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Taxas de juro do crédito continuaram a subir em outubro

Jornal GGN – As taxas de juros continuaram a subir em outubro, de acordo com dados do Banco Central (BC). A taxa média de juros cobrada das pessoas físicas subiu 2,5 pontos percentuais, de setembro para outubro, e chegou a 64,8% ao ano. Para as empresas, a alta foi 0,9 ponto percentual e a taxa chegou a 30,2% ao ano.

No crédito às pessoas físicas, a taxa média de juros subiu 1,3 ponto no mês e 7,1 ponto em doze meses, atingindo 38,7% ao ano. A taxa de juros do cheque especial subiu 14,4 pontos percentuais para 278,1% ao ano. A taxa do crédito consignado subiu 0,5 ponto percentual para 28,1% ao ano. No caso da taxa para a compra de veículos, a alta foi 0,3 ponto percentual para 25,9% ao ano. Já a taxa dos juros do rotativo do cartão de crédito caiu 8,2 pontos percentuais, mas continua sendo a mais alta entre as modalidades pesquisadas pelo BC: 406,1% ao ano. Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.

No caso do empréstimo direcionado (com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) a taxa média de juros subiu 0,1 ponto percentual para pessoas físicas (9,9% ao ano) e 1,4 ponto percentual para as empresas (11,1% ao ano). A taxa de inadimplência do crédito direcionado subiu 0,2 ponto percentual para as pessoas físicas (2,1%) e 0,1 ponto percentual para empresas (0,8%).

O spread bancário referente às operações com recursos livres e direcionados aumentou 1,1 ponto no mês e 3,9 pontos em doze meses, alcançando 19,6 pontos percentuais. Os indicadores relativos aos segmentos de pessoas físicas e jurídicas situaram-se em 27,5 pontos e 11 pontos, respectivamente. No crédito livre, o spread aumentou 1,8 ponto percentual, alcançando 33,3 p.p. No crédito direcionado, o spread subiu 0,5 ponto, atingindo 3,9 pontos.

A taxa de inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro, referente a atrasos superiores a noventa dias, alcançou 3,2%, com elevações de 0,1 ponto no mês e de 0,2 ponto em doze meses. No crédito às famílias, a inadimplência situou-se em 4,1% (+0,2 ponto percentual no mês), enquanto, no crédito às empresas, alcançou 2,5% (+0,1 ponto). A inadimplência no crédito com recursos livres aumentou 0,1 ponto, atingindo 5%, enquanto, no crédito direcionado, avançou 0,2 p.p., situando-se em 1,4%.

Os níveis de inadimplência dos empréstimos bancários estão baixos, mas, de acordo com o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Fernando Rocha, a expectativa é de crescimento, devido ao aumento do desemprego e a redução da renda, em momento de retração da economia. “É esperado algum crescimento da inadimplência de acordo com o ciclo econômico”, disse, segundo informações da Agência Brasil. Ele lembrou, no entanto, que os bancos estão bem capitalizados e provisionados (com dinheiro reservado) para lidar com a situação.

Especificamente no mês passado, a greve dos bancários, entre os dias 6 e 23 de outubro, também influenciou os dados da inadimplência. Segundo Rocha, os clientes podem ter tido dificuldades para renegociar dívidas, no período da greve.  A paralisação dos bancários também gerou impacto na concessão de empréstimos pelos bancos. Para Rocha, além da greve, as concessões de empréstimos foram influenciadas pelo aumento do desemprego, a redução na renda das famílias e também nas vendas, que refletem a retração da economia.

 

(com Agência Brasil)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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