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Lia Valls, afirmou que, apesar de ter recuado menos, o ICE/AL está pior do que o indicador  mundial, que ficou em 99 pontos, próximo do limite de 100 pontos, considerado favorável. “O mundo recuou mais, mas na comparação entre os dois indicadores, o do mundo é melhor do que o da América Latina”.

A piora é puxada pelo índice de expectativas (IEX), que caiu de 90 para 82 pontos, “o que não é um bom sinal”, disse. “Não é um cenário bom em relação à situação de hoje”.

A piora do ICE foi disseminada entre as principais economias ocidentais. O indicador continua em nível favorável nos Estados Unidos e na União Europeia. Em ambos os casos, a piora no clima está associada ao Índice de Expectativas (IE), sem alterações na percepção sobre a situação atual na União Europeia, e com o registro de melhora na margem no caso dos Estados Unidos. No grupo dos BRICS, apenas a Índia registra clima econômico favorável e melhora em relação à última Sondagem. A avaliação do clima na Rússia melhorou, mas não o suficiente para o país passar para a região favorável do ICE. Entre os BRICS, o Brasil apresentou o pior Indicador de Clima Econômico. 

Em outubro, o ICE do Brasil atingiu o menor nível da série iniciada em janeiro de 1989 (44 pontos). O IE brasileiro passou de 76 pontos para 68 pontos (recuo de 11% entre julho e outubro). As expectativas, porém, não chegaram ao “fundo do poço” (um indicador de 20 pontos) e o menor da série foi registrado em outubro de 2008 (54 pontos). Já o Índice da Situação Atual (ISA) do Brasil manteve-se, em outubro, no nível mínimo (20 pontos), que havia alcançado em julho passado.

No caso do Brasil, além da falta de confiança na política do governo, aumentaram os problemas considerados restritivos e relevantes para o crescimento do país, entre os quais inflação, desemprego, déficit público. O ICE Brasil atingiu o menor nível da série iniciada em janeiro de 1989, passando de 48 pontos, em julho deste ano, para 44 pontos em outubro. A pesquisadora chamou a atenção para o índice da situação atual do Brasil (ISA), que “já está o pior possível”, mantendo-se em 20 pontos, que é o limite, número também registrado pela Venezuela. “Mais baixo não pode ser”. Já o índice de expectativas (IEX Brasil) caiu de 76 para 68 pontos no trimestre findo em outubro.

 

(Com Agência Brasil)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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